CAPÍTULO 51

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•Carson Axel•

_ Espero que quando chegar ao inferno, lembre-se de que fui eu que o coloquei lá... - rosno observando André virar os olhos. Ele já não tentava relutar, estava roxo e sem forças.

_ Carson, pare! - Madison exclama e eu volto meu olhar para ela, confuso - Não faça isso... - afrouxo o aperto das minhas mãos e André aproveita a distração para me socar no nariz, me fazendo cair para trás com dor. Ele rasteja para longe de mim, tossindo e ofegante, seu rosto completamente ensaguentado e inchado. Sorrio satisfeito ao perceber o estrago que havia feito nele. Madison caminha até mim e se agacha a minha frente. Ela parece querer examinar meu nariz.

_ Ele não merece sua piedade, amor. - murmuro para ela, que sorri quando coloco uma mecha de seu cabelo para trás.

_ Não é piedade... - ela começa, mas somos interrompidos com a risada de André. Ele estava sentado, com a mão em seu estômago.

_ Conte a ele porquê não pode me matar, Mads. - sua voz estava rouca e fraca, mas o canalha ainda nos olhava com um sorriso divertido.

Eu odiava o fato de não saber o que estava acontecendo.

_ Ele é meu irmão. - ela explica com um suspiro e eu a encaro, antes de me levantar bruscamente e fuzilar o idiota. Madison faz o mesmo.

_ O que? - indago. André solta uma risada, adorando minha confusão. - Não, não é! - protesto e me viro para Madison, pegando-a pelos braços - Ele está tentando te enganar, amor...

_ É a mais pura verdade, Axel. - meu sobrenome sai com desdém de sua boca - Madison e eu somos sangue. - André anuncia em voz alta.

_ Você nunca foi o motivo disso tudo, Carson... - ela murmura - Era eu, não entende? - suas palavras pareciam amargas ao serem ditas - Ele queria a mim. Ele queria sua irmã...

_ Eu sabia que entenderia isso, irmãzinha. - André diz contente. Ele ainda estava sentado no chão, nos assistindo. - Eu sabia que me escolheria... - então, em um piscar de olhos, André tira a mesma arma, que eu pensei ter tirado dele, de detrás de suas costas e aponta na minha direção. - Agora ele é a única peça que falta. - tenho tempo de empurrar Madison, antes da bala me perfurar e eu cair contra o piso com força.

•••

•Madison Eden•

Bato meus joelhos no chão e ouço o disparo. Meu coração para por um momento, quando vejo Carson caído de bruços e uma poça de sangue se formando ao seu redor. Minhas mãos tremem enquanto observo-o, as lágrimas saindo dos meus olhos sem que eu nem perceba. Sinto alguém tocar meus ombros e percebo ser André, ele agarra meu braço, tentando me levantar.

_ Shh... Está tudo bem agora... - O encaro com fúria, e o empurro para trás. Ele cambaleia, ainda fraco.

_ O que você fez? - berro. André suspira, parecendo cansado.

_ Você me escolheu, Mads. Eu tive que tirá-lo do nosso caminho.... - ele tenta se aproximar novamente, mas o soco diversas vezes no peito, até ele recuar. Meu rosto estava encharcado e eu sentia como se algo dentro de mim estivesse quebrado, mas tudo que consigo fazer agora é encarar meu irmão.

_ Eu nunca escolheria você! - cuspo, com ódio. - Apenas não queria que Carson tivesse seu sangue nas mãos dele. Mas se depender de mim, você vai pra cadeia ou para a droga de um hospício e espero que apodreça lá! - rosno e o sorriso do babaca some. Ele me encara com mágoa, seu maxilar travado.

Ouço um estrondo quando as paredes a nossa volta começam a rachar. Pedaços de Mamoré começam a cair e a fumaça estava tão densa que respirar estava sendo difícil. No entanto, eu não podia me importar menos. Eu não me importava com nada a esse ponto.

_ Muito bem. - ele engole em seco - Cansei de ser bonzinho... - ele me agarra com um movimento rápido - Vai aprender a conviver comigo, goste ou não, afinal... - ele olha com desdém para o corpo de Carson - Somos apenas você e eu agora. - minhas veias saltam e meu sangue ferve. Inclino minha cabeça com força, batendo minha testa no seu nariz. Faço uma careta com dor, mas aproveito sua baixa guarda para chutá-lo na canela. Avisto sua arma caída no canto do cômodo e corro até la, porém, o sinto se jogar sobre mim, derrubando nós dois.

_ Me solta! - grito lutando contra ele. - Me solta! - André encontra o local onde a bala me atingiu e enfia seu dedo ali, me fazendo gritar alto e amolecer. Ele apoveita o momento para prender ambos meus pulsos, com sua mão, sobre a minha cabeça.

_ Você vem comigo, Madison. Não pode mais fugir de mim...

_ Mas eu vou tentar! Sempre! - exclamo fraca com os olhos marejando. Meu corte pulsava e queimava contra minha coxa. - Você não é nada para mim e nunca será.

_ Eu sou a porra do seu irmão! - ele grita pondo sua mão no meu pescoço, indignado com minhas palavras. - Você deve me amar, caralho! Você precisa! - seus olhos ficam vermelhos.

_ Irmãos de verdade não fazem o que você fez comigo... - respondo-o e ele recua. Os olhos de André voltam para um azul claro e ele solta meus pulsos.

_ Mads... Eu... - o som de outro tiro é ouvido e uma mancha larga de sangue começa a se formar no peito do meu irmão. Ele me olha com os olhos arregalados, antes de cair sobre mim. Arfo sem ar, sentindo seu peso sobre mim. Sua cabeça estava caída na curva do meu pescoço e eu podia sentir seus cabelos loiros fazerem cócegas na minha bochecha.

_ Você está bem? - as mãos de Carson me agarram e me puxam de debaixo do corpo de André. Sinto uma mistura de sentimentos me atingir e o abraço, chorando desesperadamente. Ele grunhi com dor, mas não me solta.

_ Você está vivo... - sussurro - Você está vivo... Eu pensei que... - ele me afasta e consigo ver a ferida da bala em seu ombro.

_ Está tudo bem agora... - ele beija minha testa - Estamos bem... - sorrio contra seu peito, quando ouvimos o estrondo do teto começando a cair.

_ É melhor sairmos daqui se quisermos continuar assim, não acha? - murmuro e ambos nos levantamos. Corremos pelo corredor quente e passamos pela sala de jantar. Os tiros já haviam cessado, o que significava que algum dos lados era vencedor. Quando alcançamos o salão de entrada, a fumaça estava tão forte que era impossível enxergar a porta ou quase respirar.

_ Por aqui... - ele grita tossindo, me puxando para fora. O fogo ainda queimava no gramado, porém estava baixo, visto que não havia mais tanta grama para ser queimada. Esperei pelo ar fresco me inundar, mas a unica coisa que inalei foi o cheiro de cinzas.

_ Eles estão ali! - alguém grita e alguns homens correm em nossa direção, jutamente de Charlotte e Ben. Assim que vejo o loiro, meu corpo enrijece.

_ Carson... - Charlotte grita pulando sobre Axel e o abraçando. Mordo minha língua e desvio o olhar. - Levou um tiro... - ela arfa e pressiona a ferida dele, o mesmo grunhi com dor.

_ Estou bem. - ele a tranquiliza e ela da um passo para trás. Ben toma seu lugar e fica a nossa frente, enfiando ambas suas mãos no bolso. Ele tinha o rosto inchado e parecia ter levado uma surra.

_ Eu fico feliz... - meu corpo age por impulso e quando percebo, eu o havia socado com força no nariz. Ele resmunga um xingamento, pego de surpresa, e ergue sua cabeça para cima, tentando estancar o sangramento. Todos a nossa volta nos olham surpresos, menos Carson, que sorri. Massageio meu punho, o encarando séria ainda. - Tudo bem... Acho que mereci isso.

_ Com certeza... - Carson ri e entrelaça seus dedos nos meus. Ele aproxima seu rosto do meu e sussurra ao meu ouvido - Você é definitivamente a garota certa pra mim.

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