Capítulo 63

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Era um casal de vizinhos que chegavam da rua: E aí, cara ? Ta sumido daqui. Voltou pra casa ? - entram no mesmo elevador.

- Não, só vim passar o fim de semana. Mas logo estarei de volta. - Eles soltam em seu andar. Alfonso leva a mão ao peito - Graças a Deus! Se fossem uns minutos antes teriam visto Anahí! 

Chega no apartamento, Anahí amamentava Bella com toda intimidade com as pernas cruzadas sobre o sofá como ela sempre ficava. 

- Ela acordou quando fui colocar no berço...

Alfonso coloca a bolsa dela sobre o outro sofá e se espreguiça: Como é bom estar em casa depois de horas dirigindo...

- Deve estar cansado.

- Dor nas costas. Quer comer alguma coisa, Ana ? Eu não sei se tem alguma coisa que preste aqui... - diz entrando na cozinha - Deve estar tudo vencido... - abrindo os armários. 

- Não estou com fome, não. Aquele lanche na estrada foi suficiente. 

- O café não perdeu a validade. Quer ? - eles conversam  cada um em cômodo.

- Não gosto de café, Poncho.  - mesmo sem memória ela continuava a não apreciar café. Alfonso ri desse detalhe - E melhor você não tomar, já deu meia -noite. Você vai perder o sono.

- É  vício, não consigo. - já coloca o pó na cafeteira. 

Anabella já dormia, Anahí levanta, tira uma fralda da menina da bolsa no outro sofá e caminha com ela até o quarto lhe dando beijinhos na testa. Terminado, com ela nos braços tem um pouco de dificuldade em trocar o lençol do berço antes de deitá-la. Liga o abajour encima da pequena cômoda, desliga a luz do quarto e sai deixando a porta aberta. Segue até Alfonso, sentado diante da bancada que era como uma mesa da cozinha.

- Na geladeira não tem nada além de gelo.  Alfonso conta- Deve ter estragado tudo, Lupita botou fora.

Anahí nem questiona quem seria esta: Não, eu só quero dormir. A viagem me cansou... Em que quarto eu fico?

- No meu.  - Alfonso responde tranquilamente.

- E você ?

Não era bem essa a pergunta que ele queria ouvir: Ana, meu apartamento é pequeno. O quarto de empregada até tem um sofá cama velho mas não é muito confortável. Não me faça ir pra lá, minha coluna já está acabada. - faz uma carinha de dó.

- Eu durmo em qualquer lugar. Não tem problema. - já ia mas Alfonso segura sua mão:

- Mas eu ia te pedir uma massagem. - leva a mão ao ombro e gira o pescoço - Ai, to velho. 

- Tá bom, Poncho, já me convenceu.

O sorriso dele  é instantâneo. A mão sai do pescoço e vira o restante do café:  Vamos deitar. - levanta e coloca a xícara dentro da pia. Na sala, Pancho já dormia - Tenho que deixar uns jornais no banheiro, Pancho não desceu agora a noite...

Ela pega sua bolsa e entra no quarto dele, ou deles: O quarto é bem grande... - escolhe uma roupa devagar na bolsa, pega uma, depois outra...e quando trocava Alfonso, desavisado, entra sem bater. Anahí toma uma susto, coloca a roupa rapidamente.

Alfonso apenas ri: Não vi nada, Ana. 

- Eu achei que você ia demorar.

- Não,  estou morrendo de sono. - já pegando a roupa de cama. 

Ela entra na suíte do quarto. Alfonso discretamente volta a rir. Desforra a cama, joga o travesseiro preferido de Anahí, que estava trancado junto as coisas dela. Ele tranca rapidamente as coisas dela no closet antes que ela saísse do banheiro. Quando ela sai do banheiro, a cama já estava pronta. 

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