"Eu te conheço, andei com você uma vez num sonho. Eu te conheço, seu olhar tem um brilho familiar e eu sei, é verdade que as visões são raramente o que parecem." O amor de Ben e Mal era um amor que já estava sendo escrito há vários anos. Quando fina...
"Esperei por você" essa frase ecoava na cabeça de Mal sem parar. Fazia semanas desde aquele sonho, e sim teve pesadelos seguintes a esse, mas ele, o personagem do sonho sempre dizia a mesma coisa, "Eu esperei por você". Quem esperava por ela? Em todos os outros sonhos tentou descobrir quem era essa pessoa, porque parte dela acreditava que tudo era algum tipo de pegadinha estranha.
— Está tudo bem com você?
Jay perguntou. O filho de Jafar era o mais próximo do que poderia ser considerado como amigo. Mal estava há mais de meia hora parada olhando para o nada e ele estranhou.
— Ah? Sim, claro. — Voltou a realidade. — Você já teve um pesadelo?
— Viver nesse lugar já é um pesadelo.
Ninguém entenderia o que estava se passando na sua cabeça, nem sabia porque estava falando disso com Jay.
Mal queria respostas. Queria entender o que eram essas coisas bizarras que estava sonhando e que eventualmente estavam tirando o seu sono.
(...)
Estados Unidos de Auradon
Em lugar meio distante, em um quarto enorme na escola Auradon Prep., um príncipe acordava feliz por ter tido uma noite completa de sono. O remédio que Primavera ofereceu teve resultados incríveis. Ele estava tendo sono de bebê, sem sonhos, pesadelos ou vozes que não saem da cabeça.
Enquanto Benjamin se arrumava para mais um dia, questionava-se sobre os sonhos. Sim, ele estava tendo sonos perfeitos e isso era bom, mas por outro lado, alguma parte dentro dele ainda queria descobrir quem era a dona da voz. Enfim, Ben não tinha tempo para isso, no ano seguinte faria dezoito anos e seria coroado rei, por isso sua agenda estava cheia de compromissos. Desde agora até tarde da noite tinha encontros e reuniões com o pai e o povo, por isso dormir uma noite inteira de sono era tão importante...se houvesse um jeito de saber quem era aquela pessoa.
Imerso em seus pensamentos ele saiu do quarto pronto para as aulas.
— Hey, futuro rei
Chad o cumprimentou. Criado com ele desde sempre, o filho de Cinderela era quase que um irmão.
— Oi Chad.
Disse sem animação, pela fala do amigo. Ninguém precisava lembrar o tempo todo que logo sua vida mudaria.
— Que desânimo cara, brigou com Audrey?
— Audrey? Tem uns três dias que a não vejo. Ela está em Auroria com a avó.
— Então, é isso mesmo que você quer dizer?
O menino perguntou visivelmente entusiasmado com alguma coisa que Ben ainda não tinha entendido
— O que?
— Planejamento da sua festa de 18 anos
— Sério Chad? É ano que vem.
— Na verdade são dez meses até lá
— Certo, quando estiver perto nós falamos disso ok? Agora vamos, porque a primeira aula é com Sr. Dailey
(...)
Em algum lugar na Floresta
Durante todos esses anos passados, Cedric fez de tudo que para proteger o Livro de Contos de Fadas. Mesmo após a criação de Auradon, foi tão fácil cuidar do objeto, porque quase ninguém sabia que ele existia. A missão de Cedric era apenas ficar escondido, enquanto acompanhava a história se desenrolar e visto que, a maioria dos vilões estavam preso em uma ilha no meio do oceano, ele só teve que passar vinte anos preso dentro de casa.
— Certo Félix, meu plano é o seguinte. — Ficou quieto tentando pensar no que fazer. Ele não sabia quando, todavia, agora estava extremamente perigoso ficar em sua casa. — Não tenho um plano, mas não podemos ficar aqui. Eu só preciso pensar um pouco. — Ele respirou um pouco passando a mão em seu gato. — Eu tenho um contato em Auradon, talvez seja louco, mas provavelmente lá seja o lugar mais seguro para nós e para o livro.
Para um guardião de mais de cem anos celular não era uma opção, por isso uma poção aqui e outra ali e ele foi capaz de fazer uma "chamada" com um velho amigo.
— Cedric?
A voz do outro lado do espectro perguntou tentando ver a cara de Cedric do outro lado.
— Oi Rashid
Rashid era um mago de inteligência invejável, nascido e criado no País das Maravilhas, junto de outros bruxos desenvolveu uma inteligência absurda sobre magia.
— Isso é sério? Faz décadas que não te vejo
Perguntou feliz por ver um dos únicos amigos que tinha.
— Pois é, trabalho de guardião
— E eu acho que a sua chamada tem a ver com isso. Acertei?
— Você acha que é possível acolher a mim e meu gato em Auradon?
— Claro, claro que sim.
(...)
Adam não conseguia ter paz, enquanto não soubesse até onde iria a maldição da Cirse seria impossível sossegar. No ano seguinte em dia como esse, Ben seria rei e não poderia não deixar que ele entrasse na corte real oficialmente com o risco de um feitiço mortal se concretizar.
Fada Madrinha passava horas lendo a respeito de feitiçaria e as pequenas informações que tinha, contudo parecia que nada se encaixava. A única coisa mais clara que tinham com certeza, era os pesadelos do menino, que parecia não ter sentindo nenhum. Pelo que o filho da Fera descreveu, ele estava em uma floresta e ouviu uma voz, que segundo ele era familiar. Quanto mais o tempo passava mais crescia a preocupação do pai e rei.
(...)
"Ela não sabia o que sentia até perdê-lo e ele não tinha conhecimento o quanto a queria, até ela sair. Era mais que contato humano, embora entre eles este aspecto era único e ambos jamais sentirão algo parecido com outras pessoas."
"Eu sinto que eu nunca gostei de mais ninguém como eu gosto de você."
...
"Eu quero estar com você... sim eu assumo todos os ricos que isso possa ter."
Está página do livro acabará de ser escrita quando Cedric sentiu um arrepio e algo dentro dele dizia que o que viria não era para o bem. Fechou o livro fazendo um grande barulho e guardou o enorme livro na bolsa. Félix, seu precioso gato pulou se agarrando ao dono. Era isso, tinha que sair dali o quanto antes. Deu um breve adeus a sua casa e desapareceu através de uma névoa feita de magia.
O homem estava com tanto medo e preocupado com a proteção do Livro de Contos de Fadas, que nem olhou para trás ou para o chão quando foi embora. Cedric não foi capaz de perceber a página que caiu do livro quando fechou a porta com certa violência e pressa em ir embora.
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A folha caiu no chão sujo da casa pouco arrumada.
O que viria a seguir era difícil dizer se era planejado ou um grande obstáculo na história mais linda e complicada do mundo dos Contos de Fadas
