Capítulo 8

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Kris ainda sentia muitas dores no corpo.

Nunca havia imaginado que um dia apanharia de alguma vítima. Geralmente ficavam obviamente intimidadas, e sua altura ajudava. O dono daquela mansão o enganou direitinho. Kris avaliou a sua vitima e ele não tinha nada de intimidador, pelo contrário, parecia alguém que cairia fácil em sua armadilha e ficaria bem quieto com medo, até ele terminar de fazer a limpa.

Como Kris se arrependia de ter julgado mal! E quando esquecia seu fracasso, as dores no corpo, principalmente nas costelas, o lembravam.

Olhava da janela para fora. Não queria ser encarado por ninguém que subisse no ônibus. Odiava quando o encaravam, e sabia que com aquele olho roxo e a fissura no canto dos lábios chamaria atenção dos outros passageiros.

Sentia o ódio o queimar por dentro. Além de ter apanhado, teria que trabalhar de graça para aquele sujeito. Onde ficava seu orgulho nisso? Destroçado. Nem tivera coragem de encontrar os amigos de gangue, aliás, o que falaria? Que apanhou e seu plano dera errado? Nunca contaria, preferia morrer antes. Ao menos o tempo que estaria "trabalhando" pensaria em alguma mentira. Mas ainda não aceitava que estava preso em uma chantagem. Tinha que planejar como se livrar do dono da mansão, mas por enquanto tudo o que conseguia era sentir o odio queimar em seu interior e nem pensar direito conseguia. Precisava esfriar a cabeça para planejar melhor.

Desceu do ônibus rapidamente quando chegou ao seu ponto, e colocou o capuz na cabeça. Ao entrar na rua, ainda podia ver no chão bem no canto a sujeira de sangue que cuspira enquanto ia embora com dificuldades na noite anterior. Tivera que ir direto para a casa de curandeira que tinha no bairro chinês já que com certeza não seria atentido em algum hospital coreano por não ter plano de saúde, como acustumava acontecer com muitos compatriotas seu.

De longe viu a mansão e o carro luxuoso estacionado no grande quintal. Guardou as mãos no bolso e caminhou rapidamente para a mansão tentando passar o mais rápido possível de alguns moradores que estavam na rua. Ninguém pareceu o perceber, e se pereceu fingiram não ver, e isso era ótimo para Kris.

Sentiu o dejavu de sua humilhação ao parar na entrada da casa. Na noite anterior, havia entrado tão cheio de confiança, mas saiu escurraçado com o rabo entre as pernas.

- Está atrasado já faz meia hora Yifan. - disse o dono da mansão surgindo do nada ao lado de seu carro dando um susto no maior. - Vou descontar do seu salário... Ah pera, você está trabalhando de graça.

E riu tirando os óculos de sol que usava. Kris fechou os punhos com força em seu bolso. Ainda debochava de sua cara!

- O que quer que eu faça?

- Nossa, mas que pergunta mais sugestiva. - sorriu se aproximando de Kris. - Me siga.

Então Kris o seguiu para dentro da Mansão.

- Eu realmente estou atolado de afazeres nessa casa. Mas hoje vamos começar com a limpeza dos cômodos do segundo andar. Ainda estão todos sujos de poeira da obra. Vamos limpar tudo e depois colocar os móveis que estão na garagem em cada quarto. - disse subindo as escadas na frente com pose autoritária. - Como vamos fazer muita coisa hoje até vesti minha regata e bermuda velha.

Kris reparou nas vestes do outro e não parecia nada velho. O mais alto concluira que as roupas daquele rapaz estavam mais nova do que as suas que considerava novas para sair em ocasiões importantes.

- Qual o seu nome? - Perguntou de má vontade de repente.

- É o que? - o dono da mansão parou de andar olhando confuso.

- Seu nome.

- Ah... Não te falei ontem? É Zitao. - suspirou irônico- Mas para você é chefe.

TroubleMaker // ChanBaek Onde histórias criam vida. Descubra agora