— O que eu acho interessante é que não me parece uma história só dele ou dela, é a história deles. Duas histórias que se entrelaçam em uma.
Cedric dizia consigo mesmo. Desde que Cirse se foi, sua única companhia era Félix, mas parecia que nem ele ouviria seus longos monólogos acerca do livro.
O livro, cada dia que passa mais interessante ficava. Tinha tanto amor, ao mesmo tempo dor e mistério. Esse Conto de Fadas era diferente dos outros. Foi realmente Cirse que os juntou, Cedric descobriu isso há poucos dias, agradecia não precisar dizer a ela. O livro se moldou a partir dela ou ela se fez a partir das páginas? Difícil dizer. Entretanto, estava claro a importância da Feiticeira na vida desses dois.
(...)
"Os dois crescerão em mundos opostos. Ele se naturalizará em um lugar idealizado, cheio de beleza e uma falsa perfeição, enquanto ela terá que achar graça em um ambiente de terror e será obrigada a se acostumar em um mundo, que acredita ser seu."
Não teve um só dia que Adam não se viu assustado com Cirse, apesar do filho crescer como qualquer criança normal seu coração não conseguia ter paz imaginado, que em algum momento algo terrível aconteceria.
O príncipe Benjamin foi uma criança normal, a medida do possível, uma vez que, o peso da coroa recaia sobre ele. O menino ralou o joelho, caiu de bicicleta, teve medo de monstros debaixo da cama, enquanto tinha aulas de equitação, aulas de piano, modos a mesa e aulas de três idiomas diferentes.
No meio das contradições, ainda era assustador imaginar que um dia Ben podia acordar e estar cheio de pelos pelo corpo e chifres.
— Bom dia Lumiere
O garotinho sorriu e desceu escorrendo pelo corrimão da escada
— Bom dia príncipe. — O mordomo respondeue nem prestando atenção no menino descendo pelo ferro perigoso. — Ou, espere!
— Te vejo lá embaixo Lumiere
Continuou descendo sem parar com um sorriso faceiro
— Te peguei!
Adam pegou o filho pequeno no colo.
Benjamim era um belo garotinho de olhos castanhos quase verdes, cabelos do mesmo tom que sempre caiam em seus olhos, além de ser um tanto levado para idade, porém ele era gentil, educado e alegre como sua mãe.
— Papai.
Reclamou triste pelo fim da brincadeira
— O que é isso Ben? Um futuro rei não deve ficar correndo pelo castelo
Essas palavras sempre o assombrariam "Um futuro rei não deve agir assim", afinal qual a postura exata de um rei? Com certeza, não era a dele.
— Papai o que é lá?
Apontou para fora da janela onde havia uma densa nuvem sobre uma pequena ilha.
— É a Ilha dos Perdidos.
Respondeu calmante.
— Quem vive lá?
— Os vilões. Sabe? Quem quase roubou a lâmpada do Aladdin ou aquela filha da mãe que quase roubou a mamãe de mim.
— E por que eles estão lá?
— Para pagar as dívidas dele com o nosso povo Ben
— E eles não podem sair de lá papai?
— Não, fique tranquilo eles nunca saíram de lá. Tem uma barreira que nos protege.
Adam acreditou que as perguntas do filho eram em relação a segurança e que tinha medo de alguma invasão ou algo do gênero, mas a curiosidade de Ben pelo que havia além do reino era mais do que isso. O pai só queria a proteção do filho, seu maior desejo era esse, que Ben tivesse a melhor vida possível até o dia que tomaria a coroa e viveria em prol da monarquia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Once Upon a Dream
Fanfiction"Eu te conheço, andei com você uma vez num sonho. Eu te conheço, seu olhar tem um brilho familiar e eu sei, é verdade que as visões são raramente o que parecem." O amor de Ben e Mal era um amor que já estava sendo escrito há vários anos. Quando fina...