CAPÍTULO 19

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•Carson Axel•

Na manhã seguinte acordei com um barulho no andar de baixo. Me levantei em um pulo e olhei para o lado, vendo Madison ainda dormindo. Sua blusa havia subido um pouco e eu podia ver uma parte da popa de sua bunda. Caralho! Pego uma parte do cobertor e o jogo sobre ela, saindo do quarto rapidamente.

Desço as escadas vendo os mesmos homens de ontem, enrolando um dos corpos em um tapete. Eles notam minha presença e se endireitam.

_ Bom dia, senhor. - um deles diz - Seu pai nos mandou recolher os corpos. Sinto muito se o acordamos.

_ Tudo bem. - suspiro coçando minha temporã. - Eu só queria saber como caralhos estão entrando na minha casa? - murmuro e o homem parece ter dúvidas se deve me responder ou não. - O que farão com isso? - aponto para o corpo de Bill enrolado no tapete. O outro capanga o ergue nos braços e o carrega para fora.

_ Não sou autorizado a dizer, senhor. - ele se desculpa. Olho para os rastros de sangue na minha escada. Talvez fosse melhor eu não saber. - Limparemos tudo também, não se preocupe. - ele diz após seguir meu olhar - Será como se nada tivesse acontecido. - ele me assegura e eu queria dizer que duvidava bastante disso. No entanto, apenas assinto e volto para o quarto.

Não consigo voltar a dormir sabendo que os capangas do meu pai estavam dentro da casa, então, desço até a cozinha e preparo uma xícara de café. Coloco meu celular sobre o balcão vendo que ainda eram seis da manhã e percebo algumas mesagens de Ben. Considero o ignorar. Ele estava brincando com minha confiança há muito tempo. É claro que eu sabia que ele temia meu pai e que o respeitava. Mas somos irmãos! Meu pai podia tê-lo adotado, mas eu o acolhi na família. Isso devia significar algo para ele.

Deixo a xícara de café de lado e abro a mensagem do meu meio irmão traidor e encontro um endereço e um horário.

Acho que encontrei uma pista dos caras que roubaram as drogas.

Meu orgulho me impede de respondê-lo imediatamente. Eu sei que isso era uma implícita pergunta se eu seria seu parceiro nessa busca. E eu seria. Mas não o daria a satisfação assim tão fácil.

Caminho até a sala e observo um dos homens do meu pai limpar o sangue da escada, enquanto o outro finaliza o escritório. Me deu uma satisfação vê-los agirem como meus empregados, por um momento.

_ Eu não quero vê-los pisarem na minha casa outra vez! - os aviso após eles terminarem toda a faxina. - Como entraram aqui? - pergunto outra vez e o cara que agarrou Madison ontem a noite para na porta de entrada, enquanto seu parceiro entra em uma Van preta.

_ Talvez devesse falar com seu pai, senhor Carson. Estamos apenas seguindo ordens. - ele comenta e eu o encaro. - Se me permite te dar um conselho...? - ele começa e eu reviro os olhos cruzando os braços. Testo minha própria paciência.

_ Claro, me ilumine com seu conselho, por favor. - ironizo e o homem olha para a escada da minha casa.

_ Talvez devesse ser mais cuidadoso com a sua namorada. - prendo minha respiração por um momento.

_ O que você disse? - rosno entre dentes.

_ Nada. Me desculpe. Tenho que ir. - então ele anda apressado até a Van, saindo da minha propriedade.

Eu sabia o que seu conselho significava.

Meu pai estava interessado em Madison agora.

•••

_ Acho bom essa sua pista dar em alguma coisa. - murmuro quando Ben e eu entramos em um bar antigo, quase na saída da cidade. Ben disse que havia continuado pesquisando câmeras de seguranças próximas ao estacionamento abandonado e conseguiu pegar a placa do carro. Ele rastreou o veículo até este bar, já que, aparentemente, um dos caras que roubou as drogas sempre vinha aqui. O lugar tinha um estilo country, como no velho oeste, com jogos de dardos e sinuca espalhados pelo lugar. E se não fosse por um garçom, um homem sentado no fundo, Ben e eu, o estabelecimento estaria vazio.

O homem, que suspeitavamos ser o nosso procurado, estava de costas para a porta, o que facilitou para Ben e eu nos aproximarmos. Rapidamente, me sentei na cadeira à sua frente, colocando minha arma sobre a mesa e Ben fez o mesmo, porém se sentando ao seu lado. Os olhos do homem se arregalaram, mas não pela arma e sim pelos nossos rostos. Ele nos reconhecia.

_ Como... - ele começou mas levei meu dedo até os lábios, o calando.

_ Eu faço as perguntas por aqui, ok? - avisei-o. - Qual seu nome? - o homem parece exitar em me responder, mas Ben direciona mais sua arma até ele e isso parece fazê-lo abrir o bico.

_ Roni. - ele diz contragosto - Roni Maik.

_ Onde estão as drogas? - Ben pergunta e Roni nega com a cabeça.

_ Não estão mais comigo. Tínhamos o trabalho de pegar tudo, dar uma surra em você... - ele me olha e meu sangue ferve - E entregar o carregamento para o nosso chefe.

_ Quem é seu chefe? - questiono. Mas o homem endireita seu corpo, relutante. - Qual é Roni... Não me faça estourar seus miolos aqui mesmo. - peço sem paciência.

_ Eu não sei. Eu não sei. - ele repete - Foi tudo no anonimato. Eu nunca o vi na vida. Ele apenas me liga quando precisa de algo, eu não sei nem se a voz dele no telefone é sua voz verdadeira.

_ O que ele tem contra o Carson? - Ben indaga e novamente, Roni dá de ombros. Ele era inútil.

_ Talvez ele apenas queria assustar vocês. Eu não faço ideia.

_ Pois pense, Roni. Nos dê algo útil, pois já estou sem paciência. - o ameaço.

_ Eu posso te dar o número dele... Ou, ou... Meu celular! - ele tira o aparelho do bolso e o joga na mesa. - Podem rastrear o número se ele me ligar. - olho-o atentamente. Ele estaria escondendo alguma coisa? Roni parece notar minha desconfiança - É o máximo que posso fazer! Eu juro! - Ben me encara por um momento e assente, como se acreditasse nele.

_ Muito obrigado, Roni, isso talvez será útil... - Ben agradece - Mas sabe, ainda temos um probleminha. - me levanto da mesa, ficando ao lado do meu meio irmão. - Não gostamos nem um pouco das surras e do roubo, sabe? Acho que talvez somos um pouquinho rancorosos.

_ Espere... Eu sinto muito. Foram apenas ordens! - Roni implora.

_ Sabemos, disso. - o tranquilizo - Mas todos temos o que merecemos. - então Ben estica sua arma e atira rapidamente contra o rosto do homem. Não houve um estrondo, já que era silenciosa, mas o sangue e seus miolos explodiram contra a parede. Passo meus olhos rapidamente pelo local e vejo câmeras.

_ Não se preocupe. - Ben nota minha preocupação - Cuidei disso antes. Não estão funcionando. - então, Ben caminha até o garçom e o entrega um envelope com dinheiro. - O que vai dizer?

_ Que foi um assalto e eu não vi nada. Estava na cozinha. - o garçom recita sua fala, pegando o dinheiro. Ben sorri de lado e saímos daquele local, como se nunca tivéssemos entrado.

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