Capítulo 91 - Susto

168 12 4
                                    


Para não incomodar Anahí, Alfonso assiste o jogo de seu time na sala. Terminado, ele vai para seu quarto, onde Anahí já havia deitado há algum tempo. Quarto escuro. Nem acende a luz, mas ela estava acordada, muda de posição, vira de lado para o centro da cama.

Alfonso após sua higiene vai direto para cama, e Anahí vira de novo para o outro lado, lhe dando as costas. Com Dulce Maria entalada na garganta, não podia dormir.

Com ela de costas para si, Alfonso a abraça, enlaçando sua barriga e lhe beijando o cabelo. Anahí imediatamente tira o braço dele e levanta da cama.

Alfonso fica muito surpreso: Ana, que aconteceu?

- Não aconteceu, nada. Por quê? Você acha que aconteceu alguma coisa?

Alfonso suspira fundo: Vem, deita.

- Se você me der licença. - Ele vai mais p o canto, ela agradece e se deita novamente.

E Alfonso volta a corteja-la: Vamos namorar um pouquinho.

- Poncho! Não! Me solta!  Já namoramos muito todos esses dias! Agora você procure a outra!

- Que outra?! - Anahí cobre o rosto com o travesseiro sem lhe responder. Ta doida! Que eu fiz dessa vez? Eu não fiz nada! Será que foi o negócio de descer na chuva?

.................................................................................................................................

Dia seguinte:

Ainda sem atenção de Anahí, Alfonso vai cedo para o trabalho. Anabella dava seus passinhos pela sala, ele se agacha e lhe dá um beijo meloso na bochecha:

- juízo, hein, mocinha, não quero saber de arte. - Anahí vinha trazendo o mingau dela, ele aproveita -  E cuida da mamãe. Descobre os segredos dela e depois me conta. - Alfonso levanta - Até a noite, Ana.

Anahí nem o encara: Até... Senão me encontrar aqui nem me procure.

Alfonso fica paralisado com a resposta dela, mas vai embora. Era melhor não argumentar. Quando Anahí estava estressada assim, se ele respondesse era pior. 

Alfonso sai com o carro do estacionamento e nem olha à entrada do edifício quem cumprimentava o porteiro:

- Bom dia! Alfonso acabou de sair. Toma aqui. - entrega as chaves do apartamento a mulher.

E a mulher cantarolando vai para o elevador.


Anahí, ainda no sofá com a menina, escuta mexerem na fechadura. Pensa ser Alfonso voltando para se retratar de algo que não fez... E a porta se abre. Anahí se assusta, a mulher também arregala os olhos, mas de medo e não consegue evitar não gritar.  Bate a porta e sai correndo. Desce as escadas correndo. Anahí também assustada, pega Anabella e corre para o quarto de Alfonso. Ela entra, tranca a porta e ainda se tranca na suíte.

- Quem é essa mulher?!! – o coração a mil – Como entrou aqui?? - Anabella com todo o movimento chora.

O porteiro não estava na portaria, a mulher simplesmente joga as chaves no balcão, que cai no chão, e sai correndo, fugindo do prédio. Aterrorizada.

Anahí balançava Anabella, apertando o rostinho da menina junto ao seu, que ainda chorava:

- Que eu faço?? E se a mulher tiver voltado com capangas? E se for uma sequestradora pra levar Anabella? E se for por vingança contra Armando? Eu tenho que falar com Poncho! - E se lembra - Meu Deus, Pancho ficou! - Mesmo amedrontada ela sai do banheiro. Avista o telefone. Queria ligar para Poncho, mas antes tinha que socorrer o cão. Cola o ouvido na porta do quarto. Nenhum som- Seja o que Deus quiser, filha. - respira fundo e abre a porta. Primeiro o rosto para fora. A porta fechada. Dá dois passos e vê Pancho deitado sobre o tapete. Ele levanta a cabeça ao vê-la. Tudo normal. Mas ela estava trêmula. Era arguciosa.

NostalgiaOnde histórias criam vida. Descubra agora