•Carson Axel•
Desvio do aperto do meu pai e corro para fora do escritório, encontrando um dos homens pressionando Madison contra a parede.
_ Solte-a! - ordeno caminhando até eles. Ele me obedece e eu a puxo para atrás de mim.
_ Ela estava espiando pela casa... - ele se explica.
_ Eu apenas precisava usar o banheiro. - ela murmura e eu sinto meu corpo gelar quando as botas do meu pai batem lentamente contra o piso da escada. Ele olha para Madison com curiosidade enquanto se aproxima. Suas botas deixam rastros de sangue no chão. Sinto a garota atrás de mim apertar meu braço.
_ Quem é você, querida? - ele pergunta ficando a nossa frente.
_ Ninguém. - respondo-o rápido - Já vou levá-la para casa. - tento nos tirar dali, mas quando tento puxar Madison por um braço, meu pai é mais rápido e a agarra pelo outro. Mordo meu lábio inferior, respirando fundo.
_ Sou o pai do Carson, é um prazer conhecê-la. - ele diz puxando sua mão até os lábios e a beijando. - Talvez devesse almoçar conosco amanhã. - ele oferece - Adoraria saber mais sobre você. - Madison olha para mim sem saber o que fazer
_ Já chega! - sussurro próximo do ouvido do meu pai. Ele sorri de lado - Já fiz o que queria, agora já chega! - minha voz sai firme e meu pai parece aceitar o que digo. Ele estrala os dedos novamente e ele e seus capangas deixam minha casa, mas antes ele para na porta.
_ A proposta ainda está de pé, querida. - então ele some de vista.
_ Está tudo bem? - pergunto para a garota que parecia em estado de choque, enquanto olhava os rastros de pegadas de sangue.
_ Que merda está acontecendo aqui? Isso é sangue? Quem são aqueles caras? Porquê seu pai é tão sinistro? - ela começa a surtar em meio aos milhões de perguntas, então a coloco sentada no sofá e pego um copo de água na cozinha. Ela toma um gole tremendo.
_ Vou te levar para casa. - tento levantá-la mas ela se solta.
_ Quero saber o que está havendo! - suspiro passando a mão pelos cabelos.
_ É melhor se não souber. Apenas deixe para lá, Madison. - peço mas ela se levanta e corre até o andar de cima. - Não! - exclamo correndo atrás dela.
Merda!
_ Ai meu Deus! - ela grita, cambaleando para trás com as mãos sobre a boca, ao ver os dois corpos no chão do escritório. Paro encostado na porta e ela me olha chocada.
_ Madi... - ela ergue a mão me calando. Seu rosto estava branco e eu penso que ela vai vomitar, mas ela apenas cai contra o piso de madeira, desmaiada.
•••
_ O que vamos fazer? - Ben pergunta quando encosto a porta do quarto, onde deixei Madison dormindo. - Ela viu demais, Carson. Como pôde ser tão descuidado?
_ Você me mandou trazê-la! - retruco - E além do mais, se tivesse aparecido, talvez teríamos evitado muita coisa! - o acuso e ele cruza os braços olhando o chão - Onde estava?
_ Eu não pude vir. - ele diz
_ Bom eu percebi que não pôde quando não apareceu, quero saber onde caralhos estava! Você me mandou vir! - Ben suspira
_ Eu não pude vir, porque seu pai me proibiu. - ele diz e eu paro, o encarando - Ele disse que queria testar você. Apenas você! E eu sabia que não viria se eu não falasse que tínhamos que vir juntos...
_ Eu vim por você, seu desgraçado! - o empurro - Eu vim para você não se ferrar! - grito e Ben apenas cambaleia para trás, sem reagir. - Tem noção do que aquele merda me fez fazer?
_ Eram ordens do seu pai, Carson... - ele se desculpa
_ É claro que eram. Afinal, você é o cachorrinho dele! - digo com veneno na voz.
_ Eu sinto muito. - ele pede e eu rio pelo nariz, com arrogância.
_ Porquê não dá o fora daqui? - proponho e Ben olha para o quarto.
_ Ainda precisamos descobrir o que fazer com a garçonete... - ele começa mas eu o corto.
_ O nome dela é Madison! - exclamo - E eu vou me virar sozinho. Agora some! - ordeno e Ben me olha uma última vez com as narinas dilatadas, antes de correr escada a baixo e bater a porta com força.
Entro no quarto e encontro Madison ainda dormindo. Me sento em uma cadeira ao seu lado e a observo por alguns segundos. Seus cabelos castanhos estavam espalhados pelo travesseiro; seus lábios estavam entreabertos e era possível ouvir o leve som de ar saindo deles; seu peito subia e descia lentamente contra o vestido de garçonete da Boate. Olhando-a mais de perto, pude notar leves sardinhas em suas bochechas e sobre seu nariz. Levo minhas mãos até seu cabelo e o massageio por um instante, porém, me arrependo assim que ela se remexe e abre os olhos, se contraindo contra meu toque e me olhando assustada.
_ O que estava fazendo? - ela se apoia nos cotovelos. Me afasto.
_ Nada. - respondo - Como se sente? - ela para por um segundo e então me olha um pouco aterrorizada. Ela parece se lembrar.
_ Você matou aqueles caras? - ela se senta na cama em segundos, se afastando de mim. - Ai meu Deus! Você vai me matar? - ela agarra um abajur e o aponta na minha direção. Me levanto da cadeira erguendo os braços.
_ Ei, abaixa isso. - peço e ela fica em pé à minha frente, em sinal de ataque. - Vai se machucar... - aviso, mas ela continua me encarando. As mãos tremendo contra o objeto pesado.
_ Quem são aqueles caras? São seus capangas? - sua voz sai rápida e sem fôlego - Me trouxe aqui para me matar, não foi? - ela parecia estar tendo um ataque de pânico - Me responda, droga! - ela grita e em um movimento rápido, eu seguro seus braços, fazendo-a soltar o abajur no chão, este se quebra fazendo um som alto no cômodo. Madison tenta lutar contra meu aperto, então a jogo na cama, a imobilizando com meu corpo. Ela tenta gritar, mas tapo sua boca.
_ Se acalme, ok? - peço e ela me encara com seus olhos verde jade arregalados - Não vou machucar você! Não fui eu quem matou aqueles caras! - explico e ela para de se contorcer debaixo de mim. - Se prometer não gritar, vou te explicar tudo. - proponho e ela me encara por alguns segundos. Posso sentir seu coração disparada contra o meu. Ela concorda com a cabeça, portanto, lentamente, recolho minha mão de sua boca. Madison engole em seco e eu afroxo meu aperto contra seus pulsos, mas ela mantém suas mãos onde estão.
_ Não vai me machucar? - sua voz sai temerosa e eu me sinto ofendido com sua pergunta.
_ Eu nunca machucaria você! - a encaro precisando, por algum motivo, que ela entenda isso. Nossos olhares se encontram e eu sinto meu coração disparar agora. Ela parece aceitar minhas palavras. Desço meu olhar até sua boca e mordo meus próprios lábios contra o impulso de beijá-la. Imagino qual seria o gosto do seu beijo... A textura de seus lábios... No entanto, me afasto.
Eu não queria assustá-la mais!
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GET YOU
RomanceCarson Axel sempre viveu em um mundo violento. Drogas, álcool, festas, mortes, garotas... Seu pai? Um mafioso perigoso. Seu melhor amigo? Seu parceiro de crimes. Sua mãe? Morta. Ele só conheceu o caos em sua vida, mas nada comparado a quando Mad...