•Madison Eden•
Eu roia o esmalte velho da minha unha, enquanto encarava o enorme prédio a minha frente, todo revestido com vidro espelhado. O meu professor de design narrava para toda a turma a história do grande edifício. Mas assim como eu, a maioria dos alunos não parecia estar prestando atenção e conversavam entre si. Quando ele propôs um passeio pela cidade para observar as construções, pensei que seria mais divertido, mas estava sendo uma aula de história.
Já haviam se passado dois dias desde minha briga com Carson e minha "mudança" para a casa de Gaby. E nesse período, tentei focar em arrumar um emprego e nos meus estudos, o que é claro, só me fez pensar mais nas outras coisas. Carson não saia da minha cabeça e André não saia dos meus sonhos. A maior parte do dia, eu me pegava checando meu celular esperando ou quase mandando alguma mensagem para Axel. Eu sentia falta dele. E sentia como se todo o peso do mundo estivesse pressionando meu peito. No entando, era pior durante a noite. Toda vez que eu pregava os olhos, eu tinha pesadelos horriveis, os quais, envolviam André cortando minha garganta, ou me enforcando até a morte no meio de uma floresta.
Ao menos passar um tempo com Gaby estava me distraindo. É claro que não pude contar nada para ela sobre Carson, a gangue e meu perseguidor. Então disse que estava sofrendo por um término, o que a fez achar que a cura seria assistir filmes clichês e comer sorvete e muita pizza. E é claro, conversar. Essa última parte até que foi útil. Eu contei a ela sobre Axel e eu - censuradamente - e, para minha supresa, me peguei me sentindo um pouco melhor depois.
"Se ficar sem ele te deixa mais feliz, então fez a coisa certa em deixá-lo." Foi o que ela me disse.
Mas eu não estava feliz agora.
_ O que acha de comprarmos alguns cachorro quentes? - Gaby chama minha atenção, me cortando dos meus pensamentos e aponta para um food truck a alguns metros de nós. Mordo meu lábio inferior, considerando. E se André estivesse me vigiando agora, esperando apenas o momento em que eu estivesse sozinha para...
Balanço minha cabeça me livrando da cena na minha mente. Eu estava sendo ridícula! Ele não iria fazer nada comigo em plena luz do dia, ainda mais ao lado de Gaby. Eu estaria bem!
Ao menos eu espero.
Assinto para minha amiga e ela enrola nossos braços, me direcionando para longe do grupo.
_ Dois número 6, por favor. - ela pede e eu abro minha carteira, quando Gaby me impede, pagando por nós duas. - Eu cubro essa. - ela anuncia e eu suspiro.
_ Eu já estou dormindo na sua casa... - reclamo.
_ Você pode me pagar de outro jeito. - ela me lança um olhar malicioso e eu rio. - Preciso de um favor... - ela começa.
_ Oh, agora entendi a sua generosidade repentina. - ironizo.
_ Eu conheci um cara, algumas semanas atrás na cafeteria, o nome dele é Connor.
_ Uau, parece delicioso! - brinco e ela assente.
_ Ele é. - ela ri - Marcamos um encontro hoje a noite, e ele têm um colega de quarto... - ergo minhas sobrancelhas - Eu prometi que o arrumaria para a minha prima, Megan, em um encontro duplo, mas acontece que ela está com alguma virose ou sei la... - Gaby olha para mim com um olhar suplicante - O que acha? Pode substitui-la e salvar meu encontro? - faço uma careta de dor. Eu não estava muito no clima para um encontro. Ainda mais quando Carson não saia da minha cabeça, além da questão da minha vida estar em risco. Você sabe, detalhes. - Por favor, por favorzinho, vai ser divetido! E vai te ajudar a tirar sua cabeça um pouco do Carlos.
_ Carson. - corrijo-a.
_ Eu sabia que tinha um C. - ela murmura - O que me diz? - ela me olha com seus grandes olhos brilhantes e eu respiro fundo, desistindo.
_ Tudo bem. - concordo - Mas é melhor esse colega de quarto do Connor ser um pedaço de mal caminho. - Ela solta um gritinho fino, comemorando, e pega nossos pedidos, voltando para a palestra chata do professor.
•••
_ Eu não quero usar isso! - reclamo saindo do provador de Gaby com um vestido extremamente curto e apertado. Minha amiga ergue seu olhar para mim, parando sua maquiagem e sorri admirada.
_ Está incrível, não seja uma chata. - vou para a frente do espelho e me analiso. Não me entenda mal, não era como se eu fosse tímida ou recatada em relação as minhas roupas. Muito pelo contrário, eu sempre tive consciência da minha beleza e do meu corpo, principalmente trabalhando em um bar cheio de homens, no entanto, o vestido de Gaby era ousado demais até para mim. Talvez pelo fato de ela ser um pouco mais baixa e magra do que eu. Eu não poderia usar isso!
_ Fora de questão. - repito virando de costas no espelho. Ela bufa e volta para dentro do seu closet para procurar outra coisa. - Aposto que Carson iria sangrar por dentro se te vesse nesse vestido. - ela comenta e eu desvio o olhar. Eu podia ouvir a voz de Axel na minha cabeça fazendo algum comentário malicioso sobre. - Aqui, prove esse. - ela volta jogando um vestido preto midi sobre a cama. Ele parecia um pouco maior do que o que eu havia testado, então dei uma chance.
_ Que horas eles vão passar aqui? - pergunto dentro do provador.
_ Daqui vinte minutos, então é melhor esse ser o seu vestido. - reviro os olhos e volto para a frente do espelho. Não estava nada mal, na verdade. A peça tinha se encaixado perfeitamente contra meu corpo e realçado meu busto. - Tinha razão, o outro era lixo comparado a esse. - Gaby murmura me olhando. Rio. Deixo-a enrolar as pontas do meu cabelo e me maquiar. Ficamos prontas a tempo de ouvir a buzina de um carro do lado de fora. - Eles chegaram! - ela da pulinhos leves em direção a porta.
_ Espera! - seguro seu braço - Vamos estabeler uma palavra código, em caso de ser uma merda e precisarmos ir embora! - ela assente e começa a pensar. - Geléia. - ela diz e eu assinto, a seguindo para fora do quarto.
_ Geléia. - repito baixo me lembrando.
O lugar em que os garotos haviam feito a reserva era um pouco chique demais para mim. Fala sério, a parede atrás da banda ao vivo era a porra de uma cascata!
_ O que está achando da pasta? - Mitchil, meu encontro, pergunta. Ele era uma graça, para a minha surpresa. Olhos verde limão, cabelos loiros encaracolados e um sorriso encantador e incrivelmente certinho. Tanto ele, quanto Connor usavam ternos e estavam elegantes. O que me fez querer estrangular Gaby por não ter me avisado que viriamos para um local tão chique. Não eram meus lugarem favoritos.
_ Está ótimo. - respondo-o. Ele sorri satisfeito e toma um gole do seu drink. Seus olhos me observando discretamente. - Então, Mitchil... O que você faz? - pergunto querendo deixar suas encaradas menos estranhas.
_ Eu coordeno a empresa do meu pai. Me formei em administração no ano passado.
_ Nossa, você parece tão jovem. - ele sorri e eu me pego encarando seus dentes para ter certeza que são realmente tão certos. Ele parecia um daqueles caras de catálogos de revistas.
_ Connor me contou que você também faz aquitetura, deve ser bastante talentosa. Já tem alguns projetos...? - nego com a cabeça rindo.
_ Não, nada que possa ser chamado de projetos ainda. - ele ri.
_ Tenho certeza que qualquer coisa que fizer será incrível. - ele estica sua mão sobre a mesa, segurando a minha. Diminuo meu sorriso e me endireito na cadeira. Olho para a janela nervosa e arregalo meus olhos ao ver Carson descendo de sua BMW, batendo a porta e caminhando até a entrada do restaurante.
Droga!
_ Hm, pode me dar licença? - murmuro e Mitchil assente. Me levanto da mesa, me apressando para dentro do banheiro feminino, tendo noção que Carson me seguia. Assim que entramos no lavabo, ele fecha a porta atrás de si com força. Ele para, em silêncio, apertando a maçaneta e respirando fundo encarando o chão. Eu também não digo nada. Quando Axel finalmente olha para mim ele me analisa de cima a baixo e sorri cínico.
_ Vejo que se arrumou toda para aquele imbecil.

VOCÊ ESTÁ LENDO
GET YOU
Любовные романыCarson Axel sempre viveu em um mundo violento. Drogas, álcool, festas, mortes, garotas... Seu pai? Um mafioso perigoso. Seu melhor amigo? Seu parceiro de crimes. Sua mãe? Morta. Ele só conheceu o caos em sua vida, mas nada comparado a quando Mad...