•Carson Axel•
_ Baby, não vai voltar para a cama? - traguei meu cigarro uma última vez antes de apagá-lo no cinzeiro sobre a mesinha. Olhei para a loira apenas de calcinha na escada do meu apartamento e sorri torto.
_ Não me chame de baby, gata. E eu não durmo com a mesma garota mais de uma vez, então acho que já deu sua hora. - me recosto no sofá e vejo as bochechas da garota ficarem vermelhas de raiva.
_ Seu babaca! - ela exclama antes de pisar fundo para o quarto. Segundos depois ela volta com a mesma roupa de ontem à noite e sai pela porta do meu apartamento antes de exclamar vários xingamentos em, o que penso ser, espanhol.
Suspirei já acostumado com esses tipos de xiliques e me levantei, caminhando até a cozinha para pegar uma cerveja.
_ A loira gostosa que acabei de encontrar saiu daqui, certo? - a porta do meu apartamento se abre e a voz irritante de Ben entra no cômodo. Abro a geladeira novamente e tiro uma cerveja para ele, atirando-a pelo balcão.
_ Porquê acha isso? - ergo a sobrancelha abrindo a garrafa e tomando um longo gole.
_ Ela parecia furiosa. - reviro os olhos - Ah, e tenho certeza que a ouvi dizer "para el inferno, Carson". - ele afinou sua voz e fez um sotaque espanhol. - Qual o nome dela?
_ Até parece que vou me lembrar. - zombei e caminhei de volta para o sofá. - Garotas só servem para uma coisa e não preciso saber o nome delas para isso.
_ Sei, vai chegar um dia em que Carson Axel vai se apaixonar. O carma existe meu amigo. - grunhi já irritado com sua presença.
_ Porquê está aqui? - perguntei e Ben se sentou do outro lado do sofá e ligou o videogame, assumindo o controle.
_ Talvez porquê temos aquele carregamento pra fazer e você é um irresponsável de merda para fazer sozinho. - ele murmura e eu jogo uma almofada em seu rosto fazendo-o bater seu carro em um poste. Sorrio de lado. - Se arrume, sabe que seu pai já está puto com você por ter perdido a grana do último carregamento.
_ Não me importo. Odeio aquele cara. - viro o resto da minha cerveja e deixo a garrafa cair no carpete. - E ele é nosso pai.
_ Ele pode te matar, babaca! - sua voz sai firme e sei que ele está me encarando.
É claro que ele não estava errado.
Meu pai era um dos maiores traficantes anônimos em Los Angeles, o que também me fazia um mafioso por participar das entregas. No entando, nós não tínhamos a melhor relação e eu era mais seu empregado do que seu filho.
_ E como estou encarregado de não te deixar fazer merda, se você se fuder, eu me fodo. Então levante dessa merda de sofá e vamos. Estou esperando no carro. - após dizer isso, Ben saiu do apartamento.
Bufo quando faço exatamente o que ele me manda. Sempre foi assim. Quando eu tinha quatorze anos, meu pai apareceu em casa com Ben e disse que ele seria meu parceiro de negócios e meu novo irmão. Ben era dois anos mais velho e me contou que vivia em um orfanato desde os sete anos, quando seus pais morreram. Ele começou a me treinar e a me dizer o que fazer. Nos tornamos melhores amigos. No entanto, ele sempre colocou suas responsabilidades à frente.
Ele teme nosso pai, pois sabe que não é um filho de sangue, o que era um pensamento ridículo, já que meu pai jamais deixaria algo tão banal como DNA o impedir de matar.
•••
_ Vou esperar no carro. - aviso quando Ben para sua BMW em frente à boate. Mesmo encarando meu celular sei que ele está me olhando feio._ Sabe que seu pai quer que você conheça os compradores. Ele vai saber se eu for sozinho, sabe disso Carson. - bufo e abro a porta saindo do carro.
_ Ele não é só meu pai. - resmungo e Ben não diz nada. Eu sei que ele nunca se sentiu realmente meu irmão, porém eu nunca deixaria de tentar mudar isso.
Entramos na boate e como ainda era no meio da tarde, não havia ninguém la dentro, exceto um barman e uma garçonete que limpava as mesas.
Que raba!
_ Axel... - uma voz grave chama minha atenção quando vejo um homem grisalho se aproximar. Ben aperta sua mão cordialmente e eu apenas o cumprimento com a cabeça. - É um prazer conhecê-lo. Como anda seu pai?
Morto, espero! Penso.
_ Bem. - respondo no lugar. Ben toma a rédea da conversa e das negociações e eu analiso o local. As paredes eram todas pintadas de vermelho e havia um enorme palco com pilastras para as dançarinas. Algumas mesas estavam espalhadas pelo local e no lado direito pude observar uns espaços privados com sofás. Caminhei até o bar e me sentei. - Um whisky. - pedi ao barman.
_ Não abrimos ainda. - ele resmungou.
_ Não me importo. Um whisky. - repito rude e o cara parece me fuzilar.
_ Andy, deixa comigo! - uma voz feminina tira a nossa atenção. A garçonete entra no balcão e pede para o barman babaca ir limpar as mesas. - Só um momento. - ela me pede e eu a observo se inclinar para pegar a garrafa e encher um copo para mim. Seus cabelos castanhos estavam amarrados em um rabo de cavalo no alto da cabeça, ela usava um vestido de garçonete e um avental preto que ia até o meio de sua coxa. Quando ela colocou o whisky no balcão a minha frente notei a cor dos seus olhos, um verde jade. Ela era linda. - Aqui está. - então ela me deu as costas e levou sua bela raba de volta para as mesas no meio do salão.
Ela nem ao menos olhou para mim...
_ Tudo pronto, podemos ir. - Ben aparece ao meu lado quando eu termino minha bebida. Eu ainda encarava a garota que agora estava conversando com o tal de Andy. - Gostosa. - Ben diz quando segue meu olhar.
_ Tira o olho porque essa já é minha. - respondo mordendo o lábio. - Descubra que horas a boate abre hoje a noite, e chame a galera. Vou comer essa garçonete hoje a noite.
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GET YOU
RomanceCarson Axel sempre viveu em um mundo violento. Drogas, álcool, festas, mortes, garotas... Seu pai? Um mafioso perigoso. Seu melhor amigo? Seu parceiro de crimes. Sua mãe? Morta. Ele só conheceu o caos em sua vida, mas nada comparado a quando Mad...