CAPÍTULO 59

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•Carson Axel•

_ Aja naturalmente. - Ben repete e eu assinto. Voltando para o sofá, ignorando a chamada. - O que está fazendo?

_ Agindo naturalmente, ! Eu nunca atendo as ligações dele. - pego uma bolinha de tênis na mesa de Charlotte e a jogo no teto - Ele sempre me liga, eu ignoro, então ele liga para você, e você me manda atender. - Ben me encara, enquanto me distraio com a bolinha.

_ Me sinto uma secretária eletrônica. - ele murmura. Minutos depois, acontece o que prevejo. O celular de Ben toca e ele diz para meu pai que irá me pedir para atender. E assim o faço.

_ O que? - resmungo e o ouço ofegar do outro lado da linha.

_ Temos um espião infiltrado. - ele diz e ouço seus passos pesados de um lado para o outro. Sorrio

_ Hm. - respondo.

_ Preciso que descubra quem é. - sua voz parece impaciente.

_ Adoraria, mas estou cheio de coisas para fazer. - jogo a bola pelo cômodo, até uma cestinha atrás da porta. - Mas boa sorte...

_ Escuta aqui, seu merdinha... - ele me corta irritado - Se estamos sendo investigados, estamos em risco de perder tudo. Isso quer dizer que suas regalias vão sumir também...

_ O que quer que eu faça? Saia perguntando por aí quem é o traidor? Não sou detetive! - respondo-o e o ouço rir pelo nariz.

_ Vai dar seu jeito. - ele responde - E cuidará de todos os carregamento por agora, não podemos confiar em mais ninguém...

_ E quanto ao Ben? Porquê não pede a ele? - indago e noto o olhar do meu irmão sobre mim. - Ele é seu filho também. - A ligação fica em silêncio por alguns minutos, até que meu pai limpa sua garganta.

_ Ele é seu irmão e quantas vezes te traiu? - sua voz é gelada - Ben sempre foi leal a mim, mas não é sangue. Devemos confiar no sangue...

_ Somos sangue, mas eu não confio em você! - rosno antes de desligar a chamada. Sinto os olhares de todos sobre mim e encaro Ben. - Sinto muito, pensei que ele fosse escolher você.

_ Ele caiu, é o que importa.

•••


•Madison Eden•

No dia após a festa, eu senti como se um trator tivesse passado sobre mim. Minha cabeça doia e meu corpo expelia qualquer coisa que eu colocasse na boca. Não consegui ir para a aula e tive que faltar o trabalho.

Esperei por uma ligação de Carson o dia todo, mas não obtive nenhuma. E é claro que eu também era orgulhosa demais para mandar alguma mensagem para ele, então, não nos falamos.

No dia seguinte, consegui comparecer as aulas e depois de almoçar com Gaby, caminhei até meu trabalho.

Assim que entrei no café/bar fui aliviada pela brisa fresca do ar condicionado e me direcionei até o balcão. Justin estava lá, secando as xícaras. Corei imediatamente. Eu não tinha o visto desde a festa e mesmo que eu não me lembrasse de muita coisa, eu sabia que ele tinha me visto bastante fora de mim.

_ Ei... - o cumprimento, com um sorriso fraco. Me posiciono atrás do balcão e visto meu avental. O local não estava tão cheio hoje. Apenas duas mesas.

_ Oi, como está? - ele larga as xícaras para se apoiar ao meu lado - Você não veio ontem. Imaginei que passaria mal depois de usar tudo aquilo... - encaro meu pés, concordando.

_ Estou bem. Nada que uma aspirina e uma boa tarde de sono não melhore. - ele ri, assentindo.

_ E... Seu namorado? Vocês se entenderam àquela noite? - volto meu olhar para ele, erguendo a sobrancelha.

_ Quer saber se estou solteira? - indago e ele sorri, dando de ombros.

_ Um homem pode sonhar, não pode? - balanço minha cabeça, sorrindo de lado e me viro para atender um grupo de garotas que entra no local.

O restante do dia foi até divertido. Justin e eu conversamos bastante, visto que o fluxo de clientes foi bem baixo. Ele era um cara legal. E não apenas pelo fato de ter sido um cavalheiro comigo na festa, mas porquê ele também era bem divertido e engraçado.

_ Deus, estou exausta, não vejo a hora de... - ofego me esticando sobre o balcão, até que algo do lado de fora chama minha atenção. Justin olha para mim, quando não termino minha frase - Pode esperar um segundo? - ele assente e eu caminho para fora da Awake. - O que veio fazer aqui? - pergunto, cruzando meus braços sobre o peito.

_ Carson me contou o que aconteceu entre vocês. - Charlotte diz, parada a minha frente. Ergo uma sobrancelha.

_ Fico feliz que estejam compartilhando segredos um com o outro. Bom pra vocês... - respondo-a e me viro, voltando em direção ao café/bar.

_ Nada aconteceu entre a gente! - ela explica e eu volto a encará-la. - É apenas trabalho. - cerro meus olhos, analisando-a.

_ Porquê está me dizendo isso?

_ Porquê é a verdade. - ela da de ombros.

_ Corta essa! Sei que gosta dele e sei que não gosta de mim. Então porquê está aqui? - ela enfia suas mãos no bolso de trás da calça e suspira.

_ Porquê gosto dele. - ela confessa - E sei que ele gosta de você. - ela sorri sem humor - E eu acho que apenas cansei de correr atrás de alguém que nunca vou ter! - descruzo meus braços. Eu não conseguia dizer se ela estava dizendo a verdade ou não, mas escolho dar um voto de confiança.

_ Não brigamos apenas por sua causa. - confesso - E, além do mais.... Eu não sei se damos mais certo...

_ Não existe isso de dar ou não dar certo, Madison. - ela exclama, indignada - Como acha que me senti ao ter que organizar uma missão resgate para a garota que ele está apaixonado? - ela pergunta e eu abro minha boca, sem resposta - As coisas que fazemos por quem amamos... - ela deposita seus olhos sobre mim - Somos nós quem fazemos dar certo! - Charlotte me analisa, como se se certificasse de que eu entendi sua mensagem. Então ela se vira, caminhando até seu carro.

_ Eu nunca te agradeci... - grito, quando ele abre a porta do seu Conversível - Por ter me salvado. - ela sorri de lado, convencida.

_ Não fiz por você. - então ela entra no carro e acelera para fora da minha visão.

Mordo meu lábio inferior remoendo suas palavras na minha mente. Eu sabia que Carson não estava errado por estar com raiva de mim. Afinal, ele tinha direito de saber sobre o passado da sua mãe e eu não devia ter escondido dele. E o jeito que ele descobriu... A forma como contei para ele... Eu o magoei!

Tiro meu celular do meu bolso, passando por cima do meu orgulho e disco seu número. É preciso chamar apenas uma vez.

_ Oi... Nós podemos nos encontrar?

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