Alguns meses depois
23:15 horas
Os dias que passavam caminhavam Ben em direção a sua coroação e a beira da loucura. Jovens normais esperavam pelos dezoito anos, futuros reis tinham ataques de pânico com a proximidade da data. Ele literalmente estava dormindo em pé segurando uma pasta e se afundando de papéis.
Dada a situação quando o dia já tardará Adam permitiu o descanso, por isso, Benjamin não perdeu tempo em correr para o quarto, escovar os dentes, vestir seu pijama e se jogar na cama. Obviamente que o sono veio em minutos. O sono do menino estava tanto, que nem se deu ao trabalho de tomar o que chamava de "chá do sono."
(...)Ilha dos Perdidos
Para além do cansaço de Ben, havia uma pessoa que desconhecia o que era estar cansada. Desde as sete da manhã em pé bagunçado a ilha e criando caos, só estava indo para casa, porque era quarta-feira, ou seja, todos os idosos da Ilha, lê-se pais, saiam de casa e se encontravam para conversar, xingar e agir como pessoas de quarenta anos. Mal não tinha ânimo para isso, porém também não queria dormir, porque sabia o que aconteceria caso fechasse os olhos. E ela tentou, a menina tentou se manter acordada, mas teve um momento em que não teve mais como ficar acordada.
(...)
Ben andava outra vez por aquele estranho lugar. Não podia acreditar que outra vez estava lá. O lugar parecia mais sombrio do que nunca, a pouca luz que tinha só piorava a situação, contudo dessa vez pelo menos tinha pessoas.
— Oh garoto sai da frente!
Um menino gritou com ele, que só teve um pensamento a princípio, aquilo eram modos? Pelo menos sabia que não estava em Auradon, as crianças de auradonianas não agiam daquela forma...nem falavam...ou vestiam...ninguém em nenhuma província em Auradon era desse jeito. Onde ele estava?
Diferentemente de quando pisou ali pela primeira vez, dessa vez parecia que estava em um dia normal semana, já que, agora havia pessoas e comércio funcionando. Do nada o príncipe viu duas pessoas brigando, geralmente interviria, porém dessa vez não fez isto, porque de uma hora para outra o que era uma pequena troca de socos, se tornou uma violência generalizada. Ben começou a ficar com medo daquele ambiente. Assim que viu uma marquise correu e se escondeu debaixo dela.
— Ei! Cuidado! —Ouviu alguém gritar. Conhecia aquela voz. Quando olhou para trás viu o que com certeza jamais esqueceria. Um par de olhos verdes o olhando de maneira assustadora. Pareciam duas lâmpadas florescentes verdes ou duas chamas esverdeadas, mas não o intimidava, pelo contrário, o atraia. Quis chegar mais perto dela para poder ver mais que os olhos, já que a pouca luz o impedia de perceber mais — Precisa sair daqui!
— Ei, espera.
— Te vejo por aí príncipe.
Ela saiu correndo o deixando ver aquele vulto roxo de novo
— É você.
O despertador ao lado de sua cama o tirou do perfeito sono. Ele grunhiu de raiva, iria se pôr a correr atrás dela, mas aquele aparelho ridículo não deixou.
(...)
Mal chegou em um ambiente que não estava habituada. Era limpo demais, claro demais e muito silencioso, mas a última parte não iria reclamar.
— Bom dia.
Alguém disse a ela. A pessoa tinha um sorriso enorme que nunca em sua vida havia visto. Há alguns minutos já sabia que não estava na Ilha, mas foi só agora que percebeu que um lugar tão solar como este só podia ser Auradon.
Ela estava em Auradon. A terra da alegria, liberdade, magia e... como voltava para casa?
Precisava manter sua respiração ritmada, ela buscava em volta algum sinal de que aquilo era um pesadelo.— Ei, você está bem? —Alguém pegou em seu ombro. Aquele som, está voz, era ele. — Mal, tudo bem? — Ele pegou nos ombros dela. Ela não deixava outras pessoas encostaram nela.
— Você?
Ela olhou para trás com medo. O homem da voz misteriosa era mais alto, por isso, para vê-lo teve que levantar a cabeça e o ver brilhar entre o sol mais brilhante e forte ainda. Foi aí que viu um olhar que a assuntou mais ainda. Não era o olhar dele que a assustou, foi o que sentiu quando o viu.
— Está tudo bem? — Ele sorriu. Ele tinha as mesmas marcações que ela tinha na bochecha. — Te vejo mais tarde Mal. — A deu um beijo no rosto. Até então Mal pensou que ele estava se enganando de pessoa, porém disse o nome dela. Então, se conheciam? Nunca deu liberdade para ninguém chegar tão perto assim. Nunca na sua vida alguém chegou tão próximo.
Mal acordou ofegante na cama. Sentou se com falta de ar e com as mãos suando.
Precisava de ar... este foi o pior dos pesadelos, quem era este menino de brilho estranho? Ela o conhecia de algum lugar.(...)
"Aquele tinha sido o último sonho. Agora só faltava a realidade se encontrar com o que estava no inconsciente. Um desejo intenso nascia de saber o que não se sabia. Queriam se conhecer, só para saber que o sentiam não era fruto de loucura e que havia um pouco de sanidade nesses assombrosos encontros de sonhos. Sim, tinha medo. Ela tremia com a ideia de sair de onde sempre esteve e ele duvidava de si mesmo, afinal onde encontraria um ser como aquele em toda Auradon?"
(...)
Estados Unidos de Auradon
O aniversário do herdeiro ao trono se aproximava cada vez mais e toda Auradon aguardava ansiosamente este momento.
— Então, Benny o que vai querer de presente?
Audrey perguntou o abraçando ainda mais apertado.
— Ah?
Ele assustou. Sua mente estava longe dali. Desde de aquele sonho sua mente não descansava. Os olhos de chamas o perturbavam. Aquele lugar não saia de sua cabeça e tentava equilibrar isto tudo, enquanto ainda se preparava para a coroação, que seria dois meses após do seu aniversário.
— Eu quero saber o que vamos fazer de pegadinha?
Chad perguntou.
— Pegadinha? É o aniversário dele.
Doug perguntou
— De 18 anos. Você logo será e rei e blá blá
— Acho que seria divertido.
Ben alegou tentando sorrir.
— Ok, será eu, você, Aziz, Lee, Doug e Audrey, você vai querer ir?
— Não mesmo, seja lá o que for, estou fora.
— Tudo bem, o meu plano é o seguinte, prontos? Ilha dos Perdidos
— O que?
Audrey quase cuspiu o suco.
— O que tem a ilha dos Perdidos Chad?
Doug perguntou preparando para ouvir uma ideia estúpida.
— Ok, Ben nunca fez nada estúpido ou irresponsável. Então, minha proposta é: ele terá que pegar a limosine e entrar na Ilha.
— O que?
— Não mesmo
— Jamais!
— Acho que seria legal fazer alguma coisa burra antes de pôr uma coroa na cabeça.
— Ben, você perdeu sua cabeça?
Audrey tentou colocar um mínimo de juízo na cabeça do namorado
— Eu não preciso entrar na Ilha, mas chegar até a barreira.
Ben defendeu o amigo.
— É por isso que gosto desse menino.
— Faremos mesmo isso?
— É o meu aniversário e minha última chance de ser eu mesmo longe dos meus pais e aquela coroa.
"Eles nem ao menos notavam as teias que traçavam para o futuro. De tempos em tempos um conto aparecia e dele surgia um encontro."
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Once Upon a Dream
Fanfic"Eu te conheço, andei com você uma vez num sonho. Eu te conheço, seu olhar tem um brilho familiar e eu sei, é verdade que as visões são raramente o que parecem." O amor de Ben e Mal era um amor que já estava sendo escrito há vários anos. Quando fina...