CAPÍTULO 5

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•Carson Axel•

_ Eu acho que tenho mais chances do que você com a garçonete, Carson. - Ben me implica quando entramos no bloco da administração.

O que essa garota tinha que me fazia desejá-la tanto? E o que era isso no meu estômago que só acontecia quando eu estava perto dela?

_ Já disse, ela é minha! - rosno para ele que da de ombros.

_ Não estou tentando furar seu olho, só estou ligando os fatos. - ele brinca e eu bufo entrando na aula da velha chata. Cálculo 2. Uma aula inútil, já que eu posso contratar alguém para cuidar das finanças de qualquer empresa, ou arrumar uma calculadora.

_ Me acorde quando esse inferno acabar. - peço e me debruço na mesa.

•••

Eu estava parado em frente a casa de Madison fazia alguns minutos, ela não atendia o celular e eu já havia buzinado duas vezes.

_ Dane-se. - desci do carro e caminhei até a porta da frente. Bati duas vezes mas ninguém atendeu. Tentei a maçaneta e vi que estava aberta.

Ela deixa a casa destrancada? Ela não sabe que alguém pode invadir?

Abri a porta e dei de cara com uma sala simples, apenas um sofá pastel, uma mesinha e uma TV. Fechei a porta atrás de mim e comecei a espiar. A casa era pequena: sala, cozinha, lavanderia, quintal e uma escada. Estava prestes a chamar por ela quando ouvi um barulho de vidro quebrando no andar de cima.

_ Para! - ouvi a voz de Madison gritar. Subi as escadas e corri em direção a uma porta aberta. Assim que entrei no cômodo, encontrei Madison caída no chão e uma mulher sobre ela tentando acertar seu rosto com um caco de vidro. É claro que Madison lutava para desviar e segurar seus braços.

Corri para cima da mulher e a segurei por trás tirando-a de cima da garota. Senti ela cortar meu braço e rosnei, mas sem deixá-la escapar. Madison se levantou às pressas e abriu a gaveta da cômoda, pegando uma seringa. Ela injetou no braço da mulher, que caiu mole nos meus braços.

_ Na cama. - Madison pediu e eu coloquei a mulher lá. Agora que ela não estava tentando matar ninguém, pude observar suas feições. Ela tinha cabelos castanhos, com alguns fios brancos trazidos pela idade. Usava uma camisola branca e tinha o rosto pálido.

_ Quem é ela? Ela invadiu ou algo assim? - perguntei começando a sentir meu corte arder. O sangue começou a escorrer pelo meu antebraço e eu o pressionei com a mão. Madison caminhou até a cômoda novamente e tirou uma caixinha, me entregando um pano e um curativo.

_ É minha mãe. - ela respondeu e eu parei de limpar o sangue e olhei para ela. Notei que ela tinha um hematoma vermelho em sua bochecha e seus olhos estavam sem o brilho verde de sempre. Eu não soube o que perguntar ou falar em seguida. - Ela têm Alzheimer. - ela explicou, caminhando na minha direção e me ajudando a enfaixar meu braço. - Às vezes ela se esquece de quem eu sou e fica agressiva. É por isso que tenho os sedativos, mas ela me pegou de surpresa hoje. - ela sorri sem graça e finaliza meu curativo. Depois, se aproxima da mãe e enfaixa o corte em sua mão, causado por segurar o caco de vidro. Madison estava prestes a guardar a caixinha de volta na cômoda quando eu a impeço, segurando seu pulso.

_ Devia passar uma pomada aqui. - aponto para sua bochecha. Ela assente e olha para a mãe dormindo, enquanto eu encontro algo para cuidar de seu machucado.

_ Obrigada. - ela me agradece. Guardo a caixa na gaveta. - Não acho que vou poder ir à sua festa hoje. - assinto já esperando isso. A observo se levantar e começar a recolher os cacos espalhados pelo piso de madeira.

_ Onde está seu pai? - pergunto e ela da de ombros.

_ Também gostaria de saber. - sua voz sai um pouco ácida - Ele sumiu quando eu tinha doze anos e desde então minha mãe começou a piorar. Chegou em um ponto que se eu não arrumasse um emprego, nós perderíamos a casa. Então, com dezesseis anos, comecei a trabalhar como garçonete na boate aos fins de semana e durante a semana fico de babá para meu vizinho. - ela termina de limpar tudo e eu permaneço em silêncio - Devia voltar pra sua festa. - ela me avisa caminhando para fora do quarto.

A sigo e fico parado enquanto ela joga o vidro no lixo do quintal e depois começa a limpar a ilha - já limpa - da cozinha.

_ Eu posso ficar com você... - digo e ela me olha irritada.

_ Porquê você está tão interessado em mim, hum? - pergunta, sua voz sai alta - Não pense que não conheço sua reputação, Carson Axel. Eu sei como trata as garotas! Como dorme com elas e depois as joga para escanteio. É isso que quer comigo? - ela joga o pano na bancada e caminha até mim - Quer me foder? Ou é algum tipo de aposta que fez com seus amigos? Apostou se conseguiria dormir com a garçonete, não é? - recuo enquanto ela se aproxima como um leão atrás de sua presa. Seus olhos estavam um pouco vermelhos e brilhantes pelas lágrimas que ameaçavam cair.

_ Não, eu... - tento dizer mas ela me corta.

_ Quer ver meus peitos? Meu corpo? Foi por isso que veio, não foi? - ela retira sua blusa e desabotoa seu short, os jogando no chão da sala. - Satisfeito agora? - ela para e me deixa encará-la por um tempo, seu peito subindo e descendo rapidamente contra o sutiã azul claro. Ela era perfeita! - Se era por isso agora pode ir! - sua voz sai fraca e com raiva. Caminho em sua direção e ela encara o chão, as bochechas coradas por sua fúria. Me abaixo e pego suas roupas, devolvendo para ela.

_ Vamos tomar um sorvete. - aviso - Vou esperar no carro.

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