Posição

6.2K 436 34
                                    

Marta
Já faz uns dias que Rodolfo falou que a bruxa ficaria, por enquanto ela não fez nada, vamos torcer para que continue assim.
Vou para casa do André, fui na cozinha para pegar uma fruta, quando Olivia diz:
- Vai ao médico?
- Não.
- Mas a coisa está bem?
- Olha como você fala do meu filho sua bruxa. Você querendo ou não esse bebê é filho do Rodolfo.
- Essa criança pode até carregar o sangue do meu filho, mas o único que eu tenho é o Pietro, filho primogênito e herdeiro de tudo.
- Isso é o que você acha.
- Isso é um fato Marta e outra. Rodolfo logo voltará com a Roberta, disso eu não dúvidas.
- Sonha, eu não vou me estressar com você, com licença.
Nem esperei ela responder e saí.
Cheguei na casa do André, entrei e disse:
- Oi Andrézinho.
- Oi Marta, o que aconteceu? Você me parece um pouco nervosa.
- Nada demais, só aquela bruxa da minha sogra.
- O que ela fez dessa vez?
- Ela quer morar lá e fica falando coisas do meu filho.
- Filho?
- Com essa correria eu acabei nem te contando, eu estou grávida.
- Não acredito que notícia boa.
- Eu estou tão feliz.
- Eu também, quero ser padrinho em.
- Pode deixar.
- Como Rodolfo reagiu com a notícia?
- Ele reagiu muito bem, melhor que eu para ser sincera.
- Que bom e você como reagiu?
- Olha André vou ser sincera, eu não queria, lutei muito contra isso e nem fui eu que contei para o Rodolfo. Estou aceitando aos poucos ainda.
- Por quê?
- Porque eu não queria sabe, não foi planejado...
- Eu entendo o seu lado, mas essas coisas nem sempre acontecem na hora que a gente quer.
- Pois é.
- Mas mudando de assunto, em relação ao sua sogra, você deveria contar para Rodolfo tudo que ela faz e fala.
- Não acho que ele vai acreditar.
- Você tem que tentar. Não é saudável para você ficar se estressando com gente assim.
- Verdade né, vou falar com ele mesmo. E a Ju, como está?
- Ela está ótima, foi passar o final de semana com os pais.
- Que bom, meu afilhado parece que não nasce nunca em.
- Aguenta um pouco madrinha babona.
- Sou mesmo, você também vai ser.
- Eu vou ser o padrinho do seu bebê?
- Mas é claro né.
Conversamos mais um pouco e eu fui para casa. Cheguei em casa e estou determinada a contar tudo para o Rodolfo. Vou à cozinha e falo:
- Maria?
- Oi menina.
- Rodolfo já chegou?
- Já sim, onde ele está?
- No escritório menina.
- Sozinho.
- Sim.
- Obrigada Maria.
Vou ao escritório e entro. Rodolfo vem me dar um beijo e diz:
- Olha só quem está aqui, meus dois amores.
Ele beija minha barriga e diz:
- Vocês estão bem?
- Estamos muito bem e você?
- Melhor agora vendo vocês. Como foi na casa do André?
- Foi legal, mas precisamos conversar.
- Lá vem bomba, o que foi dessa vez? É alguma coisa com o bebê?
- Não, o bebê está ótimo. É sobre sua mãe.
- De novo esse assunto?
- Sim Rodolfo.
- O que aconteceu agora?
- Tudo, eu não vou aguentar sua mãe sob o mesmo teto que eu.
- Por quê?
- Ela me odeia e faz questão de deixar isso claro.
- Marta...
- Calma que eu não terminei. Ela sempre joga você para a Roberta, coloca o Pietro contra mim e agora está falando coisas horríveis sobre o meu filho.
- Isso são suposições suas. Primeiramente, a questão da Roberta, eu já te expliquei. O Pietro é como qualquer criança que queria ver os pais juntos e que coisas horríveis são essas que ela anda falando?
- Ela chamou meu bebê de "coisa", falou que você só tinha o Pietro de filho...
- Não tem sentido nisso tudo. Minha mãe não iria dizer isso meu amor.
- Pois ela falou.
- Marta, ela pediu pra ficar próximo do neto e de você. Não tem lógica tudo isso.
- Você está tão cego Rodolfo. Sua necessidade de ser aceito por sua mãe é tão grande que você não enxerga o que está na sua frente e não acredita na sua própria mulher.
- Marta, não é isso e você sabe. Será que você não está com ciúmes?
- Por favor né, você acha que eu inventaria tudo isso por ciúmes?
- Meu amor...
- Meu amor nada, eu cansei Rodolfo. Não vou me colocar nessa situação, eu fiz de tudo mesmo, tentei relevar, mas mesmo assim não foi o suficiente.
- Vamos conversar, tentar resolver tudo isso.
- Era o que eu estava tentando fazer, mas você não me escuta. Estou indo para a casa do André.
- Calma Marta, não faz assim.
- Calma nada, já está decidido.
Saí do escritório e fui para o nosso quarto fazer uma mala. Rodolfo estava atrás de mim e disse:
- Pensa bem Marta.
- Eu já pensei.
- E nós? O nosso filho?
- Nós nada e do MEU filho eu cuido.
- Seu nada, nosso.
- Se ele fosse " nosso" como você diz, você pensaria no bem dele.
- Eu penso e você sabe.
- Manda sua mãe embora então, faz alguma coisa, toma uma atitude e eu não vou.
- Você poderia pedir qualquer coisa, mas você sabe que isso eu não posso fazer.
Já tinha colocado tudo dentro da mala, desci e falei:
- Tchau Rodolfo, só me procure quando você tomar uma posição de homem.
- Não vai Marta.
Quando eu ia entrar no carro, ele segura meu braço e diz:
- Fica por favor?
- Não e me solta se não vai se pior.
Ele solta meu braço e entro no carro com lágrimas nos olhos.

Prisioneira de um fazendeiro Onde histórias criam vida. Descubra agora