Precisando de Tempo parte 1

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Cedric andava pela Floresta Encantada com o mais largo sorriso que tinha. Gostava de estar entre as árvores e do silêncio que tinha ali, ainda mais depois de ler os mais lindos dos capítulos.
O que o rapaz não esperava encontrar era um dos personagens da história.

—Ben? —Chamou pelo príncipe que estava sentando junto de umas das grossas árvores. —O que faz aqui?

A Floresta não era um lugar frequentado por quase ninguém e depois do que viu imaginou que a próxima página não seria o príncipe sentando no escuro com um semblante nada feliz.

—Cedric? Oi.

O homem estava pensando sozinho fazia tempos. Ver o bibliotecário ali seria assustador, se o que acabará de fazer já não fosse.

(...)

Três horas atrás

Doug veio buscar Ben algum tempo depois de deixar as meninas de volta em casa. Assim que ele pisou no castelo sua cabeça explodiu de vez.

—Ben, tudo bem?

Bela veio perguntar ao ver o filho entrar e ir direto para o quarto sem nem ao mesmo cumprimenta-la

—Está sim, só estou cansado.

Deu um sorriso falso para a mãe antes de ir para a cama

—Sei, e cansado de exatamente do que?

—Escola.

—Ben, você sabe que não é bom em mentir

Todo mundo que conhecia Ben sabia dessa curiosidade sobre ele

—É sério mãe, só estou cansado

Tentou se desvencilhar das perguntas dela e virou para o outro lado da cama.

—Seu pai disse que está indo bem nas reuniões com os ministros e conselheiros

—Que bom que ele acha isso

—E você o que acha?

—Agora, nesse momento, não sei e não acho nada.

Voltou a se sentar e olhar para ela falando a verdade

—Não precisa saber nada nesse exato momento, apenas admitir que não está bem

—Ok, posso não estar muito bem

Ele com certeza não estava bem, porém isto não era só culpa da vida governamental

—Tire um dia de folga, fica em casa e falo para Fada Madrinha e seu pai que está mal

—Obrigada mãe.

Bela deu um beijo na testa dele e saiu o deixando sozinho, fosse pelo argumento que fosse, precisava ficar sô.

Óbvio que não dormiu. Seus longos pensamentos não permitiriam isso.
Agora em casa, com todos os compromissos de príncipe vindo à tona, ele percebeu que outras coisas também retornavam para o seu cérebro, aliás, pessoa. Audrey. A sua namorada. A garota com quem tinha um compromisso há anos e havia traído ontem com uma menina que mal conhecia. Não sabia como olhar ou se quer falar com ela. Por que ele tinha feito isso?

Sua mãe tinha razão. Ele precisava de um tempo. Precisava dar um tempo. Um tempo de todo mundo.

"Audrey, estou tentando te ligar há horas e você não atende. Eu não queria fazer isso por mensagem, mas eu não consigo te olhar, pelo menos não agora. Preciso de um tempo. Espero que entenda isso."

—Lumiere, vou sair, pode avisar minha mãe?

Ben pediu ao mordomo e antes que ele perguntasse sobre o paradeiro dele, saiu com pressa e para bem longe de seus problemas, pelo menos, os visíveis.

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