CAPÍTULO 26

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•Madison Eden•

_ Não! Me deixe em paz! - grito, tentando me soltar de seu aperto. Charlie tentava me arrastar de volta para o carro. - Socorro! - grito para a floresta. Eu sabia que era inútil.

_ Calada. - ele ordena me jogando no chão, aparentemente cansado de tentar lutar comigo. - Escute, amor, não quero machucar você, então porquê não tentamos fazer isso de um jeito amigável, hum? - ele se agacha a minha frente e eu me arrasto para trás. - Você vai entrar no meu carro e ir comigo por vontade própria, tudo bem? - nego com a cabeça e ele engatinha até mim, me fazendo recuar mais, a ponto de bater em uma árvore.

_ Apenas me deixe ir... - choramingo - Não contarei à ninguém! Apenas me deixe... - Charlie sorri fraco e passa seus dedos na minha bochecha. Me contraio.

_ Não posso fazer isso, amor. - ele lamenta e eu choro baixo.

_ O que você quer de mim? - indago sentindo meu corpo tremer. Como diabos eu me meti em uma situação dessa? Charlie me analisa, ainda acariciando meu rosto, enquanto considera responder minha pergunta, ou talvez me matar ali mesmo. No entanto, ele não tem muito tempo para decidir, já que o som e as luzes altas de sirenes aparecem na beira da estrada. Quase que involuntariamente solto o ar dos meus pulmões e dou uma risada. Mesmo ainda estando cara a cara com meu sequestrador, eu rio aliviada.

_ Continuamos depois... - ele murmura contragosto e então corre para a imensidão da floresta. Meus pés, por controle próprio, me erguem do chão e me fazem correr até as sirenes. Sinto os braços de um policial me envolverem e me cobrirem com um cobertor. Eles me fazem perguntas, mas não sou capaz de responder. Então, aponto para o meio das árvores.

_ Senhorita, para quem podemos ligar? - o homem de uniforme questiona e eu sinto meus lábios formarem o nome de Carson, antes de me permitir ser deitada em uma maca e ser examinada.

•Carson Axel•

Charlotte ajudava Ben a vestir uma camisa limpa e a se deitar na cama, enquanto eu permanecia escorado na parede, frustado. Era a segunda ou terceira vez que aquele canalha nos manipulava. O que caralhos ele queria comigo? Isso tinha que ser algo envolvendo a gangue do meu pai. Só podia ser! Eu não seria tão interessante para um gangster se não fosse por isso.

_ É melhor descansar. - Charlotte avisa o loiro. Seus machucados haviam sido tratados, no entanto, ele ainda parecia abatido. Ben assente e assiste a garota e eu caminharmos até a porta.

_ Obrigado... - ele murmura e quando me viro para olhá-lo percebo que foi para mim - Obrigado, por aparecer... - Ben me encara e eu não o respondo, apenas assinto, deixando-o sozinho no cômodo. Eu ainda o achava um babaca e estava furioso com ele, porém eu jamais o deixaria morrer. Querendo ou não, ele era meu irmão.

_ Vai contar ao seu pai? - Charlotte pergunta assim que nos sentamos na ilha da cozinha. Nego.

_ Ele apenas ficaria feliz em saber que Ben e eu fomos manipulados outra vez. Não darei esse gostinho à ele. - Charlotte concorda com a cabeça e se levanta. Ouço seus passos adentrarem a sala e segundos depois retornarem. Ela coloca uma caixinha a minha frente. - O que é isso? - pergunto abrindo a embalagem. Era um novo celular.

_ Pedi para um dos meus homens comprarem. Não quero ser sua porta voz de ameaças outra vez. - ela brinca e eu sorrio de lado - É seu antigo número, antigos contatos e todo o resto... E dessa vez, me certifiquei de que não teria nenhuma escuta. - ligo o aparelho e olho para a morena à minha frente.

_ Obrigado. - digo - Por Madison, Ben e todo o resto. De verdade. - seguro sua mão e ela sorri fraco. Charlotte abre a boca prestes a dizer algo, no entanto, o celular termina de ligar e eu encerro nosso toque me levantando da ilha e discando o número de Madison. A chamada dura apenas dois segundos e então é desligada. Porquê ela não me atendeu? Talvez ainda esteja conversando com a mãe, ou já tenha ido para casa e minha ligação incomodou seu sono.

_ Você devia se afastar dela. - Charlotte murmura atrás de mim. A ignoro. - Sabe que não é seguro para ela você ficar por perto, principalmente agora com um gangster atrás de quem você ama. - volto a olhar para Charlotte.

_ Então ela está segura. - respondo e a morena revira os olhos.

_ Ela já levou um tiro, Carson, e não aja como se não estivesse com medo de perdê-la. Você quase me implorou para salvá-la! - ela exclama e eu a fuzilo.

_ Não aja como se estivesse preocupada com a garota, Charlotte. Apenas a quer longe do seu caminho, já que pensa que vou voltar para você. - repondo-a.

_ Se eu a quisesse longe do meu caminho, Axel, pode ter certeza que ela já estaria em uma cova. - ela rosna e eu me aproximo furioso, prestes a fazer algo ruim, no entanto, meu celular toca e o nome de Madison aparece na tela. Suspiro e atendo.

_ Está tudo bem? - pergunto e escuto sons de sirenes no fundo.

_ Você é o Carson? - uma voz masculina pergunta.

_ Sim. Onde está Madison? - indago tensionando meus ombros.

_ Ela está bem, apenas um ferimento leve no ombro. - Ferimento no ombro? O que? - Ela já foi examinada e vamos levá-la para a delegacia. - Que merda esse cara estava falando?

_ Delegacia? O que houve? - altero minha voz.

_ Não conseguimos extrair muito dela, ela parece em estado de choque. Apenas recebemos uma ligação e a rastreamos até a floresta nos limites da cidade. Ela estava sozinha quando chegamos e o número que ela nos deu foi o seu...

_ Encontro vocês em vinte minutos. - aviso e desligo a chamada.

•••

•Madison Eden•

Eu estava sentada em uma cadeira dura e tinha um copo de plastico com água nas mãos. Pessoas passavam de um lado para o outro na delegacia e o policial que me encontrou estava sentado ao meu lado, me fazendo perguntas.

_ Como foi parar na floresta? - ele continua - O carro estacionado lá, é seu? - nego com a cabeça. Ele anota algo em seu caderno - O carro é roubado? Você dirigiu até la? - nego novamente. - O que fazia sozinha na floresta? - olho para o homem ao meu lado e abro minha boca, as palavras saem tremulas e difíceis.

_ Eu não estava sozinha. - o sino da porta ecoa no local e a figura de Carson rapidamente se agacha a minha frente. Suas mãos tocam meus braços e seus olhos se encontram com os meus. Abraço-o. Sinto seu hálito quente próximo ao meu ouvido.

_ Vou descobrir quem fez isso com você e vou matar o desgraçado. É uma promessa.

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