CAPÍTULO 48

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•Madison Eden•

Me levanto da cadeira rapidamente, me afastando dele. Meus olhos ainda o encaravam, arregalados. Meu coração batia forte contra meu peito enquanto minha cabeça rodava.

Meu irmão?

_ Eu sei que é muito para processar... - ele comenta tentando me acalmar.

_ Você acha? - debocho - Isso não está certo! - afirmo - Como você pode ser meu irmão? Como eu nunca soube disso...

_ Eu também levei um tempo para descobrir sobre você. - ele confessa e meus ombros caem. Passo minha mão contra meus cabelos sentindo a sala muito quente, de repente. - Mas quando o fiz eu tive que te encontrar. Eu procurei por você por tanto tempo...

_ Está mentindo! - acuso-o - Está tentando me enganar... - ele nega caminhando até mim. André segura meus braços e eu me encolho, assustada. Não de que ele fosse me machucar. Mas era como se um fantasma estivesse me tocando agora.

_ Não estou te enganando, Mads. - abro a boca ao ouvi-lo me apelidar, mas não digo nada - Eu posso explicar tudo. Mas eu quero que entenda que minha intenção nunca foi te machucar, eu apenas queria me apresentar... - o olho indignada.

_ Não lhe ocorreu em tentar fazer isso durante um café? - exclamo me afastando dele - Você me sequestrou e me trouxe pra porra de outro país! - André suspira fechando seus olhos.

_ Eu sei que não foi o ideal... - solto um som de deboche da minha boca - Mas quando vi você ficando tão próxima do Carson... - ele cerra seus punhos - Eu não pude permitir! - franzo meu cenho.

_ Não pode permitir? - indago incrédula.

_ Ele não merece você, Madison! - André exclama e eu rio sem humor.

_ Então agora você me diz quem eu devo namorar? Somos esse tipo de irmãos agora? - André revira os olhos com meu sarcasmo.

_ Tente entender... Eu o odeio! - André aponta.

_ E eu o amo! - exclamo. Levo um segundo para assimilar o que acabei de dizer. O rosto do meu novo irmão fica rígido e ele me olha feio.

_ Não sabe o que diz... - ele se vira caminhando pelo salão. - Não pode amá-lo. Ele mecheu com a sua cabeça, está apenas confusa...

_ Diga o que quiser para se sentir melhor... - murmuro dando de ombros. André apoia seus braços contra a mesa, encarando o nada. Então ele arremessa o que está na sua frente contra o chão. Dou um pulo.

_ Você é minha irmã. - ele berra, voltando a olhar para mim - Não vou deixar ele ter você. - dou um passo para trás quando ele se aproxima. - Somos família, irmãzinha. E família fica unida! - bato contra a parede e ele fica à minha frente.

_ Não é família para mim. - cuspo e ele parece realmente magoado. André passa sua mão contra minha bochecha, descendo até meus lábios.

_ Vai aprender a me amar. - engulo em seco quando ele encara minha boca. - Somos sangue do mesmo sangue. Você é a única pessoa que me resta... - ele murmura se aproximando de mim. Faço uma careta, assustada e o chuto nas bolas. André berra se ajoelhando no chão.

_ Qual é o seu problema? - exclamo correndo até a mesa, o mais longe possível dele - Eu sou a porra da sua irmã! Porquê caralhos iria tentar me beijar? - ele ainda permanecia ajoelhado, com uma expressão de dor em seu rosto.

_ Você é apenas minha meia-irmã. - ele aponta com a voz falha. Acho que o chutei forte demais! O encaro com nojo. Ele realmente achava que fazia alguma diferença?

_ Você é nojento. - afirmo e ele ergue seu olhar para mim. André tem dificuldades para se levantar, mas assim que o faz, caminha em minha direção. Agarro uma faca na mesa e aponto para ele. - Fique longe de mim, seu psicopata! - alerto-o.

_ Não vou te machucar, Mads. - ele informa.

_ Meu nome é Madison. - corto-o - E não me importo com o que pretende fazer, apenas fique longe de mim! - então ele me obedece, se sentado na cadeira para meu alívio. E acredito que para seu próprio também.

_ A primeira vez que eu vi você, foi naquele bar onde travalhava. - ele começa, um sorriso fraco em seus lábios - É claro que eu já tinha fotos suas, já sabia quase tudo sobre você, mas vê-la pessoalmente... Foi diferente. - André ergue seus olhos azuis para mim, eu permanecia a alguns metros dele, com a faca em mãos. - Você era tudo o que eu sempre sonhei. Uma família. Eu soube que estávamos destinados a partir daquele momento. Você era minha e eu era seu! Para sempre, unidos pelo sangue que corre em nossas veias.

_ Você é completamente louco... - sussurro o encarando séria. Ele não parece me ouvir.

_ Eu ia falar com você naquela noite, mas então Carson apareceu... - sua voz sai ácida - E você foi embora com ele. - André parece me culpar em suas palavras. - Depois disso vocês ficaram cada vez mais próximos e eu percebi que ele queria te tirar de mim... - eu apertava a faca tão forte que meus dedos estavam ficando brancos - Então minha missão deixou de ser pelo Marcus e passou a ser pessoal. Eu não iria deixar outro Axel sair por cima.

_ Então você fingiu ser um estudante chamado Charlie e tentou me sequestrar na floresta?

_ Eu iria explicar tudo assim que estivéssemos longe o suficiente, mas você fugiu... - ele se levanta rapidamente, me fazendo dar um passo para trás - Tudo isso, nunca foi pelo Carson ou por dinheiro. Eu apenas queria você. Você é tudo que eu tenho! - ele sorri me olhando com afeição. Mordo minha língua.

_ Então você não tem nada! - respondo-o. André fecha sua cara e trava seu maxilar.

_ Apenas precisa de tempo para pensar em tudo... - ele estrala seus dedos e o homem que eu nocauteei mais cedo aparece no salão e caminha na minha direção, agarrando meu braço. Ele retira a faca das minhas mãos. - Verá as coisas mais claras quando eu tirar Carson de cena. - encaro meu irmão, séria, após suas palavras. Meu corpo age por conta própria e eu pulo em sua direção. Raiva me dominando por inteira.

Porém, não chego a sair do lugar, já que o capanga de André me arrasta para fora do cômodo. Grito enquanto o homem me leva escada acima.

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