Capítulo 7

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Mas ele precisava desabafar, era um modo de fazer Anahí sempre presente ao seu lado. E por isso na semana seguinte, ele retorna. Na hora marcada o psicólogo o chama:

- Boa tarde, Alfonso. É bom lhe ver. Como passou a semana?

- Tudo igual. - já acomodando-se em sua poltrona.

- Bom sinal, nem melhor, mas também nem pior. Hoje eu gostaria que me contasse algo que foi muito importante para você.

Alfonso nem precisa pensar duas vezes: Meu casamento. - dispara - Ana e eu namoramos, noivamos e casamos em um ano.

- Tempo recorde!

- Se foi! Minha irmã namorou cinco anos, meu pai já estava louco. Mas comigo foi rápido, eu sabia que ela era a pessoa certa. Posso contar?

- À vontade.

- Meu pedido de casamento foi inusitado.

- Hum, conte-me...

- Bom, Anahí é veterinária e apaixonada por animais, natureza e tudo mais. Então eu precisava pensar em algo a respeito... Era um dia de vacinação de cães, eu queria aproveitar que a clínica veterinária estaria cheia já que Anahí sempre participava gratuitamente nessas campanhas. Foi ali que a pedi. Depois, claro, tivemos uma festa de noivado com nossos famíliares e amigos. E nesse dia que ela me deu de presente um cachorro. Ele é meu fiel companheiro...Tinham abandonado um vira-lata perto da veterinária e ela pegou pra cuidar. Como não queria abandoná-lo, então me deu. A mãe dela já não aguentava mais de tantos bichos que Anahí levava pra casa.

- Any, seu pai está me olhando de cara feia...

- Meu pai te ama muito, Ponchito.

- Eu não sei porque não acredito muito. - Anahí solta uma gargalhada - Para onde estamos indo? - Eles já chegavam aos fundos da enorme casa de Anahí - A horta da minha sogra... Vamos entrar no canil ?? Anahí! Não! - ele solta a mão dela e para.

- Ah, não confia em mim? – ela para com as mãos na cintura diante da entrada do canil.

- Em você eu confio, mas nos dobermans que estão aí, não!

Anahí solta uma gargalhada alta: ok, ok, se eles me comerem é culpa sua. - e entra no espaço fechado onde ficavam os quatro cães.

Alfonso fica nervoso: Ana, vamos buscar o presente e... - ele ouve latidos lá dentro - Anahí?! - e sem solução já ia se aventurar quando ela vem saindo com um filhotinho no colo.

- Amor, é o seu presente! - com o sorriso mais feliz do mundo.

Alfonso gagueja, não imaginava criar um cachorro no apartamento.

- Dá um beijo no papai! - e aproxima o focinho molhado do bichano no rosto de Alfonso - É seu filho, amor, segura!

Alfonso faz uma cara estranha, o segura meio desajeitado, colocando contra o peito:

- Simpático. – ele diz pouco entusiasmado. Era um cãozinho vira-lata , mas meigo, de orelhas caídas.

Anahí que estava entusiasmada: Ele é lindo, a sua cara!

- Minha cara? Mas amor, eu moro num apartamento...

- Mas quem vai saber? Ele nem late. E sabe o nome que dei a ele? Pancho! Em sua homenagem! - e solta uma gargalhada gostosa.

Alfonso levanta o animal na altura da vista e os dois se encaram. Era o início de um grande companheirismo.

- Ainda tem esse cão? – Christian pergunta.

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