CAPÍTULO 53

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•Carson Axel•

Madison ainda me encarava com seus grandes olhos verde jade. Eu podia sentir seu coração batendo contra o meu enquanto eu me perdia em sua beleza. Me perdia no toque macio de sua pele. Eu a amava. Caralho, como a amava!

E quase tê-la perdido me fez perceber isso. Eu não a deixaria ir embora nunca mais!

Enfio meus dedos pelos fios do seu cabelo, fazendo seu pescoço ficar exposto. Observo os hematomas roxos ali e meu peito se aperta. Desço meus dedos por sua garganta, acariciando a pele agredida. Sinto os olhos de Madison me observarem enquanto o faço.

_ Eu te amo... - sussurro, focando meus olhos nos dela. A garota abre sua boca, me encarando, surpresa. Ela não parece saber o que dizer. - Eu te amo! - repito - E tudo bem se não puder dizer de volta... - ela sorri e cola seus lábios no meu, me calando. Respiro-a, agarrando sua nuca, aprofundando o beijo. Ela desliza sua língua pelo meu lábio inferior e eu sinto o familiar gosto de melancia.

_ Eu te amo, Carson Axel! - ela sussurra de volta, entre o beijo. Aquela sensação no meu estômago volta e eu sorrio para ela.

Eu nunca mais deixaria ninguém machucá-la!

_ O que acha da ideia de ser minha namorada? - proponho descendo meus dedos por seu ombro. A pele se arrepia imediatamente e um sorriso se forma nos lábios de Madison.

_ Pensei que nunca ia pedir... - ela murmura e volta a colar nossas bocas. Meus dedos agarram os fios de seu cabelo e eu os puxo, levemente. Madison lambe os próprios lábios e desce seus beijos pelo meu pescoço, depositando um chupão ali. Quando ela se afasta, minha pele arde. A encaro, fingindo estar bravo. - O que? - ela exclama - Ao menos agora, certas amiguinhas suas vão saber que você tem dona... - sua voz era inocente, mas seu rosto era malicioso.

_ Que tal enfatizarmos mais isso, enquanto eu te faço gritar meu nome no quarto? - proponho e ela ri, saindo de cima de mim logo e seguida, para que eu possa me levantar. Agarro sua mão e a deixo me conduzir para dentro do hotel. Subimos as escadas correndo, até chegarmos até a porta do quarto. Procuro pelas chaves no meu bolso e entrego para ela.

_ Carson... - a voz de Ben enche o corredor. Ele estava parado em frente ao seu quarto, quase no fim do corredor. - Posso falar com você? - Madison abre a porta, mas se encosta no batente, parecendo esperar minha resposta.

_ Agora estou meio ocupado. - murmuro. - Porquê não deixa uma mensagem na minha secretária eletrônica? - ironizo e o sinto caminhar até nós.

_ É importante! - ele afirma, mas não presto muita atenção. Agarro a cintura da minha namorada e estava prestes a beijá-la e jogá-la na cama, quando Ben diz a última coisa que eu esperava que ele dissesse. - Quero colocar seu pai na cadeia! - meu corpo enrijece e noto o olhar de Madison sobre mim, também supresa. Me afasto, voltando a encarar meu irmão.

_ O que? - indago, com os dentes cerrados. Ele estava me sacaneando?

_ Podemos conversar? - ele repete, apontando a porta de seu quarto. Engulo em seco, considerando. Seria mais um truque? Minha respiração fica pesada e eu sinto uma raiva crescer em mim. Volto meu olhar para minha garota e ela assente, indicando que eu vá.

Então, sem dizer nada, eu o faço.

•••


Eu estava sentado em uma poltrona, minhas pernas se mexiam ansiosamente enquanto Ben retirava duas cervejas do frigobar. Ele me entrega uma.

_ Então agora, você quer entregar meu pai? O que aconteceu com sua total lealdade? - zombo, tomando um gole da bebida. Ele se senta na poltrona da frente e me encara, suspirando.

_ Nunca fui leal ao seu pai, Carson! Era apenas meu trabalho...

_ Ah, claro... - reviro os olhos. - Você seguia meu pai como um cachorrinho por trabalho? Entregou minha namorada para àquele psicopata, por ordens do meu pai, por trabalho? - minha voz era acusatoria e sarcástica. - Quer saber, isso aqui é uma perda de tempo... - Me levanto da poltrona e caminho até a porta.

_ Faço parte da S.W.A.T! - a garrafa de cerveja escorrega das minhas mãos e cai sobre o carpete, se espatifando. - Fui contratado para conseguir provas sobre a máfia, o tráfico e, principalmente, sobre seu pai! - eu não me movo. Encaro o chão, enquanto sinto Ben se levantar também. - Eu precisei me aproximar do seu pai e conseguir a confiança dele. Nunca foi lealdade... - me viro abruptamente e retiro minha arma do cós da minha calça, apontando para ele.

_ E porquê eu não deveria te apagar aqui e agora? - rosno. Ben volta seus olhos azuis para mim e sorri de lado. Eu podia sentir meu sangue bombear nos meus ouvidos. Esse tempo todo ele era um espião?

_ Porque não conheço alguém que odeie mais seu pai, do que você!- travo o maxilar e o observo caminhar até sua cama e tirar uma maleta de lá debaixo. Ele a abre e me estica uma pasta. Respiro fundo, abaixando minha arma e pegando o catálogo de suas mãos. Quando o abro, vejo vários documentos e contratos ilegais assinados pelo Diabo e ainda algumas fotos e arquivos que mostravam ele fechando acordos com compradores. - É tudo que tenho contra ele até agora! - ele confessa e eu volto até a poltrona, me sentando para analisar melhor o conteúdo na pasta. Havia fotos dele conversando com André e trocando algum tipo de envelope, talvez o pagamento pelas drogas roubadas.

_ Porquê está me contando isso? - indago, voltando a encará-lo - Também faço parte de tudo isso! - aponto, jogando a pasta sobre uma mesa.

_ Não, não faz! - ele afirma - Carson, não me leve a mal, mas você é péssimo em tudo isso. Até eu sou melhor e eu estou apenas atuando! - sua voz possui humor, mas não rio.

_ Mesmo assim... É meu império também. - murmuro, repetindo a frase que meu pai sempre diz.

_ Mas e se não fosse? - ele se apoia sobre a mesa e retira uma cartela de cigarros - E se eu pudesse derrubar o Diabo e acabar com tudo isso? - Ben acende um e me entrega outro. Observo a fumaça voar pelo quarto até se dissipar no ar - Você estaria disposto a me ajudar?

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