CAPÍTULO 23

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•Carson Axel•

_ Meu pai está me espionando. Eu não sei exatamente há quanto tempo, mas Ben sabia. - conto assim que Charlotte paga o entregador de pizza e se senta ao meu lado no sofá.

_ Porquê seu pai precisaria espionar você? - dou de ombros.

_ Acredito que para me controlar. - abro a caixa de pizza e pego uma fatia - Segundo Ben eu sou um irresponsável e o Diabo está certo em me grampear. - Charlotte se serve de refrigerante e ergue uma sobrancelha, recostando-se no sofá - O que? - bufo.

_ Nada. - ela ergue os ombros.

_ Você tem sua cara de julgamento. Apenas diga o que quer dizer! - Charlotte volta a se sentar ereta e larga o copo de refrigerante na mesa, me encarando.

_ Não estou dizendo que concordo com Ben ou seu pai, mas você é irresponsável, Carson. Não pode negar isso. - me levanto furioso - Tudo o que você tem feito nos últimos anos é vadiar e deixar tudo nas mãos de Ben. - ela tenta provar seu argumento enquanto eu ando pela sala - E agora você encontrou essa garçonete e olhe só a bagunça que já fez! - ela exclama - Ela sabe sobre a guangue, ameaçou nos entregar e agora eu precisei salvar a vida dela depois de seu pai tentar matá-la. - Charlotte solta o ar exasperada - Não é atoa que ela não dormiu com você. - ela murmura e eu a fuzilo.

_ As coisas fugiram do meu controle. - explico - Não era para nada disso acontecer! Eu só...

_ Se apaixonou por ela. - ela completa e eu a encaro.

_ Não. - pisco - Não. - repito firme - Eu sei que foi um deslize deixá-la se aproximar demais dos negócios, mas isso não quer dizer... - ela assente me calando.

_ Não foi ela quem se aproximou demais Carson, foi você!

•••

Abro a porta do quarto pela terceira vez e ainda encontro Madison dormindo tranquilamente na cama. Pego o celular de Charlotte e disco o número do Diabo, fechando a porta e me afastando pelo corredor.

_ Espero que sua namoradinha não tenha se machucado, filho. Odiaria ver um rosto tão bonito como aquele chorando. - Entro em outro quarto de visitas e fecho a porta, apertando a maçaneta com força.

_ Não se preocupe, ela está ótima. Seus homens por outro lado... - ouço a risada baixa do meu pai do outro lado da linha.

_ Você sempre complica as coisas, não é Carson? Tanto para você, quanto para mim e agora... Para a bela Madison.

_ Não diga o nome dela! - rosno e sinto meu pai sorrir ao conseguir entrar nos meus nervos.

_ Talvez matá-la seja exagerado, eu sei... - ouço as botas do meu pai andando de um lado para o outro seja onde ele estiver - Eu poderia apenas arrancar a língua dela, não? Resolveria nossos problemas. - chuto uma mesinha de centro e ela balança tombando para o lado, junto com todas as coisas sobre ela.

_ Se chegar perto dela de novo, eu juro que eu mesmo te entrego para os federais. Eu passo todas as informações sobre a gangue, as drogas, o tráfico, tudo! E quando estiver na cadeia, vou me certificar de pagar a quantia que seja para acabarem com você la dentro. - o ameaço. - Se me acha um problema agora, pai, toque nela novamente para ver o que acontece. - Ele permanece em silêncio por longos minutos, antes de suspirar fundo.

_ Mantenha-a na linha e comece a agir como o filho do chefe da máfia que eu a deixarei em paz. - ele diz contragosto - Temos um acordo? - ele pergunta e eu mordo meu lábio inferior, assentindo.

_ Sim. - murmuro

_ Ótimo. - a chamada é finalizada.

_ Ainda acha que não está apaixonado por ela? - me viro, vendo Charlotte parada no batente da porta. Eu não a vi chegar. Reviro os olhos.

_ Estou apenas protejendo-a.

_ E porquê? - a garota cruza os braços me interrogando com o olhar.

_ Porquê eu a coloquei nesta confusão! - exclamo. - Meu pai está atrás dela por causa de mim.

_ Acha que seu pai ameaçaria qualquer uma de suas ficantes? - ela indaga - Deus, você é idiota! - ela suspira - Tem razão, é por sua causa. Mas não por ela estar na sua vida e sim por você querer fazer parte da dela. - encaro Charlotte por alguns segundos com a boca entreaberta sem ter resposta. Suas palavras pareciam ridículas ao meu ouvido, porém meu coração estava acelerado contra meu peito.

_ Você apenas está com ciúmes. - murmuro e passo por ela, saindo do quarto.

•••

•Madison Eden•

Quando acordo sinto todo meu corpo dolorido e demoro uns segundos para abrir os olhos. O quarto estava escuro e a lua brilhava do lado de fora da janela. Apoio meus cotovelos no colchão e tento me levantar, mas sinto um pontada no meu abdômen - próximo a cintura - e choramingo, voltando à posição inicial. Percebo estar com uma blusa diferente e quando a ergo, vejo um curativo na minha pele.

_ Está com dor? - olho para o lado e vejo Carson parado em frente à porta. Me sento na cama e ele se senta ao meu lado.

_ Estou bem. - murmuro - Considerando a parte em que seu pai mandou me matar... - brinco e Axel encara o carpete por uns segundos.

_ Consegui uma vaga na clínica, para a sua mãe. - ele conta de uma vez, mudando o assunto.

_ Carson... Eu não quero seu dinheiro... - tento dizer mas ele segura minha mão, impedindo-me.

_ Não se preocupe com isso. Não haverá custos. - ele se explica e eu o olho confusa - Charlotte têm muitos contatos e ela conversou com o diretor da casa de repouso, eles vão aceitar sua mãe. Como um favor! Você não precisa mais se preocupar, ela estará segura e terá todos os benefícios.

_ M-mas...

_ Apenas me deixe fazer isso por você  Madison. - Carson pede baixo. Olho para sua mão sobre a minha e sinto meu coração se encher ao voltar meu olhar para o garoto ao meu lado. Porquê ele estava fazendo isso por mim? Como chegamos até este ponto, no qual, ele fazia coisas que ninguém nunca fez por mim antes? Um ponto em que eu acho que já me importava com ele! Carson Axel era tão diferente do que todos falavam. E perceber isto fez meu coração saltar pela boca.

Encaro seus olhos negros e sinto borboletas no meu estômago. Me inclino em sua direção e ele permanece onde está, surpreso com minha aproximação. No entanto, antes que eu pudesse enconstar nossos lábios, a porta do quarto é aberta bruscamente e Charlotte entra.

_ Aconteceu algo. É melhor correr! - seus olhos preocupados pousam no garoto ao meu lado.

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