Nostalgia

Capítulo 49 - Justificativas

Anahí no carro, joga as bolsas com suas compras sobre o capô e passa as mãos nos olhos pra não chorar.Anabella puxava o algodão rosa do palito, doida pra levar a boca.

Damayanti  não acreditava no que via: 

- Não estou entendendo nada, Poncho! Como assim Anahí está viva ?! 

- Damayanti, calma! Faz assim. Eu tenho que deixar ela em casa e daqui a pouco passo na sua e te explico tudo. - A mulher ainda tinha uma cara de espantada - Só peço que não conte isso a ninguém, por favor. - Ela concorda com a cabeça - Por favor. - repete e se vai deixando Damayanti inerte. 

Alfonso corre até o estacionamento onde estava seu carro. Anahí ao vê-lo com controle na mão tenta abrir a porta traseira do carro, mas não consegue. 

Vira e ele já estava atrás dela:

- Pode abrir ?!  - ela pergunta autoritária.

- Não vai na frente?

Anahí dá as costas tentando com toda força e inutilmente abrir a porta. Ele segura o braço dela pelo punho, facilmente, virando-a para ele.

Ela fica brava: me solta!! - tentando soltar-se.

- Se acalma, por favor.

- Eu to calma!! - entendendo que ele se aproximava para um beijo, Anahí faz mais força e consegue soltar seu braço e só não acerta em cheio o rosto de Alfonso porque ele se afasta para trás - Eu não vou na frente porque é o lugar da sua namorada. Achei que ela viria com você. - diz abusada. 

Anabella mordia o dedinho observando os dois.

- Ela não é minha namorada!- destrava o carro enfim. Anahí entra com a menina no colo e ele também entra, batendo a porta com violência. Estava aborrecido não com ela, mas por Damayanti tê-la visto. Começa a se explicar - Ela é minha amiga de anos. Aquela que te contei que encontrei no mercado. Anahí imediatamente se lembra da marca de batom no rosto dele naquele dia e enche a boca de algodão doce para não demostrar sua raiva - Ela me viu na praça e veio falar comigo, normal...  - Anahí calada - Não sei porque você fica com tanto ciúmes. - Anahí engasga e toss, ou debocha -   Mas Dama é só minha amiga. 

Anahí fica remoendo em pensamento:" Dama" e se recupera do engasgo:

 - Ciúmes ? Eu ?? Não sei de onde tirou isso!

- Essa sua atitude irritada.

-Não estou irritada, estou triste porque você vive me escondendo. Você grita comigo pra não pegar o telefone quando toca, você me esconde dessa sua amiga em vez de me apresentar... - já chora- Se você tem vergonha de mim porque me tirou de onde eu estava? Por que ninguém sabe que eu cuido da sua filha? Por que não me deixa sair na rua com ela? Você no fundo sabe que não deveria ter isso. Tem vergonha de mim, de quem eu sou. - as lágrimas caem.

Alfonso para o carro: não, não é nada disso. -  estica o braço para trás e lhe toca o joelho debaixo do vestido solto que ela usava por baixo da jaqueta jeans - Eu só quero te poupar, Ana. Não quero que se sinta constrangida pela falta de memória, não quero que se sinta menosprezada por isso. 

Anabella vendo a mãe chorar também ensaia.

- Mas eu me sinto menosprezada quando você me afasta! Eu acho que não tenho nenhuma doença contagiosa.- passa a mão no rosto molhado.

- Não tem, obvio que não...

- Então você tem vergonha de mim! - levanta Anabella para parar de chorar.