•Carson Axel•
Na manhã seguinte acordei com um barulho no andar de baixo. Me levantei em um pulo e olhei para o lado, vendo Madison ainda dormindo. Sua blusa havia subido um pouco e eu podia ver uma parte da popa de sua bunda. Caralho! Pego uma parte do cobertor e o jogo sobre ela, saindo do quarto rapidamente.
Desço as escadas vendo os mesmos homens de ontem, enrolando um dos corpos em um tapete. Eles notam minha presença e se endireitam.
_ Bom dia, senhor. - um deles diz - Seu pai nos mandou recolher os corpos. Sinto muito se o acordamos.
_ Tudo bem. - suspiro coçando minha temporã. - Eu só queria saber como caralhos estão entrando na minha casa? - murmuro e o homem parece ter dúvidas se deve me responder ou não. - O que farão com isso? - aponto para o corpo de Bill enrolado no tapete. O outro capanga o ergue nos braços e o carrega para fora.
_ Não sou autorizado a dizer, senhor. - ele se desculpa. Olho para os rastros de sangue na minha escada. Talvez fosse melhor eu não saber. - Limparemos tudo também, não se preocupe. - ele diz após seguir meu olhar - Será como se nada tivesse acontecido. - ele me assegura e eu queria dizer que duvidava bastante disso. No entanto, apenas assinto e volto para o quarto.
Não consigo voltar a dormir sabendo que os capangas do meu pai estavam dentro da casa, então, desço até a cozinha e preparo uma xícara de café. Coloco meu celular sobre o balcão vendo que ainda eram seis da manhã e percebo algumas mesagens de Ben. Considero o ignorar. Ele estava brincando com minha confiança há muito tempo. É claro que eu sabia que ele temia meu pai e que o respeitava. Mas somos irmãos! Meu pai podia tê-lo adotado, mas eu o acolhi na família. Isso devia significar algo para ele.
Deixo a xícara de café de lado e abro a mensagem do meu meio irmão traidor e encontro um endereço e um horário.
Acho que encontrei uma pista dos caras que roubaram as drogas.
Meu orgulho me impede de respondê-lo imediatamente. Eu sei que isso era uma implícita pergunta se eu seria seu parceiro nessa busca. E eu seria. Mas não o daria a satisfação assim tão fácil.
Caminho até a sala e observo um dos homens do meu pai limpar o sangue da escada, enquanto o outro finaliza o escritório. Me deu uma satisfação vê-los agirem como meus empregados, por um momento.
_ Eu não quero vê-los pisarem na minha casa outra vez! - os aviso após eles terminarem toda a faxina. - Como entraram aqui? - pergunto outra vez e o cara que agarrou Madison ontem a noite para na porta de entrada, enquanto seu parceiro entra em uma Van preta.
_ Talvez devesse falar com seu pai, senhor Carson. Estamos apenas seguindo ordens. - ele comenta e eu o encaro. - Se me permite te dar um conselho...? - ele começa e eu reviro os olhos cruzando os braços. Testo minha própria paciência.
_ Claro, me ilumine com seu conselho, por favor. - ironizo e o homem olha para a escada da minha casa.
_ Talvez devesse ser mais cuidadoso com a sua namorada. - prendo minha respiração por um momento.
_ O que você disse? - rosno entre dentes.
_ Nada. Me desculpe. Tenho que ir. - então ele anda apressado até a Van, saindo da minha propriedade.
Eu sabia o que seu conselho significava.
Meu pai estava interessado em Madison agora.
•••
_ Acho bom essa sua pista dar em alguma coisa. - murmuro quando Ben e eu entramos em um bar antigo, quase na saída da cidade. Ben disse que havia continuado pesquisando câmeras de seguranças próximas ao estacionamento abandonado e conseguiu pegar a placa do carro. Ele rastreou o veículo até este bar, já que, aparentemente, um dos caras que roubou as drogas sempre vinha aqui. O lugar tinha um estilo country, como no velho oeste, com jogos de dardos e sinuca espalhados pelo lugar. E se não fosse por um garçom, um homem sentado no fundo, Ben e eu, o estabelecimento estaria vazio.
O homem, que suspeitavamos ser o nosso procurado, estava de costas para a porta, o que facilitou para Ben e eu nos aproximarmos. Rapidamente, me sentei na cadeira à sua frente, colocando minha arma sobre a mesa e Ben fez o mesmo, porém se sentando ao seu lado. Os olhos do homem se arregalaram, mas não pela arma e sim pelos nossos rostos. Ele nos reconhecia.
_ Como... - ele começou mas levei meu dedo até os lábios, o calando.
_ Eu faço as perguntas por aqui, ok? - avisei-o. - Qual seu nome? - o homem parece exitar em me responder, mas Ben direciona mais sua arma até ele e isso parece fazê-lo abrir o bico.
_ Roni. - ele diz contragosto - Roni Maik.
_ Onde estão as drogas? - Ben pergunta e Roni nega com a cabeça.
_ Não estão mais comigo. Tínhamos o trabalho de pegar tudo, dar uma surra em você... - ele me olha e meu sangue ferve - E entregar o carregamento para o nosso chefe.
_ Quem é seu chefe? - questiono. Mas o homem endireita seu corpo, relutante. - Qual é Roni... Não me faça estourar seus miolos aqui mesmo. - peço sem paciência.
_ Eu não sei. Eu não sei. - ele repete - Foi tudo no anonimato. Eu nunca o vi na vida. Ele apenas me liga quando precisa de algo, eu não sei nem se a voz dele no telefone é sua voz verdadeira.
_ O que ele tem contra o Carson? - Ben indaga e novamente, Roni dá de ombros. Ele era inútil.
_ Talvez ele apenas queria assustar vocês. Eu não faço ideia.
_ Pois pense, Roni. Nos dê algo útil, pois já estou sem paciência. - o ameaço.
_ Eu posso te dar o número dele... Ou, ou... Meu celular! - ele tira o aparelho do bolso e o joga na mesa. - Podem rastrear o número se ele me ligar. - olho-o atentamente. Ele estaria escondendo alguma coisa? Roni parece notar minha desconfiança - É o máximo que posso fazer! Eu juro! - Ben me encara por um momento e assente, como se acreditasse nele.
_ Muito obrigado, Roni, isso talvez será útil... - Ben agradece - Mas sabe, ainda temos um probleminha. - me levanto da mesa, ficando ao lado do meu meio irmão. - Não gostamos nem um pouco das surras e do roubo, sabe? Acho que talvez somos um pouquinho rancorosos.
_ Espere... Eu sinto muito. Foram apenas ordens! - Roni implora.
_ Sabemos, disso. - o tranquilizo - Mas todos temos o que merecemos. - então Ben estica sua arma e atira rapidamente contra o rosto do homem. Não houve um estrondo, já que era silenciosa, mas o sangue e seus miolos explodiram contra a parede. Passo meus olhos rapidamente pelo local e vejo câmeras.
_ Não se preocupe. - Ben nota minha preocupação - Cuidei disso antes. Não estão funcionando. - então, Ben caminha até o garçom e o entrega um envelope com dinheiro. - O que vai dizer?
_ Que foi um assalto e eu não vi nada. Estava na cozinha. - o garçom recita sua fala, pegando o dinheiro. Ben sorri de lado e saímos daquele local, como se nunca tivéssemos entrado.
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GET YOU
RomanceCarson Axel sempre viveu em um mundo violento. Drogas, álcool, festas, mortes, garotas... Seu pai? Um mafioso perigoso. Seu melhor amigo? Seu parceiro de crimes. Sua mãe? Morta. Ele só conheceu o caos em sua vida, mas nada comparado a quando Mad...