CAPÍTULO 61

20.9K 1.7K 290
                                    

•Carson Axel•

Acordei com o som irritante do despertador de Madison no meu ouvido. A senti empurrar meu braço para longe de sua cintura e se levantar da cama.

_ Não... - resmungo rouco, tentando alcançá-la. Abro meus olhos sonolentos ao ouvir sua risada. Encontro-a ainda ao lado da cama, completamente nua, checando seu telefone. Madison tinha seus cabelos castanhos bagunçados e soltos por suas costas, seu rosto estava amassado pelo travesseiro, seus seios estavam rígidos pelo ar frio do ar condicionado e os pelos de seu corpo estavam arrepiados. Mordo meu lábio, assistindo cada curva de seu corpo.

_ Eu tenho que ir... - ela diz, procurando suas roupas pelo quarto. - Preciso me trocar e ir para a aula... - ela encontra sua calcinha jogada sobre uma poltrona e a veste.

_ Não vá hoje! - peço e ela revira os olhos, me olhando com um sorriso de canto.

_ Sabe que não posso! Tenho mais faltas do que todos os outros alunos juntos... - Madison se cobre completamente e eu bufo, jogando o travesseiro contra o meu rosto. - Você devia tentar aparecer as vezes também. - ela ironiza, vindo até mim e beijando minha bochecha. Aproveito minha chance para prende-la pela cintura. - Carson... - ela reclama.

_ Eu quero ficar com você, amor. Podemos transar, depois tomar café e transar de novo... - ela ri, mas continua tentando se livrar de mim.

_ É tentador, senhor Axel... Mas algumas pessoas aqui realmente precisam estudar... - solto-a, fazendo uma careta.

_ Eu não! Quando se é inteligente não precisa estudar tanto. - ela agarra um travesseiro na cama e o arremessa na minha cabeça. Rio, adorando tê-la provocado e ouço-a sair do quarto. - Amo você! - grito antes de ouvir a porta da frente bater.

•••

_ Cacete! - exclamo quando me viro na cama ao escutar meu celular tocar pela terceira vez. Eu sabia que era meu pai. Mas eu não queria atender. Eu já imaginava do que se tratava: Descobrir o infiltrado ou ajudá-lo com algum carregamento. De qualquer forma, eu não me importava com nenhuma das duas opções.

Coço meus olhos e me levanto da cama, caminhando até o banheiro. Ligo o chuveiro e entro debaixo da água quente, sentindo meus músculos tensionados relaxarem. Pelo box do vidro embaçado, posso ver o nome do Diabo brilhar na tela do telefone e bufo, me apressando de volta para o quarto. Visto uma calça de moletom cinza e desço as escadas, até a cozinha. Haviam ovos mexidos prontos, sobre o balcão, e eu os levo até o sofá, ligando a TV para me deparar com um desenho bobo. Agarro meu celular, ao notar que meu pai havia, finalmente, desistido, e disco o número de telefone da Madison, que agora, provavelmente, estaria no intervalo.

_ Carson, abra essa porta! - dou um pulo ao ouvir a voz do meu pai e em seguida, vários murros na madeira. Xingo baixo e me levanto, indo destrancar a fechadura, antes que ele a arrombe. O Diabo entra na minha casa, com uma cara nada boa. Ele analisa o local, a TV ligada, o prato sujo sobre o sofá, e depois seus olhos pousam sobre mim, gelados. Então, meu pai direciona seu punho na minha direção, socando minha bochecha. Viro meu rosto bruscamente, sem sair do lugar, e sinto um gosto metálico na minha boca. - Você é um inútil! - ele berra e eu volto meu olhar para ele, furioso. - Não entende quando precisa crescer? A polícia está na minha cola, temos um infiltrado na gangue e você não assume merda de responsabilidade nenhuma! - ele suspira - Eu devia ter ligado para o Ben... - sorrio de lado.

_ Devia mesmo! - o corto - Ele liga mais pra tudo isso do que eu! - o homem murmura um xingamento e ergue seu punho novamente, mas, dessa vez, agarro seu pulso, o impedindo. - Eu não faria isso se fosse você, papai! - alerto-o e ele me lança um olhar mortal, antes de se soltar e dar passos para trás. Meu pai passa sua mão pelos cabelos grisalhos e caminha em circulos pela sala. Era possível notar o quão desesperado e assustado ele estava.

Ele nunca demostrava fraqueza assim e francamente, eu estava adorando assistir!

_ Preciso me encontrar com alguns amigos, para caso precisarmos de um "plano B" e você vai vir comigo! - reviro os olhos.

_ Não quero! - respondo-o e ele ri debochado.

_ Não ligo para o que queria! Preciso que vá comigo...

_ Porquê eu? - o corto - Ben é muito mais qualificado para puxar saco, devia levá-lo. - comento.

_ Não vou discutir com... - meu pai me encara, franzindo sua testa. - Pensei que depois que Ben tivesse entregado sua namoradinha para o André, você iria odiá-lo. - ele me olha intrigado - Mas, aparentemente, vocês estão bem... Muito bem... - sinto seus olhos me analisarem lentamente e mordo minha língua.

Eu tinha ferrado tudo?

_ Por favor! - debocho, rindo. - Ben está morto pra mim! Talvez eu até o odeie mais do que odeio você. - aponto e ele revira os olhos - Mas se pra você me deixar em paz signifique que ele precise fazer suas tarefas chatas, estou de acordo com isso. - o Diabo sorri de lado e da de ombros.

_ Bom, então é realmente uma pena que só me reste você para isso! Mas ao menos saiba que não gosto disso tanto quanto você, talvez isso lhe traga conforto. - ele caminha até a porta e eu o sigo, contragosto.

_ Você nem imagina o quanto... - sussurro baixo.

Durante a viagem, até o local definido para nos encontrarmos com os amigos do meu pai, eu enviei minha localização para Ben. Essa seria a hora perfeita para uma emboscada! Se os "amigos" do meu pai, fossem compradores, eu apenas poderia dar o sinal e Ben mandaria sua equipe da S.W.A.T para cá. O carro para em frente à uma indústria abandonada e de longe, posso perceber mais dois carros pretos parados.

_ Não faça nenhuma besteira, Carson. Eles são nossa última chance de nos livrarmos dos tiras! - meu pai murmura sério, antes de descermos do veículo e caminharmos até o outro grupo de pessoas. Haviam outros quarto homens, todos de terno branco, com maletas em mãos. - Arthur, sempre um prazer! - meu pai sorri e abraça o homem. Arregalo os olhos confuso com seu afeto espontâneo e apenas permaneço mais atrás, assistindo-os.

_ Axel, fico feliz em revê-lo. - o homem retribui o abraço. - É uma pena que seja nessas circunstâncias... - o Diabo concorda, batendo nas costas de seu amigo.

_ Agradeço sua ajuda, Arthur.

_ É um prazer, amigo... E... É claro... - ele sorri fraco - Espero que retribua o favor, algum dia. - reviro os olhos, não mais tão chocado. Era apenas um teatro. Não eram amigos. Arthur apenas queria ter o maior mafioso de Los Angeles em dívida com ele.

Esperto!

_ Claro. - meu pai responde e os outros três homens com as maletas, se aproximam, abrindo-as sobre o capô do carro. - Está tudo aqui? - me estico para ver melhor. Passaportes e documentos falsos, armas, dinheiro e contratos de imóveis por todo o país.

Não era um carregamento ou um novo comprador. Era a fuga do meu pai! E ao notar minha foto em alguns dos documentos, percebo que ele planejava me levar com ele.

Enfio minha mão no meu bolso e envio o sinal para Ben.

COMENTEM O QUE ESTÃO ACHANDO!!

GET YOUOnde histórias criam vida. Descubra agora