CAPÍTULO 49

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•Madison Eden•

Na manhã seguinte acordei com o capanga de Charlie entrando no quarto e deixando uma bandeja de comida na mesinha. Ele me olhou feio antes de sair do cômodo, fechando a porta atrás de si.

Acho que ele não havia me perdoado pela pancada na cabeça.

Me sentei na cama e encarei a bandeja, revirando os olhos. Meu favorito. Torradas, ovos, bacon e um copo com suco de laranja.

Porém, nem toquei na comida. Eu não estava com fome. Estava exausta.

Ontem a noite, depois que fui arrastada de volta para o quarto, eu não consegui dormir. Eu estava furiosa, magoada, confusa, desnorteada e temerosa, por Carson. Xinguei meu irmão por horas enquanto arremessava tudo o que via pela frente contra o chão. Chegou à um momento em que minha garganta doeu por meus gritos e meus punhos incharam por socar a porta. Não me lembro de ir me deitar e dormir.

Entretanto, agora, eu definitivamente não me sentia descansada. Era como se eu tivesse bebido muito na noite anterior e agora estivesse com a maior ressaca da minha vida. Emocional e física!

Observei o quarto e percebi que realmente tinha feito um bom trabalho, detruindo-o. As cortinas estavam rasgadas, o que fazia a luz da manhã adentrar o local. Todas as roupas dos armários estavam espalhadas pelo chão. Uma poltrona, ou os restos dela, estavam espalhados contra o canto da parede - que agora tinha riscos na pintura. A madeira da porta de entrada estava danificada pela quantidade de vezes que arremessei coisas contra ela.

Suspiro profundamente e caminho para o banheiro, desviando dos cacos quebrados no carpete. Permaneço horas la dentro, debaixo do chuveiro, pensando.

O que eu iria fazer? Como eu poderia escapar de André? Eu realmente teria que passar o resto da minha vida presa aqui? Carson já sabia que eu havia desaparecido? Ele estaria me procurando? Ou melhor, ele conseguiria me encontrar na porra da França? Milhões de questões rondavam minha cabeça e e eu podia sentir a tensão nos meus ombros.

Assim que termino o banho, visto uma calça jeans que encontro no chão e uma blusa verde que na estava na gaveta da cômoda.

Então, volto para a cama.

Não sei dizer ao certo quanto tempo fico ali, mas pela janela, noto o sol sumir e uma lua brilhante tomar seu lugar. Eu não havia deixando o cômodo o dia todo. Eu não queria lidar com ninguém, mas quando anoitece, começo a me sentir abafada ali dentro. Decido que deveria sair um pouco e calço um tênis qualquer. Estava prestes a bater na porta para me deixarem sair, quando ouço um estrondo no andar de baixo e todo o castelo treme. Em seguida, se inicia uma sessão de tiros no andar de baixo.

Seria ele... Carson?

Corro até a janela, mas tudo que posso ver é fumaça e fogo no jardim. A porta do quarto é aberta abruptamente e vejo André entrar acompanhado do homem que eu nocauteei.

_ Você está bem? - ele pergunta dando uma leve olhada pelo cômodo destruído.

_ O que está acontecendo? - pergunto, o ignorando. Ele olha de soslaio para seu capanga.

_ Estamos sendo atacados! - Não consigo evitar em sorrir.

_ É o Carson, não é? - questiono. Esperança notável na minha voz. André trava seu maxilar e me dá as costas, virando-se para seu parceiro.

_ Leve-a para longe daqui! Encontro vocês em quinze minutos. - ele murmura para o homem e antes de sair, aperta seu braço - E Hugo, não deixe-o encontrá-la! - ele ordena e o homem confirma, antes de André sair do quarto.

_ Vamos! - Hugo tira uma pistola do bolso e agarra meu braço, me puxando em direção as escadas. Sou arrastada pelos corredores enquanto ouvimos tiros e explosões. O lugar estava cheio de fumaça e havia alguns pedaços das pilastras de mármore caídas no chão. O castelo parecia estar rachando aos poucos. Quando chegamos ao andar de baixo, Hugo nos direciona por um corredor longo, até  adentrarmos uma biblioteca. Ele alcança uma estante e começa a jogar os livros dela contra o chão. - Droga! Qual era...? - ele murmura para si enquanto puxa todos os exemplares para baixo. Percebo, surpresa, que ele porcurava por uma passagem secreta. Enquanto isso, os tiros estavam cada vez mais pertos...

Meu coração dispara.

Eu sabia que se ele me levasse por ali, André seria capaz de fugir comigo e Carson não seria mais capaz de me localizar. Então, quando Hugo finalmente encontra o exemplar certo e a estante se abre em uma passagem, o chuto na canela com força. Ele se agacha, gritando e eu agarro o livro mais pesado que encontro e bato contra sua cabeça.

_ Sua vadia! - ele rosna apontando a pistola para mim. Dou passos para trás e ergo meus braços, mas sorrio.

_ Não pode me matar! - alerto-o - André te mataria. - ele volta a ficar em pé e me olha furioso.

_ Tem razão, não posso te matar. - ele abaixa a arma - Mas ele não disse nada sobre te machucar. - então ele dispara e sinto a bala passar de raspão contra minha coxa. Grito e caio pressionando a ferida. Hugo se aproxima de mim e me ergue pelos cabelos. - Acho que André não vai se importar tanto com seu estado, contando que eu te entregue a ele! - ele ri e soca meu estômago. Arfo sem ar. O homem me puxa em direção à passagem aberta na estante e eu luto contra seus dedos no meu coro cabeludo. Finco minhas unhas contra seu pulso e ele berra me soltando, antes de deferir um tapa contra meu rosto. Caio de bruços sentindo sangue em meus lábios. - Vai ser mais fácil com você apagada... - ele resmunga antes de me virar, subir sobre mim e apertando ambas suas mãos contra meu pescoço. Arregalo meus olhos me contorcendo. O capanga de André aperta seus dedos contra minha pele e eu reviro os olhos sem ar. Tento arranhá-lo novamente, mas dessa vez ele não parece ligar tanto e sinto meu corpo amolecer cada vez mais. Meu braço cai para o lado e me sinto ficar sem forças. Minha visão começa a ficar turva, até que meus dedos alcançam alguma coisa. Em uma última tentativa, agarro o objeto e uso o que me resta de forças, e talvez um pouco de adrenalina, para acertar Hugo. Ele cai para o lado e me solta.

Tusso, respirando fundo, enquanto me arrasto para longe do homem. Quando volto a olhar para trás, noto que ele continuava caído no chão, imóvel, sangue saia de sua cabeça. Percebo que o havia acertado com um pedaço de mármore que havia caído de uma das pilastras da biblioteca.

Me levanto aos tropeços sentindo a dor na minha coxa aumentar. Pego a pistola de Hugo no chão e corro para fora daquele cômodo, em direção aos disparos e às explosões.


EU QUERIA VOLTAR A COMUNICAR AQUI SE ALGUÉM SOUBER DE ALGUÉM QUE SABE EDITAR VIDEOS E SE INTERESSARIA EM FAZER UM BOOOK TRAILER PARA O GET YOU, POR FAVOR ENTRE EM CONTATO COMIGO. OBRIGADA.




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