Havia passado vinte quatro anos desde a última vez que Cedric teve qualquer tipo de informação sobre Cirse. Houve um boato ou outro, porém nenhuma sombra da mulher de fato. Até hoje ele jurava que ninguém pensava nela, além dele. Entretanto, para o seu total engano o rei e a rainha estavam a procura da Feiticeira.
— Então, você sabe o porquê de o rei estar a procurando?
Rashid perguntou aflito. Ele conhecia Cirse e ao contrário do amigo não fazia ideia o motivo do desaparecimento repentino dela
— Sei, mais ou menos. — Passou as mãos cabelos quase que puxando-os de tanto nervoso — A Cirse é uma peça fundamental na história daquele Conto de Fadas
— Aquele que você está protegendo?
— Sim, mas ela ficou muito assustada quando lançou uma profecia, que achou que era uma maldição. — O bibliotecário começou a andar de um lado a outro. — Ela não quis me ouvir e eu tinha que cuidar do livro.
— Espera aí Cedric, começa a fazer sentido.
Naquele momento o mago tinha uma importante decisão. Contar para o amigo infringiria o Manual de Leis de Proteção ao Livro. Regras estas que lhe foi ensinado ao longo dos anos, contudo era a primeira vez que uma pessoa fora da história interferia tanto. Cirse era sua amiga e se realmente fosse ela quem juntou o casal real, não teria que protegê-la?
— Aí que se dane! — Falou alto e não lingando para as consequências. — Presta atenção, esse Conto é diferente de todos os outros. Não existe princesa. A menina é filha de pessoas muito poderosas e ela tem muita magia e o príncipe, é príncipe, mas meu amigo eu te garanto ele é totalmente diferente de Philipe e companhia
— Ok, mas onde a Cirse entra nisso tudo?
— Rash, me escuta, esse Conto de Fadas vai mudar de novo nosso mundo.
Cedric queria que seu amigo entendesse seu medo e desespero
— Já entendi, eles são importantes, mas e a Cirse?
— A Cirse ficou muito brava com alguém também muito importante na história, mas ela não sabia que ele estava lá. — Como era difícil falar de algo e não poder dizer o nome das pessoas. — Acontece que ela ficou tão brava que soltou uma profecia.
— Igual como foi com Adam?
— Sim! — Como queria que Rashid deduzisse tudo sozinho. — Com Adam foi uma maldição e também estava no livro, só que, dessa vez não era maldição, era uma profecia.
— E você sabe qual é essa profecia?
— Claro.
— E você pode dizer?
— Se eu me lembro bem era "O seu fruto colocará fim em seu reinado. De onde menos se espera virá a felicidade e a discórdia. Esse seu mundo mudou por conta de seu conto, porém será uma história ainda mais forte que a sua que lhe fará se arrepender de querer separar o mundo."
— Sem conhecer a história isso não faz sentindo nenhum para mim. — Como Cedric queria que Rashid entendesse os pouco sinais que ele tinha dado. — O que ainda não entendi é a razão do rei Adam e da Bela estarem atrás da Cirse, o que tudo isto tem haver com eles?
— Rash eu confio plenamente em sua inteligência, porque eu não posso dizer mais que isso e você meu caro amigo se prestar atenção irá entender tudo.
O guardião implorou para que o amigo entendesse o que estava dizendo. A criação do País das Maravilhas ficou pensativo por um longo tempo, tempo demais até conseguir preencher algumas lacunas.
— Ou! Espera...não...— Quando sua mente começou a repetir tudo que Cedric falou e o que já sabia foi como uma explosão. — Não! Sério?
(...)
Duas semanas depois
Em quatorze dias muita coisa aconteceu em Auradon, principalmente para Ben. Quatorze nobres continuavam irredutíveis sobre a coroação de Ben e seu adiantamento, uma minoria queria que ele aprendesse mais sobre o governo e uma favorável maioria acreditava ainda não no potencial do menino. Benjamin estava exausto. Entre reuniões, bailes e a escola ele não estava dando conta de prestar atenção em mais nada.
Ao contrário de Auradon, a Ilha dos Perdidos continuava igual. Malévola ainda colocava terror em todos, Mal tentava fazer igual, mas agora com a inclusão de Evie, Carlos e Jay, que se tornam uma bela gague. Não tinha muitos acontecimentos no pequeno continente. A não ser os sonhos recorrentes que a menina dos cabelos roxos teve ao longo da semana. Não eram sonhos, pareciam lembranças.
Sonho
— Ela não será nossa rainha!
Mal ouvia uma gritaria insuportável. Nem os motins da Ilha eram tão barulhentos
— O livro, ache o livro. —Ouvia uma voz baixa, mas que se destacava em meio aos gritos. — Mal, o seu destino está no livro
A filha da Malévola acordou assustava como sempre. Preferia os sonhos antigos, pelo menos eles não pareciam tão perturbadores quanto estes.
(...)
Estados Unidos de Auradon
Não tão diferente dela o herdeiro ao trono também vinha tendo sonhos, entretanto os deles eram bons, tão bons que fizeram ele perder a hora mais de uma vez nesta semana. Era com Mal, a menina atrevida, que dizia o que pensava na frente dele, sem medo de repressões.
Mal lhe parecia tão diferente das garotas de Auradon. Não só pelo cabelo e a roupa, mas por ser quem era. Tudo bem, não a conhecia, ficou com ela durante três dias, sendo que, na maioria do tempo foi rude e grosseira. Contudo, isto era tão bom! Geralmente todo mundo toma tanto cuidado como se comportar na frente do "príncipe herdeiro", que parecia falso se vezes.
Mal, essa menina que jamais conheceria, se não tivesse se arriscado a tomar uma atitude ousada. Pensar nesta garota fez os dias parecerem menos chatos e estressantes. Ok, nunca mais a veria e ele tinha uma adorável namorada que potencialmente seria sua rainha, contudo continuaria pensando nela quando seus dias fossem tediosos.
E hoje ele poderia dizer que estava com o peito radiante, porque iria até a Ilha dos Perdidos ver Evie e levá-la para ver a prima de Doug e como queria ter a sorte de ver a moça dos cabelos púrpura de novo.
(...)
Nestas duas semanas quem mais teve coisas para pensar foi Cedric. Depois de apurar toda a história ficou sabendo que Fada Madrinha, Bela e Adam estavam há vinte anos procurando Cirse. Desde que chegou em Auradon não sentia tanto medo. De modo algum o rei podia ficar sabendo de Mal. O tempo estava passando e se esgotando. Mal e Ben precisavam se apaixonar logo. Tempos desesperados pedem medidas desesperadas
— Olha, eu sei que você percebe o mundo exterior. — Cedric foi até o livro e começou a falar com o objeto. — Então, presta atenção nisso, tem que adiantar as coisas. Você quis um conto diferente, pois bem, aí está ele, você criou um conto poderoso e único e agora tem que me ajudar a protege-lo. Os Contos de Fadas são lindos aí dentro, mas aqui, na realidade eles são bem mais complicados. Dê um jeito nisso!
Possivelmente Cedric não entendia o que estava pedindo, pois no fundo só estava desesperado. Entretanto, assim que deixou o objeto de novo em cima da mesa. O livro se abriu sozinho fazendo com que sua capa batesse na mesa e fizesse um barulho estrondoso. Antes que ele dissesse algo, páginas começaram a desatar do livro. As folhas começaram a sair fazendo um pequeno furacão em volta do rapaz. Uma a uma foram saindo da estranha ventania que se fez e parando empilhadas em cima da mesa.
Quando Cedric foi ver o que tinha acontecido percebeu que as folhas eram as páginas do livro e ao olhar para o objeto viu que estava reescrevendo. Ele estava adiantando e mudando a história para o bem dela mesma.
O livro fechou de novo e em cima dele o guardião achou um bilhete.
Tome conta do livro. O proteja de todos que querem usar para o mal.
Não fale mais nada do que deve ser segredo...

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Once Upon a Dream
Fanfiction"Eu te conheço, andei com você uma vez num sonho. Eu te conheço, seu olhar tem um brilho familiar e eu sei, é verdade que as visões são raramente o que parecem." O amor de Ben e Mal era um amor que já estava sendo escrito há vários anos. Quando fina...