CAPÍTULO 30

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•Carson Axel•

Eu puxava levemente os fios de cabelo da garota e sentia seus braços me puxarem pelo pescoço mais para si. Eu a queria. A queria mais perto, mesmo a tendo colada a mim. Eu queria senti-la mais. Eu queria tantas coisas...

Eu nunca havia me sentido assim antes.

_ Uou! - a voz de Ben surge atrás de nós e Madison imeditamente se afasta de mim. Ela tinha o rosto vermelho e os lábios rosados. - Desculpem... - sua voz tinha uma leve diversão. Eu iria matá-lo. - Eu voltei para o escritório e não achei ninguém... - ele explica - Parece que atrapalhei a diversão, hm? - ele goza e eu reviro os olhos irritado. Madison parecia prestes a explodir de vergonha.

_ É, não achamos nada nas fotos. - digo - Mas já que queria tanto ajudar, porque não tenta invadir o sistema de segurança da faculdade? Talvez descubra alguma coisa pelas câmeras. - proponho e Ben tira seu sorrisinho da cara e assente.

_ Acho que é melhor eu ir junto... - Madison murmura baixo - Sou a única que pode reconhecer o rosto dele nas câmeras. - concordo e ela mal olha para mim antes de voltar para dentro da casa com Ben.

Permaneço uns segundos onde estava e encaro o gramado me lembrando do beijo. Ainda sentia meus lábios formigarem e meu coração acelerado. Seu cheiro parecia impregnado no meu corpo e eu sentia uma imensa vontade de sorrir.

Estava prestes a entrar de volta na casa quando sinto meu telefone vibrar no meu bolso. Atendo já retirando o sorriso do rosto.

_ Boa noite, filho. Como está? - a voz do meu pai sai cínica.

_ Pior agora, é claro. - implico - O que você quer? - vou direto ao ponto. Ele não me ligaria apenas para saber como eu estava. Afinal que tipo de pai faria isso, certo?

_ Bom, já que perguntou... - reviro os olhos me apoiando no batente da porta de entrada - Haverá uma festa amanhã a noite, na casa dos Badeleirs. - uma das famílias de gangsters que mais apoiavam meu pai. Eles tinham negócios juntos e eram quase "amigos". - Será uma ótima oportunidade para conhecer novos compradores e eu espero sua presença lá.

_ Sabe o que é? Não curto muito festas. - recuso seu convite.

_ Sabe que não estou pedindo, Carson. E se eu fosse você eu não quebraria nosso acordo, pelo bem da sua namoradinha. - travo meu maxilar - Prometi ficar longe dela, com a condição de você entrar nos negócios. Além disso, você e Ben ainda me devem àquelas drogas roubadas, talvez se conseguirem novos compradores, ficaremos quites. - eu suspirei fundo. Eu duvidava muito que algum dia eu ficaria quite com meu pai. Ou que ele me deixaria em paz. No entanto, eu não tinha escolha.

_ Tudo bem. - digo contragosto.

_ Ah, e traga sua namoradinha. Será divertido vê-la novamente. - ele adiciona e eu sorrio irônico.

_ E levá-la direto para o covil do Diabo? Não, obrigado. - o corto - E nesse ponto não me importo se está pedindo ou não. - então desligo a chamada.

_ Vejo que já está sabendo... - Ben surge da cozinha com um copo de leite. - Não se preocupe, não será tão ruim quanto parece. - ele me tranquiliza.

_ Sabe, todas as vezes que você disse para não me preocupar, foram as vezes que eu mais deveria ter me preocupado.

•••

•Madison Eden•

Eu não podia acreditar que tínhamos nos beijado. Eu não podia ter sido tão burra ao ponto de cair no papinho dele, podia? Eu não podia acreditar que Carson Axel iria me manipular também. Eu me considerava imune aos seus joguinhos. E eu sei que tudo foi um jogo para me levar para a cama. É claro que muitas coisas aconteceram e agora eu me importo com ele, acho que até somos amigos, mas eu não podia deixar passar disso! Não quero ser mais uma na sua lista infinita. Tenho muitos problemas agora para me deixar ser iludida por um cafajeste da faculdade. Eu iria esquecer Carson assim que essa confusão acabasse... Mas primero eu precisava parar de pensar naquele beijo idiota.

_ Ouviu o que eu disse? - Ben chama minha atenção e eu acordo, parando de morder a caneta. Ele havia me mandado anotar todas as senhas que ele tentasse. Mas acho que me deixei viajar um pouco...

_ Hm, desculpe. Eu estava distraída. - digo e o percebo sorrir de lado.

_ Olha, acho que você já fez demais hoje. Tenho certeza que tem coisas demais na cabeça agora... - Porquê eu sentia um certo duplo sentido em sua fala? - Vou acessar as câmeras e quando eu precisar de você para analisar as filmagens, eu te chamo. Ok? - concordo. Ben recebe uma mensagem e se levanta da cadeira. - Vou lá em baixo buscar um copo de leite, você quer? - ele pergunta ainda focado no telefone.

_ Não, obrigada. - Ben deixa o escritório e eu caminho até a grande janela de vidro e observo o quintal da casa de Carson. Observo o local onde nos beijamos e... Droga! Preciso parar de pensar nisso!

Estava prestes a sair um pouco e dar uma caminhada quando meu celular começa a tocar. Era o senhor Baraz.

_ Alô. - atendo e ouço uma respiração pesada e o som de criança chorando no fundo. Parker provavelmente.

_ Madison, graças a Deus, querida. - ele parece aliviado - Eu tenho uma reunião com alguns amigos da empresa em minutos e eu iria deixar as crianças com a tia deles, mas ela ficou doente e eu estou desesperado... - ouço Ari pedindo seu brinquedo de volta e logo depois gritando por seu pai - A casa está uma bagunça, as crianças ainda não jantaram e Parker não para de chorar... - ele parecia desesperado. Sinto pena dele. Ele tinha que fazer tudo sozinho.

_ Eu posso chegar aí em alguns minutos. - digo. - Apenas coloque as músicas do "Drake" na TV para Parker ouvir. Isso o acalma por alguma razão. - O homem não me responde, mas segundos depois ouço a música de fundo e o choro do garotinho cessa.

_ Obrigado, Madison. E fique tranquila, pagarei dobrado por avisar tão em cima da hora.

_ Sem problemas. Chego aí em alguns minutos. - aviso desligando a chamada.

_ Para onde você vai? - Carson aparece, se recostando em frente a porta do escritório.

_ Vou ao meu vizinho, cuidar das crianças. - respondo-o e passo por ele, indo até o quarto. Sinto-o me seguir. Entro no banheiro e troco de roupa.

_ Sabe que não pode ficar fazendo suas rotinas normais. - ele parecia casado por ter que me explicar isso novamente. Pego uma bolsa e uma jaqueta.

_ Não é uma rotina normal. Estou indo a noite para lá. - retruco caminhando para as escadas.

_ Ainda assim é perigoso, Madison. - ele me para quando chego até a porta. Olho para ele.

_ Ele precisa da minha ajuda e eu não posso viver trancada aqui, Carson. Se quiser pode me vigiar do lado de fora, mas eu vou. - insisto e ele respira fundo pesadamente. Ele passa a mão nos cabelos e olha para mim mordendo o lábio inferior. Sinto um impulso em beijá-lo e dou um passo para trás me odiando por isso.

_ Eu levo você. - ele diz por fim e eu o sigo até a garagem.

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