Capítulo 57

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Desde que abrira os olhos, Sehun não conseguia parar de pensar no que Suho queria consigo marcando para se encontrarem em um restaurante. Na verdade, estava curioso com aquilo desde que havia recebido uma mensagem do mesmo na noite anterior.

Claro que havia dado seu número na intenção de ser retornado, mas já haviam se passado tantos dias, que ele já havia esquecido desse fato. Era algo estranho até então, porque Suho fora direto com ele;

Estou interessado na sua oferta
Me encontre no restaurante que eu te enviar o endereço logo abaixo...

O Oh estava empolgado com aquilo, mesmo ainda com uma pulga atrás da orelha.

Estava em completo desespero para conseguir dinheiro para sair de casa. A cada dia que passava, as coisas pareciam piorar dentro da mansão onde morava. Todo dia era humilhado por não querer assumir os negócios da família, e sentia que não era mais capaz de aguentar aquilo. Tinha dias que passava na casa de Luhan para fugir, mas sabia que tinha que ter sua própria independência para poder se livrar de vez do tormento que passava com as pessoas que deveriam ser sua família. E no fundo, a cada dia terrível que passava naquela mansão, além de o revoltar, o deixava mais desolado.

Se questionava; Por que eles não podiam ser como uma família normal? Por que não podiam se amar como as pessoas em outras famílias faziam? Ele observava que até mesmo a mãe de Baekhyun que passava a maior parte do tempo caindo de bêbada, amava seu filho e demonstrava em seus breves momentos sóbrios. Ou a avó de Lay que o criara com tanto amor mesmo tendo tantas dificuldades financeiras e de saúde... Ele reparava no quanto todos, pelo menos alguma vez na vida, recebiam um carinho e amor fraternal, menos ele. Sua família tinha de tudo, de tudo pudera ter quando criança... Mas ao mesmo tempo sentia que não tivera nada, se sentia vazio, e sabia que sua família era miserável no requisito mais importante; amor. Tinha ressentimentos em relação à isso, e só queria e estava determinado a ter sua liberdade mesmo que tivesse que fazer algo de errado... Ele não se importava.

Saiu do quarto completamente arrumado para o tal encontro, que seria logo pela manhã. Ainda sentia muito incômodo com aquele braço engessado. As vezes, quando se via na necessidade de pedir ajuda de Luhan para lhe ajudar porque não estava conseguindo se resolver com uma mão, sentia vontade de socar Lay e xingar todas as descendências dele, se é que ele teria. Mesmo sabendo que a culpa havia sido sua, preferia colocar toda a culpa e raiva em Lay porque reconhecer que ele mesmo fora patético era incômodo.

Ao se aproximar da cozinha, viu Luhan conversar em chinês com alguém no celular. Parecia bem animado e sorridente, algo com certeza anormal. O mais novo se aproximou o fitando de longe enquanto pegava um suco na geladeira. Assim que Luhan o viu, tratou de dispensar sua ligação o mais rápido possível e se aproximou com um meio sorrisinho.

- O que houve Sehun? Caiu da cama? Para você acordar cedo assim. - O chinês questionou se servindo um pouco do café que fizera.

- Vou encontrar alguém. E você? Com quem estava conversando? - Perguntou bebericando seu suco.

- Eu com um colega de trabalho, ele é diretor de mídias na filial chinesa. E hoje haverá uma reunião que ele estará, eu, mais alguns outros organizadores, e o Tao. - deu de ombros, tirando a franja castanha escura caídas em suas pálpebras.

- Entendi. - concordou com a cabeça olhando para o braço engessado.

- E você? Com quem vai se encontrar? - Luhan perguntou como se fosse alguém que não queria nada, mas Sehun conseguia sentir a intensa curiosidade do outro em saber. Ele havia reparado no ciúmes intenso que Luhan tinha de Baekhyun, e achava até que engraçado, mas preferia não provocar para não prejudicar o amigo, até porque não sabia do que o chinês era capaz de fazer.

TroubleMaker // ChanBaek Onde histórias criam vida. Descubra agora