CAPÍTULO 44

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•Carson Axel•

A reunião que meu pai avisou que eu não podia faltar era simplemente para apresentar mais dois novos integrantes da gangue. E após isso meu pai quis contar o plano do próximo roubo deles que eu nem ao menos iria participar. Porquê caralhos eu precisava estar aqui?

Depois de quase três horas de reunião, meu pai dispensou todos. Eu estava pronto para me mandar dali, porém o ouvi me chamar. Restavam apenas nós dois na sala.

_ Fique! - ele me pede.

_ Eu pensei que a reunião havia acabado! - comento bufando.

_ Um pai não pode conversar com seu filho? - ele pergunta e eu reviro os olhos.

_ Não sei se você entende bem o significado da palavra "pai". - murmuro e o Diabo me olha com um sorriso nos lábios.

_ Como está a Madison? - expiro já odiando o rumo da conversa. - Linda como sempre devo presumir? - coço minhas têmporas.

_ Ela está ótima. - digo impaciente. - Olha, sinceramente não estou com vontade de bater papo... - caminho até a porta, no entanto, ouço meu pai socar a mesa.

_ Sente-se! - ele rosna e eu mordo minha língua, obedecendo-o. - Você disse que iria ocupar seu lugar nos negócios e isso inclui participar das reuniões e me ajudar com os planos. Isso se quiser que sua namoradinha fique viva, é claro! - ele brinca rindo e eu o fuzilo com o olhos. Meu pai joga uma pasta sobre a mesa a minha frente e abre um enorme mapa. - Vamos começar!

•••


•Madison Eden•

Acordei sentindo meu ouvido zunir. Minha visão estava embaçada e eu podia ouvir a voz de alguém. Quando consegui enxergar, percebi que estava presa a uma cadeira de couro. Pela janela tudo que pude ver foram o céu azul e várias nuvens. Eu estava a milhares de metros do chão. Um pouco mais a frente, estava André, sentado com uma taça de champanhe na mão, conversando ao telefone. Meu coração disparou e eu me mexi bruscamente, tentando me soltar. O que fez minha cabela latejar e meu ouvido zunir mais. Xingo baixinho.

Os olhos de André pairam sobre mim e ele diz algo pelo telefone, em outra língua, desligando a chamada. Ele se levanta do assento e se aproxima de mim. Meu coração para e eu começo a me espernear contra o banco, assustada.

_ Não seja curiosa amor, ainda não chegamos. - ele segura meu rosto - Não vale espiar. - sinto outra picada no meu pescoço e meu corpo relaxa. André massageia minha bochecha enquanto minha visão fica turva. Caio na escuridão novamente.

•••


Quando retorno a consciência, sinto meus olhos pesados. A voz de André é alta, enquanto ele discute em uma língua que não entendo. Permaneço de olhos fechados, imaginando que eu teria uma melhor chance de fugir se ele achasse que eu ainda estava dormindo. Tentei manter minha respiração regulada, enquanto a adrenalina da situação fazia com que meu coração batesse mais depressa. Eu notei que não estava amarrada dessa vez, ao invés disso estava deitando em algo parecido com couro. Eu pudia ouvir o som de rodas amassando a terra e percebi que estava no banco de trás de um carro. Luto contra o impulso de espiar quando ouço a voz de outro homem. Uma voz grossa. Eles ainda falavam em outra língua e ao prestar atenção, percebi ser francês.

O carro para e eu respiro pesadamente enquanto tento ouvir o que acontecia do lado de fora.

_ Leve-a! - André diz, quando a porta ao meu lado abre e alguém toca minhas pernas. Me seguro para não recuar. O homem me puxa para fora do carro e me coloca em seu colo. Meu coração parecia uma britadeira enquanto eu repetia para mim mesma para manter a calma. Tudo que ouço são as botas pesadas do homem e sua respiração ofegante enquanto parece subir uma escadaria comigo. Sou depositada em uma cama e o ouço murmurar algo em francês. Com meus dedos formigando de nervosismo, abro meus olhos lentamente e me vejo em um quarto dourado. A cama tinha um alto dossel de madeira antiga, com uma cortina branca transparente descendo sobre ela. Os móveis eram todos de madeira e na parede ao lado havia uma janela enorme de vidro.

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