Marta
Vou atender a porta, vejo que é Daniel, ele me vê e fala:
- Desculpa te incomodar, é que tinha esquecido a chave.
- Imagina, não tem problema.
- Você já está pronta?
- Já sim, podemos ir?
- Podemos sim.
Fomos de carro, conhecemos a cidade que por sinal é muito bonita mesmo sendo muito pequena, aqui todos se conhece o que é uma coisa muito legal.
Vendo a cidade percebi de que precisava de um recomeço, deixar tudo pra trás, as coisas sempre foram tão complicadas que eu cansei daquela vida, de armações, segredos, mentiras... Eu só quero começar do zero em paz e isso que eu pretendo fazer.
Já era tarde, por isso voltamos para casa, estávamos na porta quando Daniel diz:
- Eu vou me encontrar com uns amigos, mas minha mãe já está aí, você quer ir?
- Não, obrigada pelo convite, mas vou deixar para outro dia.
- Tá bom então.
Desço do carro, quando eu ia bater na porta porque eu não tinha à chave, ela se abre antes e quem saí de dentro da casa? Isso mesmo, Rodolfo com a minha mãe atrás, na hora que eu vi fiquei pálida, senti meu coração bater forte, minhas pernas trêmulas, ele se vira para a minha tia e fala:
- A senhora disse que ela não estava aqui não é mesmo? Eu devo estar tendo uma visão então.
Minha tia:
- Venha irmã, deixe os dois conversarem em paz.
Minha mãe diz:
- Mas eu preciso conversar com a Marta.
Minha tia diz:
- Depois minha irmã.
Ela fala isso, arrasta minha mãe para dentro, fecha porta e me deixa com o Roldofo na varanda. Eu me sento em uma das cadeiras e falo:
- O que você está fazendo aqui?
Ele responde:
- Eu é que te faço essa pergunta, você não tem noção do quantos foi difícil achar você e quase que não achamos.
- Teria sido melhor.
- Não teria mesmo. Me explica o motivo dessa fuga repentina.
- Eu só estava cansada tudo, precisando recomeçar. Se eu contasse pra alguém onde iria todos iam vir atrás de mim e eu não queria isso.
- Aconteceu alguma coisa naquela viagem? Você deixou todos preocupados, eu quase morri do coração.
- Ah sim, imagino. Aconteceram muitas coisas, não só na viagem.
- O que por exemplo?
- Tudo Rodolfo, nós principalmente.
- Nós estávamos tendo muitos problemas eu sei, mas no dia que você desapareceu eu estava decido à resolvemos tudo isso.
- Sempre não dá certo, acontece alguma coisa, de repente a vida não quer a gente junto.
- Não fala isso Marta, eu te amo e eu sei que você ama. Vamos embora e resolvemos tudo isso em casa.
- Eu não vou embora Rodolfo.
- Como não? Seu lugar não é aqui.
- Ainda não, mas vai ser.
- Marta, me diz o que está acontecendo? Eu posso te ajudar.
- Eu só quero um recomeço.
- Se é isso que você quer tá bom, onde você quer recomeçar? Eu vou com você e nós teremos um começo onde você quiser.
- A questão é que eu quero fazer isso sozinha, deixando todo o passado pra trás.
- Olha eu sei que errei, estou realmente arrependido, disposto a mudar, mas eu não vejo um futuro se não tiver você ao meu lado.
- Os nossos caminhos não deveriam ter se cruzado.
- Deveria sim, dessa forma eu não teria conhecido a mulher da minha vida. Mas é melhor esfriar a cabeça, amanhã conversamos, dorme aí na sua tia, descansa e pensa bem. Eu vou passar à noite aqui na cidade em um hotel e não vou embora daqui em você.
- Rodolfo...
- Boa noite Marta.
Ele diz isso e vai embora. Vou direto para o meu quarto porque sinceramente não estava com a mínima vontade de encarar a minha mãe, não sei o que faço agora...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Prisioneira de um fazendeiro
RomanceMarta, uma garota de apenas 17 anos, durona que não acredita no amor e muito menos confia em homens. Sua família é muito humilde, tudo muda quando é mandada para uma fazenda muito distante de seu lar... Rodolfo, um dos fazendeiros mais ricos do pa...