A nova vida

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Nunca foi fácil viver na Ilha. Tinha dias ruins e dias menos ruins, porém falar que havia tempos fáceis, era uma mentira. A grande verdade é que se sobrevive na Ilha dos Perdidos e a maioria dos moradores atuais ainda não tinha se acostumado com essa verdade.

Os poucos que ficaram e não fugiram quando tiveram a oportunidade não tinha nada que se queixar, porque a vida continuou normalmente. Contudo, os que viviam há seis meses ainda tinham muito o que aprender. Nos últimos vinte anos a maioria dessas pessoas literalmente viveram "felizes para sempre" passar fome, ficar doente e não ter um lugar para dormir se tornou parte de suas vidas.

As casas foram bem distribuídas na medida do possível, uma vez que, Auradon tinha bem mais pessoas do que a Ilha dos Perdidos tinha antes e a comida, bom, sempre faltou, não seria agora que teria fartura. Na medida do possível aqueles auradonianos estavam se esforçavam para viver. Fada Madrinha e outras criaturas mágicas lutavam para ver se tinha alguma brecha na barreira, entretanto se não foi possível achar até agora, dificilmente aparecia uma agora.

A Ilha dos Perdidos nunca permitiu a felicidade e era óbvio que era difícil ser feliz, mas, duas pessoas estavam vivendo os melhores dias da sua vida. Há seis meses Mal e Ben viviam dias ensolarados, mesmo que tecnicamente o sol não ultrapasse a barreira. Era engraçado pensar que o príncipe que viveu na mais importante família de Auradon e foi cercado de todo o conforto que a realeza poderia oferecer descobriu a felicidade longe de seu castelo.

Benjamin cresceu com muito luxo e nunca reclamou de poder ter uma cama enorme, um confortável colchão, lençóis e cobertores vindos de Agrabah, todavia, agora era dormindo em dois pedaços de madeira e num fino colchão que seu sono vinha tranquilo. A Ilha nunca foi o lugar que pensou viver seu conto de fadas, porém isso deixou de importar quando Mal o abraçou seis meses atrás.

Mal estava rindo com seus amigos quando viu seu príncipe ser despejado bem na sua frente. Não esperava vê-lo e muito menos imaginou que ele acabaria por vivendo lá. Ela não teve tempo de processar essa novidade, porque enquanto estava apresentando a nova casa para Ben descobriu que sua mãe era a nova rainha de Auradon.

Foi muito rápido, a barreira abriu, os que tinham magia foram os primeiros a ir e o resto foi se jogando no mar, deveria ser melhor morrer afogado do que perder essa oportunidade. Feliz foram as bruxas que mantiveram suas vassouras. Em meio ao lamento daqueles que não escaparam, a menina de cabelo roxo também viu pessoas literalmente aparecem na sua frente e pelas roupas soube que eram de Auradon, correu para falar com Ben, porém a reação dele a surpreendeu, uma vez que, ele pediu que eles se escondessem durante um tempo e quem dera ficassem sem serem percebidos por mais alguns dias, porque aqueles cidadãos não receberam a ajuda deles com muita alegria e até hoje a convivência deles era nula, pois de fato odiavam ela e Benjamin.

Mal não foi para Auradon. Malévola diferente de muitos vilões queria sua filha reinando ao lado dela, Mal deveria continuar seu legado e por isso era importante tê-la ao seu lado, mas quem não queria isso era a própria menina. As semanas que viveu em Auradon ao lado de Rashid e outros a mostraram que ela não queria mal para ninguém e que amor era uma das dádivas mais lindas que havia e sua mãe não era adepta a esse pensamento. Tem meses que ela estava à procura de sua filha, mas não a encontrava, uma vez que, não imaginava que a menina gostaria de permanecer na Ilha. Embora, fosse difícil viver escondida, era melhor desse jeito, pelo menos estava com aqueles que amava.

— Bom dia casal. — Carlos cumprimentou o casal sorridente. — Já tomaram café?

— Bom dia

Jay apareceu entrando pela janela

— Trouxe nosso café da manhã;

Evie disse sorrindo.

Não querendo e nem podendo continuar vivendo na antiga casa Mal e os outros foram viver no esconderijo deles. Malévola não conhecia aquele lugar e ninguém quase nunca entrava lá por medo do prédio desmoronar.

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