Vida nova

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Marta
Quando André aparece e diz:
- O que aconteceu Marta? Por que você está desse jeito?
- Me leva embora daqui agora André, por favor.
- Tá bom, eu levo, mas vai lá pegar suas coisas.
- Amanhã eu busco, só me leva embora daqui agora por favor.
- Tá, vem vamos.
André, foi chamar a namorada dele, enquanto eu fui para o estacionamento, Rodolfo aparece e diz:
- Onde você vai?
- Embora.
- Não vai embora, eu já mandei acabarem com a festa, fica essa noite aqui, você se acalma é amanhã conversamos com calma.
- Não temos mais o que conversar, acabou tudo entre nós dois.
- Não faz isso Marta, eu te amo.
- Não fala de amor pra mim.
  Então André aparece com a namorada dele e diz:
- Vamos Marta?
- Vamos André. Amanhã eu passo pra buscar minhas coisas Rodolfo.
Rodolfo com lágrimas nos olhos fala:
- Não vai, por favor.
Eu entro no carro, as lágrimas continuam a correr pelo meu rosto. André deixa a Poliana na casa dela e fala:
- Pra onde você quer ir?
- Não sei, nem pensei nisso, eu nem se quer tenho um lugar pra ir.
- Claro que tem, você pode ficar lá em casa o tempo que quiser, você sabe disso.
- Mas sua namorada não vai se incomodar? Fora que eu seria um estorvo pra você.
- Não, você vai ficar lá em casa e fim de papo.
Ele percebeu que eu não queria falar sobre o quê aconteceu, então não tocou no assunto. Chegamos na casa dele, ele me mostrou o quarto que ia ficar, me deu umas roupas minhas que tinha ficado da vez que eu fugiu e saiu. Eu fui tomar um banho, só pensava em quanto aquilo tinha me deixado destruída, nem o que vou fazer agora, se volto para a minha cidade ou não, porque não se minha me aceitaria de volta  eu não tenho dinheiro, nem casa, estou sozinha. Me troco e durmo.
Acordo, vejo que é bem tarde, eu não ia mesmo para a faculdade, então não  tem problema, hoje vou buscar minhas coisas no Rodolfo e ir atrás de um emprego. Me arrumo e vou. Chegando na fazenda, entro na sala, Maria aparece e diz:
- Menina, você está bem? O que aconteceu? Onde você passou à noite?
- Eu estou bem, passei na casa do André e sobre o quê aconteceu pergunta para o Rodolfo que ele te explica tudo, eu vim buscar minhas coisas, só isso.
- Vem que eu te ajudo.
Nessa hora Rodolfo aparece e diz:
- Você esfriou a cabeça? Podemos conversar?
- Não, só vim buscar minhas coisas.
- Não faz assim Marta, onde você vai ficar ?
- No André por enquanto.
- Eu vou fazer um cheque para o seus gastos pelo menos.
- Você pode engolir os seus cheques por mim, eu vou me virar sozinha, arranjar um emprego e refazer minha vida sem você, agora com licença que eu vou pegar minhas coisas, nada o que você me deu é claro, só vou levar o que eu já tinha.
- Não precisa disso, você sabe muito bem.
- Com licença.
Maria sobe comigo, eu arrumo minhas coisas, passo reto pelo Rodolfo. Vou para casa do André que está trabalhando, deixo minhas coisas e vou para faculdade vê se tem alguma estágio pra mim, quando João aparece e diz:
- Oi Marta, quanto tempo.
- Pois é.
- Faz um tempo que eu queria te pedir desculpa pelo dia da festa, eu deveria ter te falado aquelas coisas, muito menos ter deixado você bebe daquela forma e eu juro que não ia fazer nada de ruim com você.
- Isso já ficou no passado e eu bebi porque que quis. Mas agora deixa eu ir, que vou ver se tem algum estágio.
- Você está procurando emprego?
- Estou, por quê?
- Meu pai está precisando urgentemente de uma secretária, você estaria interessada?
- Claro, estou sim.
- Se você quiser eu te levo agora mesmo na empresa pra você fazer um entrevista.
- Pode ser vamos então.
Fomos para o carro dele, claro que eu não confiava totalmente no João, mas eu sabia que não faria nada comigo e também precisava urgentemente de um emprego. Chegamos na empresa, ele conversa com algumas pessoas e fala:
- Pronto, consegui a entrevista.
Ele me leva até uma sala, onde sou sou entrevistada, quando termina eu saí da sala e falei:
- João, eu tenho uma notícia.
- Qual?
- Eu consegui o emprego.
Ele me abraça e fala:
- Que bom, seremos colegas de trabalho então porque depois da faculdade, eu também trabalho aqui.
- Que legal, muita obrigada viu.
- Imagina, mas e a faculdade como fica?
- O meu horário de trabalho é depois da aula.
- Ótimo, melhor ainda se você não se incomodar podemos vir juntos depois da aula.
- Pode ser, eu começo na semana que vem, essa semana tenho que trazer a documentação necessária.
- Entendi, o seu motorista vai te levar para a fazenda ou seu marido vai vir te pegar?
- É que eu não estou mais morando na fazenda.
- Sério? Você e seu marido mudaram para alguma casa aqui do centro?
- Nós não estamos mais juntos.
- Me desculpa, eu não deveria ter perguntado nada.
- Sem problemas, agora deixa eu  ir.
- Você não vai de ônibus né? Pode deixar que eu te levo.
- Não precisa, você já fez demais por mim.
- Imagina, vamos logo vai.
- Tá bom então.
Entro no carro, João me deixa em casa. André já está em casa, me vê e fala:
- E aí tudo bem?
- Tudo e você?
- Estou bem também, já está pronta pra me contar o que aconteceu entre você e o Rodolfo?
- Estou.
  Contei toda a história para o André, não escondi absolutamente nada, então ele disse:
- Caraca, um filho? Isso é uma coisa super séria.
- Pois é.
- E o que você vai fazer?
- Me divorciar dele, eu perdoei tudo, mas isso não tem justificativa e muito menos perdão.
- Mas você não ama ele?
- Amo, eu amo ele com todas as minhas forças.
- Então?
- Eu não consigo, não dá, amanhã vou procurar um advogado para entrar com o pedido do divórcio.
- Pensa bem porque isso não tem volta.
- Eu sei disso, minha decisão já está tomada.
- Ok então.
- Mas agora vamos falar de coisa boa, eu consegui um emprego.
- Sério? Que ótima notícia, onde?
- Na empresa do pai do João como secretária.
- Esse João.
- Só um amigo porque uma coisa que eu não quero agora é isso.
- Então tá.
- Quando eu receber meu primeiro  salário pode ficar tranquilo que eu vou alugar uma casa.
- Eu nem acredito que ouvi uma coisa dessa, você vai morar aqui viu, te considero um irmã.
- Sério?
- Sim, fora que você não precisa gastar dinheiro com casa sendo que você já tem essa.
- Então tá bom, mas quando eu receberá meu salário vou ajudar aqui dentro de casa.
- Não precisa.
- Precisa sim e sem discussão.
- Tá bom, agora vamos jantar que eu já fiz a comida.
  - Tá bom.

Prisioneira de um fazendeiro Onde histórias criam vida. Descubra agora