Capítulo 34

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De madrugada, Giovana acorda para tomar seu remédio. Desce à cozinha, toma água e vê uma mamadeira, dentro de uma bacia com água. Obviamente Alfonso queria esfriar, ela coloca a mão, já estava fria.

- Ele deve ter esquecido...

A porta estava encostada. Pancho como sempre, cão de guarda na porta do quarto, só olha para a mulher e volta a abaixar a cabeça. Ela abre a porta sem fazer barulho, e entra devagar. A luz do banheiro estava acesa dando uma claridade. Alfonso deitado de costas, com o braço esquerdo apoiando a filha, e o direito dobrado sobre o próprio rosto, talvez tentando se proteger da claridade do banheiro, na beirada da cama. Ela se aproxima, esticando a mamadeira:

- Aqui... - sussurra. Mas ele não se mexe. Ela acena na frente do rosto dele, e nada - É, dormiu.

Na posição que ele estava, era muito fácil observar seu músculos, seus braços fortes distendidos, seu peito com poucos pelo, a barriga lisa, já que ele dormia sem camisa.

- Nossa, como ele é bonito! - Mas seus pensamentos são desviados para a menina, que se mexe na cama. Antes que despertasse, Giovana rapidamente dá a volta e a tira do muro de travesseiros:

- Shiu, meu bem. Estou aqui. - a ajeita em seu colo- Não vamos acordar seu papai... - pega a manta da menina e sai com ela do quarto . A menina vai despertando com a fala mansa de Giovana, mas antes que se manifestasse, Giovana lhe dá a mamadeira, mesmo no escuro. Não acende nenhuma luz. Giovana ainda cantarola bem baixinho uma canção que não sabia de onde conhecia, caminhando com a menina pela sala enquanto dá a mamadeira:

- Duérmete pronto mi amor, Que la noche ya llegó ... - Embalada pela voz doce que ela logo se acostuma e os passos lentos, Anabella termina o leite já dormindo novamente. Giovana lhe dá um beijo terno na testa e deixa a mamadeira na mesinha. Vira a menina colocando-a de pé em seu colo. Ela mesma se questionava como sabia cuidar de uma criança...

- Não, não pode ser. Não quero pensar nisso. - rejeita seus próprios pensamentos.

A menina já havia expelido o ar, ela volta ao quarto, devagar, pé ante pé, Alfonso não havia se mexido na cama. Olha a hora no display do som: 05h08am. Mas ela nem se importa pela hora. Continua alisando a franjinha de Anabella para o lado:

- Não acorde seu pai...

Alfonso ainda deitado, nem percebe nada. Estava realmente cansado. Antes de deitar a menina, sussurra no ouvido dela, lhe dá outro beijo na testa e a deixa entre Alfonso e o muro de travesseiros. Antes de sair, ainda para na porta, olha os dois e encosta a porta novamente, subindo para seu quarto. 

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Pela manhã, ainda era cedo quando Giovana desce as escadas vê a porta da sala aberta adentrando um bonito raio de sol e vai até lá. Onde encontra Alfonso com a filha e Pancho na varanda. Ouvindo os passos, ele se se vira:

-  Ana... - chama com uma voz espetacularmente grossa e sexy. Ela já sabia que era ela, mesmo lhe dando o nome de G-i-o-v-a-n-a. 

Ela para : oi... - e lhe oferece dois beijos inesperados na face.  

Giovana se cora: Bom dia... - acariciando o cabelo da menina.  Seus olhos miram os de Anabella, para depois se fixarem nos de Alfonso.

- Sente-se. - pede se encaminhando para um um sofá rustico de madeira que ficava na varanda. Ela obedece, senta ao seu lado, mas não tão próxima.  - Você deu a mamadeira a Anabella esta noite ?

Giovana fica nervosa: si-sim. Eu acordei e vi a mamadeira, mas já estava fria, então fui levar e Bella estava despertando. Desculpe,se não era pra fazer isso, se não era para entrar no seu quarto. Não vai se repetir.

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