Capítulo 33

186 10 0
                                    



Segunda, cedo pela manhã, Armando já está no tribunal. Vê a luz vermelha piscando no telefone a seu lado. Verificando papéis, ignora. Mas a secretária bate à porta: 

- Com licença, Dr. Mas telefone para o senhor. Disse que é importante.

- Obrigado. - meio a contragosto ele atende.

- ...

-  Ah, finalmente! - sua expressão desanuvia - Onde ele está ??

- ...

- Mas é claro! Não sei como não me passou pela cabeça.

- ...

- Muito obrigado. Sou muito grato pelos seus préstimos. Precisando de mim...

- ...

Armando dá uma risada despreocupada, desliga e disca outro número.

Ruth que dirigia, leva um susto com o toque de seu celular, freia o carro, favorecendo um acidente. Pára no acostamento e atende :

- Fala, Armando! Você quase foi responsável por um acidente.

-Que acidente ?!

- Você teria que me livrar de uma multa de trânsito sem sequer uma perda de ponto na minha carteira.

- Tá, tenho uma notícia mais importante pra lhe dar.

- Espero que seja mesmo. - olha as unhas.

- Já encontrei Alfonso!

- Encontrou ? Onde ele está ? 

- Em Guanajuato. Fez compras no cartão este fim de semana.

- Como você sabe, Armando?

- Meus contatos, Ruth. Pode ficar tranquila agora. Provavelmente ele está no sítio.

- Graças a Deus! Vou ligar já pra lá.

- Acho melhor não. Se ele foi se esconder, está fugindo de nós, não vamos frustrar seu plano. Alfonso já é um homem. Deixe-o agir da forma que ele imagina como tal.  Mas você sabe de quem foi a culpa...

- E já nos desculpamos. Onde está a capacidade dele de perdoar ? - e olha pelo retrovisor - Ai não!

Armando se preocupa: Que houve?

- Já está vindo um guarda . Tenho que partir. Te amo. - desliga na cara dele e liga o carro rapidamente, saindo.


Alfonso sai do banho, na suíte da casa e vê seu celular. "Tenho que ligar pra casa. Devem estar preocupados comigo."   Tira da tomada, que carregava desde a noite anterior, e disca para a casa dos pais. Ruth já estava. A empregada vai chamá-la:

- Poncho??! Claro, vou atender... Alô, Alfonso?

- Eu mesmo, mãe. Como estão ?

- Graças a Deus você apareceu! Não sabe a preocupação que nos deixou! Onde você está? - pergunta como se não soubesse.

- Estou bem estou viajando com minha filha. Estamos bem.

Giovana bate na porta do quarto e abre, ao vê-lo no telefone, só avisa: O almoço já está  pronto. 

- Não quer dizer aonde? - Ruth pergunta

Alfonso faz um sinal de positivo para Giovana, que se retira, encostando a porta. Mas fica detrás, ouvindo.

NostalgiaOnde histórias criam vida. Descubra agora