Jantar

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Marta
Já era final de tarde, então começo a me arrumar para o meu jantar com o Lucas. Tomo um banho, passo uma maquiagem leve e coloco um vestido que deixa minha pequena barriga mais aparente e lá estava eu pronta para o jantar. Ouço uma buzina de carro e desço porque deve ser o Lucas.
Lá estava ele me esperando parado ao lado do carro. Ele me dá um beijo no rosto e diz:
- Boa noite e como você está bonita.
- Boa noite e obrigada. Você também não está nada mal.
  Ele sorri e diz:
- Obrigado, mas agora vamos?
- Vamos.
Ele abre à porta do carro pra mim. Entro, ele começa à dirigir e eu falo:
- Onde o senhor vai me levar?
Ele me olha feio e fala:
- Senhor?
- Você.
- Agora sim e é uma surpresa.
- Ah não, vou ficar curiosa.
- Vai mesmo.
Conversamos sobre coisas aleatórias no caminho, até que finalmente chegamos à um restaurante bem afastado da cidade, mas que era muito lindo. Ele fala:
- Gostou?
- Sim, é muito lindo.
- Vem, vou te mostrar nossa mesa.
  Sentamos, fizemos nosso pedido e começamos a conversar. Até que nossos pedidos chegaram, comememos e depois de um tempo ele fala:
- Vamos fechar à conta?
- E a sobremesa?
- Calma, à noite ainda não terminou, vou te levar num lugar onde vende às melhores sobremesas.
- Quero só ver em.
Ele chama o garçom e fala:
- A conta por favor.
- Sim senhor.
O garçom vai, depois volta com à conta, pega à conta e coloca o cartão dentro. Eu falo:
- Não senhor, eu pago. Esqueceu que quem está te devendo sou eu?
- Você não está me devendo mais nada, sua dívida comigo era esse jantar que já está pago.
- Eu não vou deixar você pagar.
- E nem eu, até porque fui eu que te chamei e se você não deixar eu pagar vou ficar bravo em.
- Está bem, mas só dessa vez em.
Ele entrega para o garçom e diz:
- Isso significa que haverá outras vezes?
  Fico toda sem graça, sem saber o que responder e falo:
- Vou retocar minha maquiagem.
Me levanto, pego minha bolsa e ele diz:
- Está bem, mas você não respondeu minha pergunta em.
  Vou no banheiro, passo um pouco de blush, batom e volto para a mesa. Me sento novamente e Lucas fala:
- Podemos ir?
- Claro.
Fomos para o carro e alguns minutos depois estávamos em uma doceria. Entramos e Lucas diz:
- Posso te sugerir um doce que eu particularmente amo?
- Mas é claro, afinal essa é sua cidade.
- Pode ser sua também se você quiser.
Ele faz o pedido para um garçonete e eu falo:
- Posso te fazer uma pergunta Lucas?
- Claro.
- Você vai ser sincero?
- Sem dúvidas.
- Quais são suas intenções com tudo isso?
- Bem Marta, vou ser direto porque não gosto de rodeios. Minha intenção é te conhecer melhor, desde do primeiro dia que te vi, não na empresa aquele dia na rua, me interessei por você.
- Justamente por mim? Você está rodeado de mulheres que te querem e que não esperam um filho de outro homem. Então por que justamente esse interesse por mim?
- Não sei, você tem algo que me atraí, além da sua personalidade, caráter... Sobre seu filho, isso não é um problema pra mim. Não espero que você me responda agora, mas quero saber se tenho alguma chance com você?
- Lucas, antes de qualquer resposta minha, quero ser sincera com você assim como você está sendo comigo.
- Está bem.
Eu estou cansada de mentiras, então comecei contando minha história desde do início, desde do casamentos forçado e tudo que aconteceu depois disso. Lucas ouviu tudo em silêncio, mas dava para perceber que ele estava chocado:
- Eu me separei dele vai fazer cerca de um mês por conta da ex e da mãe dele. E principalmente por falta de confiança entre outros motivos... Não sei se ainda o amo ou se apenas estou com raiva, não pretendo voltar com ele de maneira nenhuma, inclusive conversei com ele pelo telefone hoje cedo e deixei isso bem claro. Mas também sei que ele vai aceitar essa decisão sem lutar. Imagino também que ele esteja tentando me encontrar e tenho consciência de que uma hora me achará. Porque por mais que eu ache que ele não se importe com o filho, Rodolfo não vai desistir dele. Mas não vou mentir que sim, eu sinto um interesse por você também. Porém acho importante você saber de tudo para ter consciência de que riscos está correndo e na confusão que está se metendo.
  - Bem, obrigado por ter me falado a verdade sobre absolutamente tudo, me desculpa falar, mas acho esse Rodolfo um grande idiota mesmo sabendo que ele é o pai do seu filho e queria saber se você me permite um tempo pra tentar processar tudo isso?
- Claro, você tem todo o direito.
- Podemos ir?
- Claro.
Fomos embora, no caminho não trocamos nenhuma palavra. Chegamos na porta da minha casa e ele fala:
- Obrigado pela noite maravilhosa.
- Eu que agradeço.
  Desço do carro meia sem graça, estava abrindo o portão, quando Lucas me puxa, me coloca contra o portão e com os lábios quase nos meus diz:
- Posso?
  Eu respondo que " sim" com a cabeça e ele me beija. Foi um beijo tão leve, mas diferente. Até que depois de alguns minutos ele diz:
- Eu já vou indo.
- É melhor.
- Boa noite.
- Pra você.
- Amanhã posso te ligar?
- Claro.
Ele me dá um selinho e vai embora. Eu entro em casa, me sento no sofá. Penso o quanto estou confusa e o que esse beijo significou?
   Rodolfo
  Agora já é final de tarde, finalmente chegamos onde a Marta supostamente está. Fui para um hotel, em uma cidade vizinha, estava morrendo de vontade de vê-la, mas o detetive disse:
- Estou indo agora mesmo para a cidade onde ela por estar, já tenho algumas informações de que casa ela pode estar, vou me instala na cidade e logo em seguida checar essas informações. Qualquer novidade ligo imediatamente para o senhor.
- Por favor, eu queria tanto ir junto com você para checar tudo isso.
- Mas como o senhor sabe, isso não é nada prudente.
- Ok, então vá logo checar tudo isso.
- Sim senhor.
Já havia se passado algumas horas desde que o detetive se foi, aquelas horas se pareciam mais séculos de tão angustiantes, pois ele ainda não tinha ligado. Era tarde da noite, estava quase indo dormir porque pela hora imagino que ele não tenha achado nada, quando  recebo uma ligação.
" Ligação on
- Aqui é o detetive.
- O que você descobriu?
- Eu descobri onde ela mora, foi fácil porque a cidade é pequena e nunca recebe novos moradores.
- Você a viu? Como ela está? O que ela fez?
- Primeiro fui me instalar em hotel, depois achei onde ela morava, mas descobri que ela não estava lá.
- E aí? Para onde ela foi?
- Para onde ela foi não sei, mas aguardei até que ela retornasse. Esperei por horas, quando ela desce de um carro com vidros escuros, não estava  dando pra identificar quem era. Quando ela estava prestes à abrir o portão.
Ele para e falo:
- Continua.
- Não sei se o senhor vai gostar dessa informação.
- Diga que eu julgo isso.
- Quando ela estava prestes à abrir o portão, um homem que eu não consegui indenticar ao certo quem era, pois estava um pouco escuro, diz algumas coisas que não escutei e a beija.
Nessa hora a minha raiva subiu de uma maneira que quase joguei o celular contra à parede, mas respiro fundo e disse:
- Um homem a beijou? Você tem certeza?
- Tenho certeza absoluta, inclusive tirei algumas fotos que estou te enviando agora mesmo.
- Quero que amanhã mesmo você descubra quem é esse homem, o que ele faz, qual a relação deles...
- Sim senhor.
- Boa noite, qualquer novidade me informe.
- Pode deixar senhor e uma boa noite também.
Ligação off"
Não acredito que a Marta está com outro, isso era algo que eu não esperava, nem sei o que vou fazer diante dessa situação inesperada. Parece que a minha missão de reconquista-lá vai ser mais difícil do que eu pensava. Tomo um copo de whisky e vou dormir para amanhã pensar no que eu vou fazer em relação à tudo isso. E principalmente para tentar processar essa bomba.

Prisioneira de um fazendeiro Onde histórias criam vida. Descubra agora