CAPÍTULO 43

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•Madison Eden•

_ Foda-se! Não acredito que estou vivo! - Carson arfa assim que paro o carro em sua garagem. Ele abre a porta imediatamente. Reviro os olhos.

_ Não seja dramático. - ele me olha como se eu fosse louca.

_ Você quase bateu em um poste e atropelou um gato! - ele exclama e eu saio da BMW o entregando as chaves.

_ Quase. Então estamos bem. - comemoro

_ Me lembre de nunca mais te deixar dirigir nada! - ele comenta assim que entramos em sua casa.

•••

Eu mexia minha perna debaixo da cadeira nervosa enquanto observava o professor de cálculo distrubuir as provas. Absolutamente todos os professores haviam resolvido aplicar testes surpresas essa manhã e a tensão pairava na classe.

Bom, ao menos as aulas passariam mais rápido!

_ Eu estou tão fodida! - Gaby sussurra ao meu lado enquanto o professor distribui as folhas. - Será que se eu fingir um desmaio eles acreditam? - sorrio de lado.

_ Claro, se quiser fazer parecer ainda mais real, eu mesma te dou o soco. - ironizo e ela me mostra a língua. Rio.

Começamos a fazer os testes. Foram bem mais difíceis do que eu esperava. Talvez eu apenas não estivesse tão focada nos estudos nessas últimas semanas. Afinal, minha vida estava de cabeça para baixo. No entanto, eu acredito ter ficado na média. O que, para mim, estava mais do que perfeito.

O sinal toca indicando o fim do último teste e da última aula. Gaby agarra sua mochila e se despede de mim, avisando que iria encontrar Connor no estacionamento. Fiquei feliz em saber que eu não tinha estragado a chance dos dois, depois de ter fugido do nosso encontro duplo.

Deixo a sala de aula e caminho até o portão de entrada da faculdade. Carson havia me avisado que não poderia vir para a aula hoje, já que seu pai tinha exigido sua presença em algum tipo de reunião. Então, eu não tinha uma carona. Talvez fosse melhor almoçar no campus ou em algum restaurante perto. Poderia aproveitar também para visitar minha mãe.

_ Ei, Madison! - olho para trás ao escutar Ben me chamar. Ele corre até mim carregando uma mochila nas costas. Era estranho vê-lo assim, como um estudante normal. - Quer uma carona? - franzo o cenho um pouco surpresa. Eu sabia que Ben não ia muito com a minha cara e ele definitivamente me via como uma distração para Carson e seus negócios. - Não pareça tão surpresa! Carson me pediu. - ele explica. Fazia mais sentido!

_ Na verdade, eu não vou para casa agora. - digo e ele ergue uma sobrancelha - Quero visitar minha mãe na clínica. - Ben parece analisar o que digo.

_ Acha uma boa ideia andar por ai? Acha que Carson não vai se importar? - suspiro.

_ Não posso ficar vivendo como se estivesse prestes a cair em uma armadilha para sempre. Eu não vejo minha mãe à algum tempo, preciso ir. - Ben me olha por algum tempo, sorri de lado e então assente.

_ Tudo bem, eu te levo até lá. - ele afirma caminhando até seu carro e eu o sigo.

•••

Assim que entro na clínica, dou meu nome para a recepcionista. Ela me conduz até uma sala e me pede para aguardar em uma mesa, enquanto chamava minha mãe. Eu havia pedido para Ben passar em um restaurante chinês e havia pegado duas marmitas para viagem. Então, as coloco sobre a mesa.

Minutos depois, minha mãe entra no cômodo usando um vestido amarelado de botões. Ela tinha seus cabelos loiros bem penteados e cuidados. Usava uma sandália branca e tinha um caderno em suas mãos. Ela passa seus olhos pela sala e então me nota ali, seu rosto confuso por um momento. No entando, ela parece me reconhecer e sorri, correndo até mim.

_ Oh, Madison, querida! - ela me abraça e eu a aperto contra mim, sentindo o seu cheiro familiar me inundar. - Eu senti sua falta. - ela murmura. Meu peito se enche e eu fecho meus olhos por uns instantes.

_ Eu também senti, mamãe... - confesso entre seu pescoço. Naquele momento, senti como se toda a responsabilidade que eu carregava, estivesse sendo sugada por ela. Porém, ela se afasta, e o sentimento de conforto a segue.

- Está tão bonita! - ela comenta massageando minhas bochechas, me analisando. Sorrio para ela.

_ Eu tenho uma surpresa. - abro a tampa das marmitas - Comida chinesa, sua favorita. - ela sorri contente e se apressa a sentar na cadeira à frente.

Começamos a comer e ela me conta sobre como tem sido sua rotina na clínica. Exercícios, meditação, filmes em grupo, aulas de artes e vários outros. A observo o tempo todo. Ela parecia melhor. Mais feliz. Bem mais do que quando morava comigo.

_ A senhora parece bem... - comento terminando minha marmita - Está bem aqui, não está? - questiono e ela toma um gole de água, assentindo.

_ Ah, sim, querida, muito bem. É como um resort de férias... Tenho até um novo namorado. - arregalo os olhos e ela fica vermelha em suas bochechas.

_ Mesmo? Qual o nome dele?

_ Bernad. - ela diz e seus olhos brilham - Ele fica no quarto em frente ao meu. Ele toca piano e é tão elegante. Ele disse que vai me compor uma música um dia desses... - ela abre seu caderno na minha direção - E eu estou escrevendo um poema para ele. - não consigo compreender seus rabiscos, mas acho adorável quando vejo desenhos de corações ao lado.

_ Eu fico muito feliz, mãe. - me estico pegando sua mão. - De verdade. E espero que eu possa conhecer esse tal Bernard da próxima vez. - proponho e ela concorda.

_ Madison... - olho para o lado ao ver Ben parada em frente à nossa mesa - Eu sinto muito, mas temos que ir. - o olho confusa. Ele estava me esperando do lado de fora ou havia voltado apenas agora?

_ O que aconteceu? - pergunto enquanto minha mãe analisa o loiro.

_ É seu namorado, querida? - ela sussurra, porém alto o suficiente para ambos ouvirmos.

_ Não! - respondemos juntos.

_ Eu te explico no carro, mas agora temos que ir! - ele me olha sério e eu assinto me levantando da mesa. Caminho até minha mãe e a abraço apertado, dizendo que voltaria o mais cedo possível.

Sigo Ben para fora da clínica, em direção à sua BMW.

_ O que houve? É algo com o Carson? - pergunto colocando o cinto.

_ Preciso te levar a um lugar! - ele responde acelerando o carro para fora do estacionamento.

_ Que lugar? O que está acontecendo? - questiono

_ Ele vai te explicar tudo lá. - Ben afirma e eu apenas suspiro me recostando no banco. Não parecia que ele iria me dar mais nenhuma informação.

Porém, com o tempo da viagem, comecei a me sentir ansiosa. Será que Carson estava bem? Porquê todo esse mistério?

O sentimento aumentou quando saímos da cidade e Ben entrou em uma espécie de galpão com uma longa área aberta. Era uma pista de avião. E ao longe, notei um jatinho parado ali. Olhei confusa para Ben. Carson queria viajar?

Ele aproximou a BMW da enorme aeronave e abriu a porta do carro, logo em seguida vindo abrir a minha.

_ O que é isso? - pergunto. - Carson está fazendo algum tipo de surpresa? Ele não parecia ser do tipo romântico... - brinco sorrindo, no entanto, Ben não me responde.

_ Sim, amor, é algum tipo de surpresa! - a porta da nave se abre e meu sorriso some. - Mas não como você pensa. - André desce do jatinho e caminha até nós. Sinto meu corpo se enrijecer e olho para Ben que encarava o chão.

_ Sinto muito, Madison. - Ben murmura e eu o olho apavorada.

_ Que merda está fazendo? - tento abrir a porta do carro, porém, sinto uma pontada no meu pescoço e arfo.

_ Devia ter ouvido o Carson... - Ben comenta, atrás de mim e então minhas pernas bambeiam. O sinto me segurar e vejo uma seringa em sua mão. Minha visão começa a embaçar quando André se agacha a minha frente, sorrindo. Ele aperta os ombros de Ben, como se o agradecesse, e quando seus olhos caem sobre mim, tudo fica preto.


E AGORA?? EITA GIOVANA, O FORNINHO CAIU!

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