Capítulo 35 - DNA

218 10 0
                                    

Na clínica, o neurologista lhes dava os resultados:

- Nenhuma alteração significativa. Você não tem nenhum impedimento para relembrar fatos, Giovana, portanto, vou continuar o medicamento que passei, você deve tomar sem interrupção e eu recomendo para ela... - se dirige a Alfonso - Que faça uma psicoterapia, lhe ajudará muito. E que procure um especialista em transtornos de amnésia.

- Claro, procurarei. - ele estava ansioso pelo último resultado, que não seria revelado assim abertamente para Giovana, que nem tinha consciência que havia sido feito.

-Aqui os exames. - junta todos e tira um envelope de sua gaveta, colocando junto. O olhar de Alfonso já denotava que ele sabia o que era. Já Giovana estava distraída -Se continuarem aqui, quero ver Giovana dentro de 1 mês, para ver melhoras, acompanhamento da psicoterapia, se devo trocar o medicamento...

Alfonso já ergue Anabella, se levanta da cadeira, apressado para ver o exame mas Giovana pergunta:

-A dra Carolina( ginecologista) está hoje?

- Não, hoje ela não trabalha aqui... - o médico responde - Alguma queixa? Talvez eu possa ajudar...

-Não, não, era só uma duvida, sem importância. - se força um sorriso.

- Vamos, Ana. - Alfonso lhe põe a mão nas costas, conduzindo rapidamente para fora. Ela não entende nada.

- Que foi? Tem compromisso agora?

Alfonso inventa: não, é que estou apertado para ir no banheiro... Segura Bella pra mim? - já jogando a menina em seu braços - Volto logo. - e vai andando mesmo com a bolsa de Anabella, onde havia guardado os exames.

- Mas... - ela ia pedir mas ele se vai com passos largos já ia ao longe. Ela senta com a menina para esperar, sentando-a em sua coxa, mas a menina joga-se para trás, encostando a cabeça no seio de Giovana, que mais uma vez geme:

- Ai bebê, devagar.

Alfonso acha um banheiro, entra... Na verdade não tinha vontade de nada, a não ser de abrir aquele exame e tirar a prova na hora. Apoiando na pia a bolsa, ele a abre e tira o envelope. Seu coração batia descompassadamente e ele podia ouvir o som de sua respiração.

- Caray, abro ou não abro...Abro aqui ou em casa?

Ele sabia que dependendo do resultado ali estaria o rumo de sua vida e qualquer que fosse não conseguiria manter o equilíbrio. Era visível por suas trêmulas mãos. Olhando-se no espelho já percebe seus olhos úmidos. Fecha os olhos e aperta o envelope entre os dedos...

- Não melhor não, acho que não vou conseguir dirigir depois! - dá um longo suspiro.. - guarda o papel de volta na bolsa de Anabella e sai do banheiro. Se dirige à Giovana:

- Vamos?

Ela levanta com a menina, esperava que Alfonso a pegasse, mas ele não o faz. Já havia decidido deixar mais tempo a menina com "Anahí".


O celular de Christopher toca. Ele tira do bolso e identifica:

- Dul ? Que aconteceu ?

- Não aconteceu nada. Por quê?

- Porque estou na empresa, você me ligando... Acabei de passar na porta da sua sala... - e sente um tapinha nas costas. Virando-se, é Dulce. Ela sorri.

- Parece que tem fugido de mim, nem pude agradecer as flores. São lindas, obrigada. 

Ele faz cara de desentendido: Flores? Que flores? Então não fui eu que enviei...

NostalgiaOnde histórias criam vida. Descubra agora