Capítulo 47 - Encontros

188 9 0
                                    


Sebastian não acreditava no que ouvia: 

- Alfonso, isso parece mentira. Se você não fosse meu amigo eu não acreditaria nisso.

-Mas é a pura verdade. E eu não sei o que fazer. Não sei como trazer Anahí de volta à vida que nós tínhamos.

- É muito complicado porque estão envolvidas varias coisas: há uma pessoa sendo julgada por assassinato; uma pessoa viva dada como morta, há a questão financeira: pensão, indenizações pagas a você, há um corpo enterrado... De quem?

Alfonso dá com os ombros: não sei! Eu me faço as mesmas perguntas!

-E fora a opinião publica. Os dois correm sério risco de serem presos se acharem que tudo não passou de uma armação, uma fraude!

- Que absurdo! E porque eu ia querer criar isso??

- Hoje as pessoas não tem escrúpulos, meu amigo...

- Mas não é meu caso!

- Bom, então vamos começar logo com isso.

-Eu só não quero que ela seja envolvido nisso. Não quero que saibam que ela está viva e comecem a perseguí-la, como fizeram da minha vida um inferno. Como eu já disse, ela não tem memória.

- ok. Começarei então como você falou: pedirei primeiro o cancelamento da pensão, por motivo de... constrangimento, não sei, tenho que ver. Veremos se o juiz vai aceitar. Depois partirei para o pedido de exumação do corpo. Foi feito DNA do corpo?

- Que eu saiba, só na minha filha.

- Ótimo. Sua suspeita será que aquele corpo não era de sua esposa. Daí veremos o que acontece. 

- Só não consigo entender porque ela mentiu assim, o que ela ganhou dizendo que havia matado Anahí?

- As vezes ela acha que matou...ou foi bem instruída. Ela sabe que por assassinato ela pega até 20 anos, mas por sequestro, 40.

- Que incoerência de pena!

-  Falhas do sistema penal...


Alfonso, depois de um bom tempo no escritório do amigo chega na casa dos pais. Ele tinha as chaves, pensava em fazer uma surpresa, mas é denunciado por Ruth:

- Ele chegou! Ele chegou, Armando!

- Ô de casa! Vim para o almoço. - adentra chamando. Ruth vem com uma luva térmica na mão, como se tivesse feito a comida, o abraça apertado -  Saudade, mãe.

- Também, filho. Cortou o cabelo, benza Deus! Já era hora! Cadê Anabella?

Alfonso acaba sorrindo da lógica da fala de sua mãe: Anabella ficou... - abraça o pai.

-Ficou aonde?  - Armando pergunta ainda no abraço 

- Em Guanajuato. Só vim resolver umas coisas aqui e já volto.

Ruth insiste: Hum fez a barba, cortou o cabelo!

Armando era mais prático: E o que veio resolver aqui ? Não vai mais morar na capital?

- Eu volto. Daqui há um tempo... - não queria contar ainda aos pais - Vamos conversar durante o almoço? Estou morrendo de fome. - Se dirige a sala de jantar abraçado aos pais. Alfonso era assim, carinhoso com todos. Mas desde o acontecido com Anahí, mudara completamente. Parece que finalmente estava se recuperando. Mas para antes de entrar na sala de jantar - Um minuto, tenho que fazer uma ligação. - se afasta  para o escritório enquanto Armando segue com Ruth. 

NostalgiaOnde histórias criam vida. Descubra agora