Capítulo 54

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Ao ouvir a frase, Alfonso sente o coração parar de bater. Anahí se enche de esperança:

 - É mesmo? Já me viu ? Aonde? 

Sem saber o que fazer, fingindo que não ouviu, Alfonso pega a mão de Anahí, levando-a dali:

- Bom, temos que ir. Obrigado.

- Espera Poncho, ela disse que me conhece! 

Alfonso não a solta: De onde? Ela nunca saiu daqui, Ana, e você estava lá na capital! É impressão. - dizia a levando para o carro.

A mulher já havia ficado para trás, Anahí entra no carro, no banco de trás, com uma batida forte de Alfonso fechando a porta,  que fala algo com Pedro em sua caminhonete e logo partem.


Alfonso muda de caminho e estaciona em frente a um muro de arvores bem podadas, havia um som ambiente, nem muito alto, nem muito baixo. Um lugar que Anahí não conhece. Ela questiona:

-Aonde vamos?

- Já que estamos por aqui, vamos jantar fora.


- Mas Poncho, eu não to arrumada...


Pedro chega em casa, Maria e os filhos estavam sentados no sofá, só aguardando para saber o que fazer. Aflita, Maria levanta do sofá assim que escuta a porta se abrir:

- Você demorou! Então, para onde vamos ?- ela e os filhos, tristes.

- Vamos... voltar as coisas pro lugar, 'muié', o trabalho ainda é nosso! E Patrão ainda aumentou meu salário!!

Maria num pulo abraça o marido: Não acredito!! - As crianças também abraçam os pais.

Pedro conta : ele fez o maior suspense, aí falou que ia ajudar o pessoal lá fazendo uma cooperativa e depois falou que além do que o patrão, Seu Armando paga, ia ele mesmo me dar, uns por cento aí a mais.

- Graças a Deus ! - Maria comemora juntando as mãos.


Anahí e Alfonso já jantavam enquanto Anabella tinha um sono tranquilo na cadeirinha do carro junto à mesa. Até que começa uma musica , Alfonso larga o garfo, levanta  rapidamente e puxa Anahí:

- Vamos dançar!

- Mas Poncho, não tem ninguém dançando.

- Agora tem nós dois! - E ali mesmo, perto da mesa, de olho em Anabella, Alfonso junta seu abdome ao dela, dançam coladinhos, abraçadinhos. Alfonso ia cantando ao ouvido, como se declarando com a letra da canção, que expressava muito a respeito do que ele realmente queria dizer e não podia. Ao prestar atenção na letra, Anahí se afasta um pouco para que se encarassem. Aquelas palavras pareciam íntimas e pessoais demais, ainda mais pelo modo falado e não cantado que ele pronunciava... agora direto a seus olhos.  Era inevitável; com a mirada, suas bocas se aproximavam para um beijo...Ela fecha os olhos, mas com uma parte animada da musica, Alfonso se separa, segurando apenas sua mão, dança descoordenado. Anahí não podia deixar de rir, parada, sendo segura pela mão, apenas ria. Observadores também riam. E  com a música voltando a se tornar lenta, ele volta a dançar abraçado a ela, com que sussurra ao ouvido:

- Você é louco, Alfonso. Não tem vergonha nenhuma! - com a cabeça escondida em seu pescoço, talvez por vergonha.

- Quero te fazer sorrir. 

Ela levanta o rosto, se encaram e terminam a música sem beijo, mas  com uma salva de palmas que sem vergonha alguma, Alfonso agradece e volta a sentar-se. 

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