Para a alegria de todos amanhã seria o último dia dos Vk’s em Auradon. Os pais de Bem chegariam e antes que tivessem a chance de perguntar algo, os quatro visitantes já estariam de volta a ilha.
Mal estava no quarto juntamente com Evie conversando, ou melhor, a azulada falava e Mal ouvia. A filha de Malévola vagava em seus pensamentos. Não queria levantar teorias apenas tentava entender o que estava acontecendo, queria entender, porque sentia que a voz de Bem lhe era familiar. Os dois haviam conversando um pouco e ainda não tinha certeza da bondade do menino, entretanto a familiaridade da voz dele chamava a sua atenção. Como se fosse uma música já conhecida. O
Poderia ser impossível, todavia começava a pensar se ele era o homem dos sonhos.
— E Malévola?
Quando ouviu esse nome Mal voltou a prestar atenção em Evie
— O que tem minha mãe ?
Perguntou voltando para a realidade e a conversa.
— Ela irá te castigar por passar três dias fora de casa?
— Se ela notar que eu sai, talvez
— Eu ainda não acredito que nós viemos para Auradon.
— Nem eu, só quero fingir que esses dias foram só um sonho
— Eu não quero esquecer, sonhei durante anos com esse reino.
— Por que você sonharia com Auradon?
Evie podia ser o planejamento de uma princesa, mas sonhar com este lugar era demais até para ela.
— Por que não? Olha a sua volta Mal, não de lixo por toda parte ou pessoas gritando. — Até onde sabia Mal amava isso. — Tem comida aos montes aqui e principalmente liberdade. — Isto sim chamava atenção da filha de Malévola, liberdade. — Não tem uma barreira em volta, pode ir para onde quiser, não tem nada que te impede.
Foi aí que Mal pensou que este sempre fora o sonho de sua mãe, embora ela falasse que odiava cada pessoa deste reino, Malévola sempre ansiou por estar aqui, e durante este tempo Mal não aproveitou a oportunidade que ganhou de vagar por esse lugar.
(...)
Era quase três da manhã e ainda havia duas pessoas acordadas. Ela pensando no desperdício de tempo e maldade que teve durante esses dias e que assim que sua mãe soubesse disso com certeza seria o próprio dragão encarnado e para variar, ela seria uma decepção para para a senhora de todo mal.
O príncipe também estava a vagar em seus pensamentos. Estava pensando na reunião que teve, como ele poderia ser tão ruim em falar com o conselho? Teria apenas que repetir palavras já dispostas no papel, mas falhou quando dois ministros começaram a falar de temas que não estavam assinalados nos papéis. Seu pai não ficaria feliz ao descobrir que eles queriam adiar a coroação, de novo. Decepcionaria o pai, está não é uma coisa normal para ele.
Mal não sabia andar no castelo, por isso se limitou a caminhar apenas até o fim do corredor até a sala em que esteve com Bem anteriormente. Para um castelo bastante iluminado eles deveriam ter posto luz para que ela não tropeçasse na armadura ao lado.
Já Benjamin estava indo até a cozinha beber um copo de leite quando ouviu um barulho e correu para ver o que era. Se deparou com Mal caída junto da armadura de ferro
— Mal ? — Perguntou sem entender o que ela estava ali. — O que está fazendo aí?
— O que você acha?
Perguntou irritada com a pergunta do rapaz, já que, ela estava completando jogada no armamento
— Delicada como sempre
Disse um pouco indignado com a agressividade dela. Contudo, mesmo assim abaixou-se para tentar ajudá-la.
— O que está fazendo?
Quis saber ao perceber que ele estava com suas mãos na armadura e consequentemente nela.
— Tentando te ajudar?
— Eu consigo sozinha.
Disse e o rapaz se afastou.
— Você quem sabe. — Saiu de perto dela temendo que ela jogasse algum encanto nele. — Então, o que faz acordada a essa hora?
— Por que é da sua conta mesmo? — Perguntou ainda irritada por estar presa naquele emaranhado de ferro. — Por que você está acordado?
— Não que também seja da sua conta. — Bem saiu de perto dela e foi andar pelo ambiente. — Mas, eu perdi o sono e estava indo beber um copo de leite, mas ouvi um barulho e vim ver o que era.
— Bela história. — Bem estava esperando a hora que ela assumiria que não conseguiria tirar todas as peças pesadas da armadura sozinha para que pudesse ajudar. — Para que vocês tem tanto dessas coisas ? — Foi aí que ele percebeu algo que ajudaria muito futuramente, Mal não pedia ajuda facilmente, por isso, mesmo que sem ela dizer nada, ele foi até lá. — O que está fazendo?
— Te ajudando
—Falei que não precisava
— É a minha armadura, eu a quero e você está com ela, não estou te ajudando, estou pegando uma coisa minha de volta.
Em minutos conseguiu tirar tudo dela.
Mal percebeu seu truque, mas ela bem sabia que não sairia dali sozinha.
— Também perdi o sono.
Confessou sem nem saber ao certo porque disse isso a ele
— Parece que só tem nós dois acordado. O resto do castelo está completamente perdido de sono. Quer um copo de leite?
— Isso faz a gente dormir de novo?
— Não exatamente, mas ajuda. — Sem dizer nada, os dois foram até a cozinha. — Madame Samovar geralmente coloca um pote biscoitos em algum pote por aqui. — Ele saiu procurando a comida. — Achei. Toma. — Entregou a Mal um copo de leite e abriu o pote. — Pode pegar, não está envenenado
— Eu sei, vocês são incapazes de fazer isso.
Sabia bem que os mocinhos de Auradon não faziam coisas más, venenos e poções são com o seu povo. Pegou o lanche ofertado duvidosa ainda.
— Duvide disso, Primavera me deu um chá uma vez que me ajudou muito.
— Primavera? Uma das fadas que enfeitiçou a espada que matou minha mãe ?
— Desculpa, não foi por mal eu...
— E que poção foi essa?
Mudou de assunto rindo do desespero do menino.
— Digamos que eu não estava conseguindo dormir e ela me deu essa poção que me fazia dormir a noite toda.
Não iria dizer a ela sobre seus estranhos sonhos.
— E por que não a toma?
Mal perguntou com a boca cheia de biscoitos
— Eu nem lembrava dela.
— Vocês daqui são estranhos. São cheios de magia e poções, mas não usam.
— É, nós somos bastante estranhos.
— Se eu tivesse uma poção que me fizesse dormir eu usaria ou pediria minha mãe.
Falou a última parte baixo, mas ele escutou e riu, riu alto
— Desculpa, não queria rir da sua mãe. — Ele disse sério de novo. — Então, você também costuma perder o sono?
— Até uns tempos atrás sim.
Na verdade se fosse ser sincera seu sono se normalizou há pouco tempo.
Os dois seguiram comendo todo o pote de biscoitos e depois voltaram para ao andar de cima.
— Ainda está sem sono?
— Por que?
— Quando estou sem sono costumo andar pelo jardim, se quiser
— E sua poção?
— Não quero tomá-la
— Está bem, eu aceito
Bem e Mal sentiam algo peculiar entre eles. Uma espécie de hipnotização, mesmo sem notar faziam o que ambos queriam. Era difícil de explicar.
Saíram andando pela imensidão do castelo ao lado um do outro.
— Então, o que tem de interessante para se fazer na Ilha dos Perdidos?
Ele perguntou curioso com as mãos no bolso, enquanto ela nem o olhava.
— Como assim?
— O que tem de legal? O que vocês fazem para se divertir por lá?
— Não tem muita coisa, Jay e eu geralmente apostamos para ver quem rouba mais ou quem consegue entrar por lugares difíceis, disputas entre gangues, geralmente por território, nada demais. E vocês auradonianos ?
Bem estava perplexo, como disputas entre território poderia ser normal?
— Nada parecido com isso com certeza. Nós geralmente vamos ao lago encantado, fazemos nossas festas ou só saimos juntos
— Para que? Qual o objetivo?
— Não tem um objetivo, as vezes queremos sair e conversar e fazemos isso.
Mal não entedia exatamente a graça disso, mas não iria discutir sobre os estranhos costumes dele.
— E não usam mesmo muita magia aqui?
— Não, temos muitas coisas para nos preocuparmos e a magia não é muito útil agora.
— Vocês pensam assim.
— E por que vocês precisam de magia?
— Liberdade
— Óbvio, os piores violões desejariam sair e vingança.
Falou o que seu pai sempre disse
— Claro, seu povo aprisionou o meu por vinte anos. Você sabe o que é estar preso por vinte anos?
Por sua vez repetiu o mesmo discurso de Malévola
— Não, e nem você, já que não tem vinte anos.
Bem disse calando ela com seu argumento
— Mas, mesmo assim, não sabe como não é ser livre.
— É, tem razão.
— Vocês podem ir a qualquer lugar e sinto que não aproveitam isso.
— O que quer dizer ?
— Olha o tamanho disso, pelo que me contou esse lugar é enorme. Pode ir onde quiser.
— Não é simples assim.
— Por que não?
— Eu serei coroado rei e reis vão onde o seu povo precisa.
— Que patético
— Um pouco.— Riu de como Mal sempre era sincera . — A Ilha não é um lugar tão grande né?
— Não mesmo. Acho que provavelmente caberia neste castelo
— Se você acha o palácio grande, deveria ver o da Audrey
— Quem é Audrey?
— A filha da Bela adormecida. Foi mal, de novo. Eu deveria ficar quieto.
Falou a última parte baixa e Mal riu de como ele ficava nervoso ao falar algo que julgava errado.
— Seu pai é o rei, ele manda em tudo ou cada reino se governa?
Mal perguntou, enquanto continuavam andando
— É um pouco mais complicado que isso. Meu pai governa tudo, mas cada rei manda na sua província também. E na Ilha como é?
Sem notarem que estavam fazendo isso, eles iam se conhecendo
— Eu não diria que temos um rei ou governo. Minha mãe meio que manda lá, mas não é nada como o rei Fera. No geral é cada um na sua área.
— Parece um governo para mim. Não é tão organizado como aqui. A política de Auradon é muito detalhista
— E vocês aprendem sobre isso na escola também? Porque sinceramente isso já é um começo de maldade.
— Não, só eu que aprendo isso. Futuro rei sabe? Filho do rei Adam. —Disse meio triste por ter que dizer isso, porque lembrava da reunião de mais cedo.— Se Malévola é uma espécie de rainha, você é quase como uma princesa de lá, ou seja, também mandará na Ilha um dia.
— Primeiro, nunca mais me chame disso de novo e minha mãe só gosta de assustar mesmo, como se tivesse necessidade de mostrar que ainda é a mesma Malévola de sempre. Eu não governo nada, sou mais a filha rebelde.
Bem olhou para o olhar cabisbaixo dela e reconheceu o mesmo olhar que ele tem em relação aos seus pais.
— Pelo visto temos isso em comum
— O que?
— Somos só filhos dos grandes senhores.
Mal riu da comparação dele.
— A diferença é que a minha mãe é a senhora do mal e o seu pai é o senhor da bondade
— De qualquer jeito não conseguimos ser como eles mesmo. Eu pelo menos sei que nunca vou ser como o grande e bondoso rei Adam
— Bom, e sem magia e chifres certamente não serei a maldosa Malévola Faery, que põem crianças para dormir pela eternidade. — Ela fez uma risada de bruxa. — Qual é? Para que passar dezesseis anos vigiando uma pessoa? Eu faço nada da minha vida de maneira mais produtiva.
— É horrível ter essa sombra sempre ao seu redor.
— É, eu concordo.
De uma forma estranha e quase que como já tivesse sido escrita, Bem se sentia próximo da Ilha e Mal como se já estivesse há tempos em Auradon.
— Sabe, vocês quase não viram as coisas boas daqui.
— Eu não vou sair só para conversar com você.
— Não, Auradon tem outras coisas boas também.
— Sério?
— Vou te mostrar...
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Once Upon a Dream
Hayran Kurgu"Eu te conheço, andei com você uma vez num sonho. Eu te conheço, seu olhar tem um brilho familiar e eu sei, é verdade que as visões são raramente o que parecem." O amor de Ben e Mal era um amor que já estava sendo escrito há vários anos. Quando fina...