CAPÍTULO 31

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•Madison Eden•

Assim que desci do carro, o senhor Baraz já apareceu na porta de sua casa. Ele tinha Parker nos braços.

_ Eu não tenho como te agradecer mais, querida. - ele sorri quando me aproximo. O menininho em seu colo da um gritinho ao me ver e estica os braços para mim.

_ Tudo bem, senhor. Nós nos damos bem. - falo ao pegar Parker e o beijar na bochecha. O homem nos encara alguns segundos e então ajeita seu terno.

_ Tentarei não demorar. - ele avisa. Ele deposita sua mão em meu ombro esquerdo e me olha. - Muito obrigado por vir, Madison. É uma garota extraordinária. - sorrio meio constrangida com seus agradecimentos seguidos. Parker começa a puxar meu cabelo e eu dou a desculpa para me afastar de seu toque. - Oh! - ele exclama - Não sabia que iria trazer seu amigo novamente. - sinto um deboche em seu tom e olho para trás, vendo Carson caminhar até nós. Reviro os olhos pois o havia avisado para ficar no carro.

_ Sim, foi minha carona. - digo e o sr. Baraz assente. Carson para ao meu lado.

_ Boa noite, senhor. - ele cumprimenta o homem. - Sou Carson Axel.

_ Sim, o amigo da carona. Ela já me disse. - ele ajeita sua gravata. Carson parece não gostar do jeito que o sr. Baraz olha para ele. Posso notar seu desconforto.

_ O senhor não vai se atrasar? - pergunto e o homem assente, lembrando-se do compromisso. Ele se despede e entra em seu carro, saindo do nosso campo de visão.

_ Que homem encantador. - Carson satiriza.

_ Pensei ter te mandado ficar no carro. - lembro-o entrando na casa e encontrando Ari deitada no tapete da sala assistindo a um desenho no celular.

_ Acontece que como você, não gosto de obedecer a ninguém. - mordo minha língua.

_ Bom, já que está aqui, pode me ajudar a cuidar das crianças. Que tal fazer o jantar, hm? - Carson faz uma careta mas caminha até a cozinha bufando.

•••


_ Estou impressionada. Você realmente não queimou nada. - brinco assistindo Carson colocar uma lasanha de frango sobre a mesa.

_ Uau, lasanha! - Ari corre até a cozinha ao sentir o cheiro de sua comida favorita - Podemos trazê-lo para cozinhar aqui todo dia? - ela me pergunta e eu rio.

_ Ajude-o a colocar a mesa, ok? - ela concorda e corre para pegar os pratos. Parker estava em sua cadeirinha brincando com dois carrinhos. Coloco um pouco de lasanha em seu prato e deixo na mesa esperando esfriar um pouco.

_ Não, eu prefiro a colher rosa. - Ari explica quando Carson tenta colocar uma colher normal em seu prato. Ele a imita baixinho, mas troca os talheres para ela.

_ Quer um copo rosa também? - ele debocha.

_ Sim, seria ótimo. - ela responde com a boca cheia. Ela não havia entendido sua ironia. Carson suspira e procura o tal copo rosa.

_ Eu nunca vou ter filhos. - ele reclama e eu sorrio.

_ Eles não são tão ruins... - Ari tenta colocar o suco em seu copo e acaba derrubando um pouco na mesa.

_ Ops. - ela nos olha.

_ Ah sim, são ótimos. - Carson murmura indo pegar papel toalha para limpar a bagunça. Entrego a lasanha para Parker que já estava se esticando tentando pegá-la. Então Carson e eu começamos a comer.

_ Vou voltar para a faculdade amanhã. - digo e sinto Axel largar a colher em seu prato e olhar para mim.

_ Madison... - ele expira.

_ Eu não posso deixar isso afetar meus estudos, Carson. Lá não é perigoso para mim. - explico.

_ E como sabe? - ele retruca com o tom de voz alterado - Sinto em te informar, mas Charlie não vai te avisar onde e quando irá tentar te sequestrar novamente, Madison. Mas que droga! - ele bate na mesa. Ari nos encara e Parker pula na cadeirinha assustado. - Desculpe. - ele pede.

_ Não vou discutir isso com você. Já me decidi.

_ Porquê insiste em fazer exatamente o oposto do que eu digo? Não sou seu inimigo, Madison! - ele reclama passando a mão nos cabelos.

_ Não estou fazendo isso para te implicar, Carson. - suspiro. O garoto olha para mim sério. - Eu não quero brigar com você. Tente me entender... - estico minha mão tentando pegar a sua, mas ele se levanta da mesa.

_ É difícil entender você.

_ Axel... - o chamo mas ele sai da cozinha e segundos depois ouço a porta da frente bater. Escondo meu rosto nas mãos e bufo.

•••


Já se passava da meia noite e nenhum sinal de Carson retornar. As crianças já estavam dormindo e eu me encontrava na sala trocando os canais aleatórios da TV. Estava quase cochilando no sofá quando a campainha ecoou na sala. Pulei com o susto e me levantei, caminhando em direção a porta. Franzi o cenho ao ver um garotinho parado em frente a porta. Ele devia ter no máximo onze anos e usava um boné vermelho.

_ Hm... Olá? - sorrio - Posso te ajudar? - ele não retribui meu sorriso mas assente. Assisto o garotinho tirar um pedaço de papel do bolso e esticar na minha direção. - Isso é pra mim? - pergunto confusa ao abrir o bilhete.

Ainda não me esqueci de você, querida.

_ Ele me pediu pra dizer que vocês irão se ver novamente em breve. - o garotinho avisa. Sinto um arrepio me subir na espinha e abaixo o bilhete.

_ O qu... Como... Q-quem te deu isso? - gaguejo e o garotinho da de ombros.

_ Ele disse que você saberia.

_ Onde você o viu? Ele está aqui? - pergunto segurando o menino pelos ombros. Ele parece assustado com meu toque.

_ Ele apenas me parou na rua e disse que me daria vinte pratas se eu te desse o bilhete. - ele se explica - Eu preciso ir para casa agora. - ele se esquiva do meu toque, claramente com medo de mim.

_ Se ele tentar falar com você novamente, corra, ouviu? - exclamo quando o garoto começa a se afastar. Eu não sei dizer se ele me entendeu, mas não ouso permanecer do lado de fora da casa por mais tempo.

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