•Madison Eden•
_ Bem, é livre para pensar o que quiser, não significa que seja verdade. - o respondo. - Como vou saber que não está me stalkeando outra vez? - questiono.
_ Minha avó está internada aqui há dois anos. Pode perguntar para qualquer enfermeira, se quiser. - ele responde e eu me calo, me sentindo uma idiota. Charlie continua me olhando e parece notar meu desconforto. - Eu apenas vim assinar uns papéis para renovar o contrato dela e estarei indo embora. Se me esperar, posso lhe dar uma carona para casa. - ele oferece, mas o olho duvidosa. Penso por um momento se devia aceitar sua oferta. É claro que eu o achava um pouco estranho, mas ele teve o ano todo para me fazer algum mal, por que agora seria diferente?
_ Tudo bem. - respondo por fim e ele se anima, me indicando um minuto com o dedo e entrando na instituição. Aguardo sua volta sentada na calçada e encaro meu celular esperando que Carson, de algum modo, me mande notícias. Ele estaria bem? Sua missão de resgate foi perigosa?
Sinto uma mão no meu ombro e dou um pulo.
_ Desculpe. - olho para Charlie parado atrás de mim - Eu te chamei, mas você estava distraída. - assinto, como se disesse que estava tudo bem, e me levanto, o seguindo até seu carro.
_ Então, sua avó está internada a dois anos... - começo a puxar assunto quando iniciamos nossa viagem - Ela não se sente presa naquele lugar? Solitária? - questiono e o garoto da de ombros.
_ Ela nunca reclamou. Eles tem muitas atividades e as enfermeiras e os outros pacientes a fazem companhia. - ele responde e isso me deixa menos nervosa em relação a minha mãe.
_ Espero que eu tenha feito a coisa certa em internar minha mãe... - murmuro, mais para mim do que para ele. Sinto Charlie pegar minha mão sobre a minha coxa. Olho para ele e luto contra o impulso de resistir ao seu toque.
_ Não se preocupe, é uma ótima instituição. Sua mãe ficará bem. Ela terá profissionais à disposição, jogos e esportes... - concordo com a cabeça me forçando a acreditar nele - Além disso, se foram ordens médicas você não tem que questionar, Madison. Vai dar tudo certo. - sorrio para ele. Talvez ele estivesse certo. Talvez eu não precisasse me preocupar tanto agora. Tudo seria mais simples. Eu poderia focar completamente no meu trabalho e na faculdade. Talvez até pudesse vender minha casa, que agora iria ser grande demais para uma só pessoa, e me mudar para um apartamento mais perto do campus...
Assim que paro com meus devaneios percebo que Charlie passou a rua da minha casa.
_ Eu acho que você errou minha casa... - digo sem jeito e Charlie assente.
_ Oh, me desculpe. - ele pede ainda encarando a estrada a sua frente, com ambas as mãos no volante. No entanto, ele continua seguindo reto. Meu corpo todo se arrepia como se estivesse atento ao perigo. Olho para Charlie e pego meu celular no bolso, discretamente.
_ Charlie, minha casa é lá atrás... - ele sorri torto e me olha de relance.
_ Eu sei, meu amor. - é só o que ele diz. Nada de retornar, nada de se explicar. Começamos a chegar no limite da cidade, proximo às florestas.
_ Não está me levando para casa, está? - pergunto com a voz temerosa. Eu podia sentir todos os pelos do meu corpo arrepiados e era como se eu tivesse algo preso na garganta. Noto seu lábio direito se curvar em um pequeno sorriso. Teclo 911. - Espera... - me lembro de algo - Como sabia que a internação da minha mãe eram por ordens médicas? E-eu nunca te disse isso... - Charlie permanece atento ao volante, sem dizer nada - Você não tem uma avó internada la, não é?
_ Garota esperta. - ele solta um sorriso na minha direção. Um sorriso assustador e por um momento posso ver pura maldade em seus olhos. Charlie começa a diminuir a velocidade em um acostamento na avenida.
Deus, ele iria me matar ali?
De relance, olho para a tela do meu celular, a chamada ainda estava continuando e eu esperava que já estivessem nos rastreando.
_ O que você quer? - minha voz sai trêmula e eu tento segurar meu desespero. Eu precisava de apenas algum tempo até a polícia chegar. Eu precisava ficar calma.
_ Eu quero tantas coisas, Madison... Não seria capaz de imaginar. - Lá se vai minha calma. Eu estava presa em um carro com um louco. Eu iria morrer! - Já ligou para o seu namoradinho ou realmente acha que a polícia chegará à tempo? - o ar deixa meus pulmões instantaneamente. Charlie olha para mim e estaciona o carro. Meu coração quase salta dentro do meu peito. Eu não poderia ligar para Carson, porque ele não tinha um celular. Eu precisava acreditar que a polícia seria o suficiente. - Vamos lá, já pode começar a gritar... - eu não sei se foi a adrenalina correndo nas minhas veias ou o desespero sedento pela sobrevivência, mas eu o soquei no nariz. Então, quando ele se debruçou de dor e de surpresa, abri a porta do carro, correndo em direção à floresta. Pulo a mureta de metal que dividia a margem da pista e acelero pelo arvoredo. - Quer brincar, hum? Vamos brincar! - ouço Charlie gritar enquanto me segue. Estava escuro e enquanto mais eu me afastava da pista, menos eu sabia para onde estava indo. Eu sentia meu rosto ser arranhado por galhos e meus pés tropeçarem nas pequenas pedrinhas no chão. - Correr faz tudo mais divertido, meu amor! - Charlie ri. Eu mal conseguia ouvir seus passos atrás de mim, pois meu coração pulsava alto nos meus ouvidos. Minha garganta estava seca quando tropecei em algo e rolei uma pequena ladeira, batendo meu ombro contra uma pedra.
_ Cacete! - resmungo me contorcendo na terra.
_ Madison... - Charlie cantarola atrás de mim. Olho para os lados e vejo um tronco grosso caido contra a grama. Me escondo atrás dele, tentando diminuir o ritmo da minha respiração. Pego meu celular e vejo que a ligação que eu havia feito para polícia tinha encerrado sozinha. Eles teriam conseguido me rastrear? Eles chegariam aqui a ponto de impedir qur Charlie me matasse? Fecho os olhos com força e algumas lágrimas escorrem contra minha bochecha ao perceber que as chances de alguém me salvar eram mínimas. - Qual é amor, não vai se esconder de mim... - ele continua e eu me encolho mais contra a madeira. - Vou achar você! - ele grita me assustando. Sua voz estava à apenas poucos passos de mim. Prendi minha respiração. Seus pés esmagam as folhas secas e se aproximam cada vez mais. Conto os segundos, que mais parecem horas, enquanto ele caminha a centímetros de mim. Estava quase sem fôlego quando o ouço se afastar. Solto minha respiração aliviada.
É claro que o momento dura pouco, já que meu telefone toca ecoando pela floresta. Tenho apenas tempo de desligar a chamada do antigo número de Carson, antes de sentir mãos me puxarem.
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GET YOU
RomanceCarson Axel sempre viveu em um mundo violento. Drogas, álcool, festas, mortes, garotas... Seu pai? Um mafioso perigoso. Seu melhor amigo? Seu parceiro de crimes. Sua mãe? Morta. Ele só conheceu o caos em sua vida, mas nada comparado a quando Mad...