•Carson Axel•
_ Eu acho que tenho mais chances do que você com a garçonete, Carson. - Ben me implica quando entramos no bloco da administração.
O que essa garota tinha que me fazia desejá-la tanto? E o que era isso no meu estômago que só acontecia quando eu estava perto dela?
_ Já disse, ela é minha! - rosno para ele que da de ombros.
_ Não estou tentando furar seu olho, só estou ligando os fatos. - ele brinca e eu bufo entrando na aula da velha chata. Cálculo 2. Uma aula inútil, já que eu posso contratar alguém para cuidar das finanças de qualquer empresa, ou arrumar uma calculadora.
_ Me acorde quando esse inferno acabar. - peço e me debruço na mesa.
•••
Eu estava parado em frente a casa de Madison fazia alguns minutos, ela não atendia o celular e eu já havia buzinado duas vezes.
_ Dane-se. - desci do carro e caminhei até a porta da frente. Bati duas vezes mas ninguém atendeu. Tentei a maçaneta e vi que estava aberta.
Ela deixa a casa destrancada? Ela não sabe que alguém pode invadir?
Abri a porta e dei de cara com uma sala simples, apenas um sofá pastel, uma mesinha e uma TV. Fechei a porta atrás de mim e comecei a espiar. A casa era pequena: sala, cozinha, lavanderia, quintal e uma escada. Estava prestes a chamar por ela quando ouvi um barulho de vidro quebrando no andar de cima.
_ Para! - ouvi a voz de Madison gritar. Subi as escadas e corri em direção a uma porta aberta. Assim que entrei no cômodo, encontrei Madison caída no chão e uma mulher sobre ela tentando acertar seu rosto com um caco de vidro. É claro que Madison lutava para desviar e segurar seus braços.
Corri para cima da mulher e a segurei por trás tirando-a de cima da garota. Senti ela cortar meu braço e rosnei, mas sem deixá-la escapar. Madison se levantou às pressas e abriu a gaveta da cômoda, pegando uma seringa. Ela injetou no braço da mulher, que caiu mole nos meus braços.
_ Na cama. - Madison pediu e eu coloquei a mulher lá. Agora que ela não estava tentando matar ninguém, pude observar suas feições. Ela tinha cabelos castanhos, com alguns fios brancos trazidos pela idade. Usava uma camisola branca e tinha o rosto pálido.
_ Quem é ela? Ela invadiu ou algo assim? - perguntei começando a sentir meu corte arder. O sangue começou a escorrer pelo meu antebraço e eu o pressionei com a mão. Madison caminhou até a cômoda novamente e tirou uma caixinha, me entregando um pano e um curativo.
_ É minha mãe. - ela respondeu e eu parei de limpar o sangue e olhei para ela. Notei que ela tinha um hematoma vermelho em sua bochecha e seus olhos estavam sem o brilho verde de sempre. Eu não soube o que perguntar ou falar em seguida. - Ela têm Alzheimer. - ela explicou, caminhando na minha direção e me ajudando a enfaixar meu braço. - Às vezes ela se esquece de quem eu sou e fica agressiva. É por isso que tenho os sedativos, mas ela me pegou de surpresa hoje. - ela sorri sem graça e finaliza meu curativo. Depois, se aproxima da mãe e enfaixa o corte em sua mão, causado por segurar o caco de vidro. Madison estava prestes a guardar a caixinha de volta na cômoda quando eu a impeço, segurando seu pulso.
_ Devia passar uma pomada aqui. - aponto para sua bochecha. Ela assente e olha para a mãe dormindo, enquanto eu encontro algo para cuidar de seu machucado.
_ Obrigada. - ela me agradece. Guardo a caixa na gaveta. - Não acho que vou poder ir à sua festa hoje. - assinto já esperando isso. A observo se levantar e começar a recolher os cacos espalhados pelo piso de madeira.
_ Onde está seu pai? - pergunto e ela da de ombros.
_ Também gostaria de saber. - sua voz sai um pouco ácida - Ele sumiu quando eu tinha doze anos e desde então minha mãe começou a piorar. Chegou em um ponto que se eu não arrumasse um emprego, nós perderíamos a casa. Então, com dezesseis anos, comecei a trabalhar como garçonete na boate aos fins de semana e durante a semana fico de babá para meu vizinho. - ela termina de limpar tudo e eu permaneço em silêncio - Devia voltar pra sua festa. - ela me avisa caminhando para fora do quarto.
A sigo e fico parado enquanto ela joga o vidro no lixo do quintal e depois começa a limpar a ilha - já limpa - da cozinha.
_ Eu posso ficar com você... - digo e ela me olha irritada.
_ Porquê você está tão interessado em mim, hum? - pergunta, sua voz sai alta - Não pense que não conheço sua reputação, Carson Axel. Eu sei como trata as garotas! Como dorme com elas e depois as joga para escanteio. É isso que quer comigo? - ela joga o pano na bancada e caminha até mim - Quer me foder? Ou é algum tipo de aposta que fez com seus amigos? Apostou se conseguiria dormir com a garçonete, não é? - recuo enquanto ela se aproxima como um leão atrás de sua presa. Seus olhos estavam um pouco vermelhos e brilhantes pelas lágrimas que ameaçavam cair.
_ Não, eu... - tento dizer mas ela me corta.
_ Quer ver meus peitos? Meu corpo? Foi por isso que veio, não foi? - ela retira sua blusa e desabotoa seu short, os jogando no chão da sala. - Satisfeito agora? - ela para e me deixa encará-la por um tempo, seu peito subindo e descendo rapidamente contra o sutiã azul claro. Ela era perfeita! - Se era por isso agora pode ir! - sua voz sai fraca e com raiva. Caminho em sua direção e ela encara o chão, as bochechas coradas por sua fúria. Me abaixo e pego suas roupas, devolvendo para ela.
_ Vamos tomar um sorvete. - aviso - Vou esperar no carro.
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GET YOU
RomanceCarson Axel sempre viveu em um mundo violento. Drogas, álcool, festas, mortes, garotas... Seu pai? Um mafioso perigoso. Seu melhor amigo? Seu parceiro de crimes. Sua mãe? Morta. Ele só conheceu o caos em sua vida, mas nada comparado a quando Mad...