Cara a cara

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Rodolfo
  Então a mãe dela pensou por uns 5 minutos e disse:
- Quais são suas condições?
- Ela deve cumprir o papel de qualquer esposa, não poderá fugir, vocês não contaram nada à ela, ninguém pode saber sobre o contrato e não pode ter traição da parte dela.
- Eu aceito, mas por 20.000.00.
- Fechado, amanhã meu advogado virá trazer o contrato pra vc e seu marido assinar, você tem até amanhã pra mudar de idéia.
- Não vou mudar, é um prazer fazer negócios com o senhor.
- O prazer foi todo meu, passar bem.
Saí de lá , já liguei imediatamente para o meu advogado preparar a papelada. Fiquei pensando em como aquela mulher vendeu a filha assim tão rápido, como se a garota realmente fosse uma mercadoria, mas não tem o que fazer, o azar não é meu, a mãe não é minha mesmo, então eu não ligo.
No dia seguinte meu advogado me trás os papéis todos assinados, daqui a duas semanas vou conhecer, pois a menina precisa terminar a escola. Já que está tudo resolvido vou embora pra casa, mas deixo dois seguranças tanto na cola da garota como da família, nunca se sabe né. Pego meu avião e vou para casa.
Marta
Me sento esperando o porteiro por uns 10 minutos, até que ele volta com mais um homem muito bem vestido por sinal, deve ser o patrão. Me levanto e falo:
- Boa tarde, eu sou a ... O tal " patrão " me cortou, antes mesmo de conseguir falar meu nome.
- Eu sei quem você é, venha comigo. Obrigada Carlos, já pode ir fazer seu serviço.
O outro homem responde:
- Sim senhor.
Então começamos a andar até o casarão, chegando lá, ele me pede para entrar, me conduz até um escritório, manda eu me sentar e diz:
- Bom, chegou o momento da verdade.
- Qual verdade?
- Se você me deixar falar eu  conto.
- Desculpe.( só disse isso porque ele é meu chefe, senão ia xingar tanto, sujeitinho ignorante)
  - Você não está aqui pra trabalhar, você é minha esposa.
Nessa hora começo a rir muito, quem é esse louco? Eu nunca me casei ou vou me casar com ele. Então respondo:
  - Olha o senhor está me confundido com outra pessoa, não sou sua esposa, eu nem conheço o senhor.
- Não estou te confundido, você não é Marta Silva Rodrigues?
- Sim, mas...
- Então, vou explicar tudo. Fiz um contrato com os seus pais no qual eles te vendem pra mim, como você é menor de idade eles assinaram tudo, o contrato, o casamento... Em troca disso eles ganharam dinheiro... Vou te mostrar um vídeo que sua mãe gravou te explicando  tudo.
Ele coloca o vídeo, começo a ouvir aquelas palavras da minha mãe, começo a chorar muito, como assim eles me venderam? Eu não sou uma mercadoria, o vídeo termina e eu falo:
- Eu não sei qual tipo de contrato você fez com eles, mas eu não estou à venda, então não tenho nada o que fazer aqui, vou embora.
- Você ainda não entendeu né? Você agora é minha, daqui você não sai se eu não quiser.
- Eu vou chamar à polícia.
- Chama, eu tenho um contrato assinado por seus pais e outra acho que por pior que eles sejam, você não quer que algo ruim aconteça com eles ou com seus irmãos? Ou não?
- Você não seria capaz.
- Você não me conhece garota, se atreva a sair por aquela porta e veja o que acontece.
- Você é um monstro, por que você me escolheu?
- Porque eu quis e tive dinheiro o suficiente pra te comprar.
Eu nem consegui responder, só sabia chorar, então ele disse:
- Chega de choradeira porque não vai resolver nada, saía da minha sala, a empregada está à sua espera para te levar ao seu quarto e não esqueça nem tente fugir.
Saí da sala, vi uma senhora que aparentava ter uns 50 anos me esperando, ela me disse:
- Boa tarde menina, venha cá, vou te mostrar seu quarto.
Eu não falei nada, ela me abraçou e eu chorei muito. Depois ela me levou a meu quarto, agradeci, me tranquei e chorei muito. Senhor o que vai ser de mim agora?

Prisioneira de um fazendeiro Onde histórias criam vida. Descubra agora