•Carson Axel•
_ O que acha de um hambúrguer? - pergunto quando passamos em frente a um fast food. Madison concorda e eu entro com o carro no local. Fazemos nosso pedido e eu estaciono a BMW, aguardando. Permanecemos em silêncio, no frio do ar condicionado, apenas ouvindo as músicas passando na rádio.
_ Você teve algum sucesso com as imagens de segurança? - ela pergunta curiosa. Eu havia examinado os vídeos, mas não mostravam quase nada do estacionamento abandonado. Eram inúteis.
_ Sim, já os entreguei para a polícia. - minto e ela parece acreditar.
_ Tomara que achem os caras que te deram uma surra. - ela comenta e eu a olho indignado.
_ Já disse que riscaram meu carro. Ninguém me bateu. - retruco mentindo e Madison ergue as mãos na defensiva.
_ Ok. Se você diz, eu acredito. - não sinto muita firmeza em seu comentário, mas ignoro. Recebemos nosso pedido e eu volto a dirigir o carro.
_ Vai me dizer quem era o cara pra quem você disse que estamos namorando? - mudo de assunto - Posso bater nele se quiser. - Madison revira os olhos após minha proposta. Ela estava prestes a me responder quando meu celular tocou. Era Ben. - O que? - atendo e ouço o som de algo caindo.
_ Seu pai me ligou... - meu corpo trava - Ele tem nossa primeira tarefa. - a voz de Ben estava ofegante. Ouço uma voz feminina no fundo. Se conheço bem meu meio irmão, tenho certeza que ele abandonou sua transa para fazer o que meu pai mandar, como um cachorrinho.
_ Não posso agora. - respondo olhando de relance para Madison. Ela estava distraída mexendo no celular.
_ Sabe que não tem escolha, Carson. Ele já está na sua casa, nos esperando. - Minha casa? Como ele entrou? Penso em perguntar, mas talvez, essa devia ser a menor das minhas preocupações.
_ Estou com Madison no carro. - falo e Ben fica em silêncio por um momento. Ele ri pelo nariz e o ouço respirar fundo, sem paciência. Madison presta atenção na conversa após ouvir seu nome.
_ Não me importa, Carson. Se preciso deixe-a no meio da rua ou leve-a junto, apenas faça o que é melhor para nós dois e siga as ordens do seu pai. - então ele desliga. Por um momento considero deixar Madison em alguma loja. Mas já era madrugada e se algo acontecesse com ela eu seria o responsável.
_ Está tudo bem? - ela pergunta quando continuo com o carro parado no sinaleiro já verde. Não tinham outros carros atrás de mim.
_ Aconteceu uma coisa e vou precisar ir em casa. - digo e ela assente. Piso fundo sentindo meu coração disparar ao imaginar o que meu pai estava planejando.
•••
Estaciono a BMW na garagem e olho para Madison sem saber onde escondê-la. Talvez seria melhor deixá-la aqui.
_ Se importa de esperar aqui? - pergunto e ela parece confusa, mas nega. - Vai ser rápido. - prometo torcendo para que minhas palavras sejam verdadeiras.
Assim que deixo a garagem, pelas enormes janelas de vidro, vejo meu pai sentado no escritório. Entro em casa e subo ao seu encontro.
_ Pensei que não viria, filho. - ele comenta quando meus pés batem no piso de madeira.
_ Talvez seria uma melhor escolha. - murmuro e não tenho certeza se o Diabo não ouviu ou apenas resolveu ignorar. - O que você quer? - pergunto me sentando no sofá. Meu pai se levanta da cadeira e começa a rodear a mesa de vidro. Ele sorri malicioso.
_ É uma ótima pergunta... - ele estrala os dedos e dois de seus capangas entram no escritório segurando dois homens amordaçados. Eles o colocam de joelhos a minha frente. Me levanto abismado, me afastando dos prisioneiros.
_ O que é isso? - indago e olho para meu pai, que agora segurava uma arma. - Que merda está fazendo?
_ Vamos jogar um jogo, essa noite, filho. Tipo roleta russa, hm?
_ O que? - gaguejo - Não vou matá-los! - afirmo e meu pai assente, como se me compreendesse. Ele caminha até mim e aperta meus ombros.
_ Relaxe, Carson. Não o farei matar alguém, ainda. - ele me tranquiliza - Você apenas escolherá quem morre e quem vive. - ele murmura como se estivesse me dizendo para escolher duas peças de sapato em uma loja.
_ Não... - recuso e meu pai sorri torto. Ele estrala os dedos novamente e os dois capangas somem do cômodo, deixando-me à sós com o Diabo e as duas ovelhinhas.
_ Creio que não terá escolha, filho. - ele lamenta. O homem se aproxima dos dois prisioneiros, ficando entre eles. - Vamos começar. - ele diz animado - Candidato número um: Barney Dink. Pai de três filhos. Casado há 27 anos. Estava tentando roubar meu carregamento semana passada. - meu pai bate com a arma em sua cabeça levemente - É claro que tenho certeza que alguém o mandou, mas ele não quer abrir o bico.
_ Se eu contar eles matam minhas filhas. - o homem diz desesperado e meu pai revira os olhos.
_Sim. Sim. Muito nobre. - ironiza - Próximo! Candidato número dois: Bill Petry. Divorciado há dois anos. Apenas um filho. Trabalha em um loja de doces e por alguma razão, não consegue dinheiro para pagar o que me deve das drogas que comprou. - o Diabo da um tapinha em seu ombro - Foram muitas drogas. - ele cochicha para mim.
_ Eu preciso de tempo. Se puder me dar mais um mês... - ele implora e meu pai nega.
_ Já teve tempo demais, Bill.
_ Eu preciso pagar a pensão do meu menino e o divórcio... Minha mulher ficou com tudo... - meu pai o chuta nas costas, o derrubando no chão.
_ Pare de se lamentar. - ele reclama - Ninguém mandou ser um drogado, Bill. - engulo em seco olhando para meu pai que tinha um sorriso perverso nos lábios. Meu apelido para ele nunca pareceu tão certo.
_ Não vou escolher, pai. - digo firme - Não vou fazer parte dos seus joguinhos doentes! - cuspo e o homem sorri. Ele caminha até a grande janela de vidro e olha para a vista.
_ Mas você já faz parte, Carson! - ele diz frio - Um dia tudo isso será seu e não quero que destrua meu império por seu um covarde! - mordo minha língua - Se não escolher, os dois morrem! - ele da de ombros - De qualquer maneira, fará sua escolha. - Bill continuava no chão, respirando pesado. Enquanto Barney estava de olhos fechados, murmurando uma oração em outra língua. Meu pai carrega a arma e aponta para a cabeça de Barney que começa a chorar. - Quem será, Carson? Este... - ele muda para Bill - Ou este? - minha boca seca e sinto meu corpo todo paralizar no lugar. Minhas mãos soavam.
_ Por favor... - peço com os dentes cerrados olhando para o homem a minha frente. Eu não queria isso.
_ Estou ficando sem paciência. - ele aciona o gatilho e meu coração salta no meu peito. - Tem três segundos ou o sangue dos dois estará em suas mãos. - Onde estava Ben? O ar pesou na sala e eu não podia respirar. - Um...
_ Não! - murmuro
_ Dois...
_ Espera! - o dedo do meu pai se posiciona.
_ Trê...
_ Bill! - grito e meu pai sorri antes de atirar contra o crânio do segundo candidato. O barulho faz meu coração parar de bater por um segundo e então, quando o sangue começa a escorrer pelo piso de madeira, ele volta a bater freneticamente.
_ Muito bem, Carson. Estou orgulhoso! - então rapidamente ele vira a arma para Barney e também perfura sua cabeça.
_ Não! - exclamo caindo contra o sofá com os olhos arregalados - O que...?
_ Não pensou que eu fosse deixá-lo viver depois dele ver meu rosto, pensou? - sinto a raiva crescer contra meu peito e minhas veias pulsarem no meu pescoço. - Não fique triste, filho. Eles apenas pagaram o preço pelos seus atos. - cerro meus punhos observando o sangue inundar o piso. - Não se preocupe com a bagunça, mandarei meus caras limparem. - ele se aproxima de mim, sua bota pisando contra o sangue como se fosse água. - Você fez bem essa noite. - ele aperta meu ombro e eu ergo meu olhar para ele. Sinto meus punhos tremerem contra o impulso de o socar.
Mas não o faço!
Um grito vindo do andar de baixo tira minha atenção. Um grito feminino.
Madison!
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GET YOU
RomanceCarson Axel sempre viveu em um mundo violento. Drogas, álcool, festas, mortes, garotas... Seu pai? Um mafioso perigoso. Seu melhor amigo? Seu parceiro de crimes. Sua mãe? Morta. Ele só conheceu o caos em sua vida, mas nada comparado a quando Mad...