Anahí acorda de repente, agitada, o coração acelerado. Leva mão ao rosto, suava:
- Foi só um pesadelo! – leva a mão aos olhos querendo chorar – Não, Poncho não faria isso comigo. Eu preciso lembrar, eu preciso ! - senta na cama, ainda nervosa pelo pesadelo. Seu coração acreditava em Poncho, mas não se lembrar, não saber da verdade e tudo que ouvia em reportagens mexia com sua cabeça, lhe semeando dúvidas. Ela bate na testa afugentando esses pensamentos, olha as horas:
- Não posso continuar dormindo assim as tardes. - passa a mão no cabelo e olha a cama – Maite deve ter tirado Anabella. – a menina não dormia junto com a mãe.
Anahí enfim levanta. Seu corpo ainda pedia cama, a gravidez a deixava mole e chorosa, mas ela faz um esforço. Ainda pensava em Alfonso e no pesadelo... Ao ficar de pé escuta uma voz. Ela abre a porta do quarto e percebe que Maite falava com alguém:
- Claro que posso ser testemunha a favor do meu irmão. Pode contar comigo.
Anahí se sente pior. Se ela ao menos se lembrasse... parecia que cobrança sobre ela estava maior. Era segunda feira, e o julgamento começaria sexta a tarde.
Fecha a porta querendo não ver a visita quem quer que fosse. Sem saber que Maite falava pelo telefone com o assistente de Sebastian.
Anahí sente a bexiga cheia e se dirige ao banheiro. E sente muita dor ao pé da barriga. Apesar de estar aparentemente apertada, ela não conseguia esvaziar a bexiga. Alguma coisa não estava normal. Aquela dor não era normal. Seria algo com o bebê? Não tinha feito nenhuma consulta, nem sabia de quanto tempo estava grávida.
Ao sair do banheiro, ela vai a procura de algum remédio para dor. Não queria alarmar Maite que ficaria nervosa, chamaria Marichelo... E ela já estava causando problemas demais.
Abre uma gaveta da cômoda. Talvez Maite tivesse remédios ali. Abre a do meio, se esquecendo que ficavam fraldas de Anabella.
Abre a primeira e encontra algo que lhe chama atenção: um álbum. Ela não havia visto aquilo ali desde que tinha chegado à casa da cunhada.
Na verdade Maite queria guardar da vista de Anahí , esquecera ali quando procurava uma fralda para Anabella no dia em que Anahí foi a delegacia.
Ela tira o álbum. As fotos estavam soltas nele. Eram muitas. No mínimo umas 50 fotos. Ela abre aparecendo a primeira:
- Poncho e eu? - Além da foto que sua mãe havia trazido, nunca tinha visto uma foto dela e do marido. - Ela vai passando, 1, 2, 3... - Maite, Poncho, Dulce, Christopher... e eu! Somos todos amigos... e eu não me lembro de nada...- outra foto - Nosso casamento? – as lágrimas caem sem permissão.
E vai passando, observando detalhes, demorava analisando cada foto tão íntima. Sua cabeça já começava a latejar, primeiro fraco, mas a medida que ia vendo as fotos, a intensidade aumenta. Sente uma tontura, as coisas girarem. Ela lembrava daquilo, daquele dia, daquela cena! Era um feriado, estavam festejando, lembra que Maite batia as fotos, Poncho sentou em seu colo mostrou a língua e Maite batera a foto. Ela cerra os olhos e a lembrança se apaga. A dor de cabeça aumenta. Passa outra foto.
- Nos pareciamos felizes. - As emoções misturavam, a dor na cabeça também... Mas ela não deixa de ver de forçar, de se esforçar.
-D. Ruth... - e Anahí fecha os olhos, como um filme, passa em sua cabeça as coisas correndo como sendo rebobinadas, ela lembra da foto, de todas elas, de Alfonso, de seu pai... Tudo vai passando rapidamente como flashes. O bolo de fotos acaba caindo de sua mão.
Ela senta na cama, aturdida, leva as mãos a cabeça:
- Eu me lembro, eu me lembro de tudo!
O choro vem forte, estava muito emocionada e nervosa.
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Nostalgia
Misterio / Suspenso"Marido é principal suspeito no desaparecimento de gestante: Com novas investigações, para a polícia, o principal suspeito no sumiço de Anahí Herrera é seu marido. 'Ele foi o último que a viu no dia, mas falou com ela por telefone e depois disso a m...