CAPÍTULO 17

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•Carson Axel•

Desvio do aperto do meu pai e corro para fora do escritório, encontrando um dos homens pressionando Madison contra a parede.

_ Solte-a! - ordeno caminhando até eles. Ele me obedece e eu a puxo para atrás de mim.

_ Ela estava espiando pela casa... - ele se explica.

_ Eu apenas precisava usar o banheiro. - ela murmura e eu sinto meu corpo gelar quando as botas do meu pai batem lentamente contra o piso da escada. Ele olha para Madison com curiosidade enquanto se aproxima. Suas botas deixam rastros de sangue no chão. Sinto a garota atrás de mim apertar meu braço.

_ Quem é você, querida? - ele pergunta ficando a nossa frente.

_ Ninguém. - respondo-o rápido - Já vou levá-la para casa. - tento nos tirar dali, mas quando tento puxar Madison por um braço, meu pai é mais rápido e a agarra pelo outro. Mordo meu lábio inferior, respirando fundo.

_ Sou o pai do Carson, é um prazer conhecê-la. - ele diz puxando sua mão até os lábios e a beijando. - Talvez devesse almoçar conosco amanhã. - ele oferece - Adoraria saber mais sobre você. - Madison olha para mim sem saber o que fazer

_ Já chega! - sussurro próximo do ouvido do meu pai. Ele sorri de lado - Já fiz o que queria, agora já chega! - minha voz sai firme e meu pai parece aceitar o que digo. Ele estrala os dedos novamente e ele e seus capangas deixam minha casa, mas antes ele para na porta.

_ A proposta ainda está de pé, querida. - então ele some de vista.

_ Está tudo bem? - pergunto para a garota que parecia em estado de choque, enquanto olhava os rastros de pegadas de sangue.

_ Que merda está acontecendo aqui? Isso é sangue? Quem são aqueles caras? Porquê seu pai é tão sinistro? - ela começa a surtar em meio aos milhões de perguntas, então a coloco sentada no sofá e pego um copo de água na cozinha. Ela toma um gole tremendo.

_ Vou te levar para casa. - tento levantá-la mas ela se solta.

_ Quero saber o que está havendo! - suspiro passando a mão pelos cabelos.

_ É melhor se não souber. Apenas deixe para lá, Madison. - peço mas ela se levanta e corre até o andar de cima. - Não! - exclamo correndo atrás dela.

Merda!

_ Ai meu Deus! - ela grita, cambaleando para trás com as mãos sobre a boca, ao ver os dois corpos no chão do escritório. Paro encostado na porta e ela me olha chocada.

_ Madi... - ela ergue a mão me calando. Seu rosto estava branco e eu penso que ela vai vomitar, mas ela apenas cai contra o piso de madeira, desmaiada.

•••

_ O que vamos fazer? - Ben pergunta quando encosto a porta do quarto, onde deixei Madison dormindo. - Ela viu demais, Carson. Como pôde ser tão descuidado?

_ Você me mandou trazê-la! - retruco - E além do mais, se tivesse aparecido, talvez teríamos evitado muita coisa! - o acuso e ele cruza os braços olhando o chão - Onde estava?

_ Eu não pude vir. - ele diz

_ Bom eu percebi que não pôde quando não apareceu, quero saber onde caralhos estava! Você me mandou vir! - Ben suspira

_ Eu não pude vir, porque seu pai me proibiu. - ele diz e eu paro, o encarando - Ele disse que queria testar você. Apenas você! E eu sabia que não viria se eu não falasse que tínhamos que vir juntos...

_ Eu vim por você, seu desgraçado! - o empurro - Eu vim para você não se ferrar! - grito e Ben apenas cambaleia para trás, sem reagir. - Tem noção do que aquele merda me fez fazer?

_ Eram ordens do seu pai, Carson... - ele se desculpa

_ É claro que eram. Afinal, você é o cachorrinho dele! - digo com veneno na voz.

_ Eu sinto muito. - ele pede e eu rio pelo nariz, com arrogância.

_ Porquê não dá o fora daqui? - proponho e Ben olha para o quarto.

_ Ainda precisamos descobrir o que fazer com a garçonete... - ele começa mas eu o corto.

_ O nome dela é Madison! - exclamo - E eu vou me virar sozinho. Agora some! - ordeno e Ben me olha uma última vez com as narinas dilatadas, antes de correr escada a baixo e bater a porta com força.

Entro no quarto e encontro Madison ainda dormindo. Me sento em uma cadeira ao seu lado e a observo por alguns segundos. Seus cabelos castanhos estavam espalhados pelo travesseiro; seus lábios estavam entreabertos e era possível ouvir o leve som de ar saindo deles; seu peito subia e descia lentamente contra o vestido de garçonete da Boate. Olhando-a mais de perto, pude notar leves sardinhas em suas bochechas e sobre seu nariz. Levo minhas mãos até seu cabelo e o massageio por um instante, porém, me arrependo assim que ela se remexe e abre os olhos, se contraindo contra meu toque e me olhando assustada.

_ O que estava fazendo? - ela se apoia nos cotovelos. Me afasto.

_ Nada. - respondo - Como se sente? - ela para por um segundo e então me olha um pouco aterrorizada. Ela parece se lembrar.

_ Você matou aqueles caras? - ela se senta na cama em segundos, se afastando de mim. - Ai meu Deus! Você vai me matar? - ela agarra um abajur e o aponta na minha direção. Me levanto da cadeira erguendo os braços.

_ Ei, abaixa isso. - peço e ela fica em pé à minha frente, em sinal de ataque. - Vai se machucar... - aviso, mas ela continua me encarando. As mãos tremendo contra o objeto pesado.

_ Quem são aqueles caras? São seus capangas? - sua voz sai rápida e sem fôlego - Me trouxe aqui para me matar, não foi? - ela parecia estar tendo um ataque de pânico - Me responda, droga! - ela grita e em um movimento rápido, eu seguro seus braços, fazendo-a soltar o abajur no chão, este se quebra fazendo um som alto no cômodo. Madison tenta lutar contra meu aperto, então a jogo na cama, a imobilizando com meu corpo. Ela tenta gritar, mas tapo sua boca.

_ Se acalme, ok? - peço e ela me encara com seus olhos verde jade arregalados - Não vou machucar você! Não fui eu quem matou aqueles caras! - explico e ela para de se contorcer debaixo de mim. - Se prometer não gritar, vou te explicar tudo. - proponho e ela me encara por alguns segundos. Posso sentir seu coração disparada contra o meu. Ela concorda com a cabeça, portanto, lentamente, recolho minha mão de sua boca. Madison engole em seco e eu afroxo meu aperto contra seus pulsos, mas ela mantém suas mãos onde estão.

_ Não vai me machucar? - sua voz sai temerosa e eu me sinto ofendido com sua pergunta.

_ Eu nunca machucaria você! - a encaro precisando, por algum motivo, que ela entenda isso. Nossos olhares se encontram e eu sinto meu coração disparar agora. Ela parece aceitar minhas palavras. Desço meu olhar até sua boca e mordo meus próprios lábios contra o impulso de beijá-la. Imagino qual seria o gosto do seu beijo... A textura de seus lábios... No entanto, me afasto.

Eu não queria assustá-la mais!

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