O fim preminente parte 2

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— País das Maravilhas? — Malévola disse. — Não acho que a Rainha Branca gostará da minha companhia. — Ela e Rashid caminhavam pelas ruas do mundo subterrâneo.

Rashid estava tão nervoso com Merlin que o único lugar que veio à mente foi sua casa. Agora estava na terra da felicidade com a mulher mais detestável do mundo. Contudo, teria que admitir que Malévola tinha razão, quando Branca soubesse que a trouxe para dentro de seu reino com certeza o mataria.

—É só ficar calada, vamos para parte mais afastada do castelo.

— Esse lugar está mais colorido do que da primeira vez. — Comentou baixo. O primeiro de vários comentários que faria ao longo da viagem. Estava sendo difícil ouvir a voz aguda em meio aos seus pensamentos preocupados. — Como pode ser tão alegre? As pessoas daqui nunca ficam tristes ou com raiva? Nunca mesmo?

—Faz de propósito, não é?

—O que? Falar incessantemente com uma voz mais aguda do que o normal, sabendo que está altamente nervoso? Talvez

—Você e sua filha são idênticas

Carregava aquelas correntes que prendiam ela com mais raiva ainda.

—Como está ela? Não a vejo desde que a tirou da Ilha.

—Bem

—Vocês disseram que ela estava no Livro? Quem ela é lá?

— Um personagem.

—Me poupe de poucas palavras homem estranho, ela é... ela é como eu?

—Quer dizer vilã? — Ela assentiu e Rashid enxergou medo em seu olhar. — Não, sua filha não é vilã. — Mesmo estando há poucos metros de distância pôde ouvir o suspiro de alívio dela. — Malévola, não acho que você seja 100% vilã também.

—Ah, você não acha. Devo me sentir insultada?

—Conheço sua história, comentou crimes, porém não te vejo com a única vilã.

—Disse que não sou a única vilã. Ainda assim sou uma. — Falou com desdém, enquanto observava a paisagem ao seu redor. — Essa é a rosa do sono?

— Só estou dizendo que não te vejo com a mais perversa das mulheres. Sim, essa é a rosa do sono, evite tocá-la, embora fosse ser engraçado te ver cair em um feitiço de sono.

—Tive que enfeitiçar uma roca de fiar, quando poderia simplesmente ter usado está planta? E não se engane, não importa o que transforma uma pessoa em má, o que vale são os crimes que ela cometeu contra os bonzinhos.

—Não vejo dessa forma e somente a flor não garante sono eterno.

—Se pergunte, quantas pessoas sabem da verdade? A história desde o princípio, aquela que pelo visto você tem conhecimento.

–Se te contar, jura segredo? — Parou a caminhada e a olhou sério. — O que estou fazendo, confiando na rainha do mal? — Riu da sua ingenuidade.

—Tem minha palavra.

—Como se valesse de alguma coisa. — Riu e dessa vez até Malévola riu. — A história que te consta e está no Livro foi manipulada

—O que disse estranho? Como assim?

Malévola não prestava atenção em muitas pessoas, nem mesmo em sua filha. O que acabara de acontecer foi inédito para quem costumava desprezar seres mortais.

— Cedric me contou. Na verdade, o conto "A Bela Adormecida", não é sobre Aurora, é sobre você Malévola.

—Você está com raiva e este sol desprezível deve estar mexendo com seu pequeno cérebro, isto é impossível.

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