Capítulo 113

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Marichelo chega à porta, junta as duas mãos no rosto ao ver as duas. Sua irmã assustada por ver Anahí ali, de pé, após um ano dada como morta, passa correndo em direção a Marichelo. Os olhos arregalados, o coração acelerado:

- Marichelo, então é verdade esses rumores?

Marichelo confirma com a cabeça e pede baixo: Entre por favor, eu tenho que falar com Anahí.

Ela ainda estava no jardim, tentando entender, olhava para as duas e não se sentia bem. O sol forte já pela manhã, o enjôo que a aperta, e como assim, Alfonso preso?

Sua tia entra e Marichelo caminha devagas até ela:

- Any...

- Mãe, como assim Alfonso está preso? - Não acreditava.

Marichelo pega Anabella e segura a mão de Anahí a conduzindo para dentro, entra pela área da psicina para evitar cruzar com a irmã na sala.

O interfone toca de novo. Mas a empregada já estava para atender.

- O que está acontecendo? Como assim ele está preso ? - Anahí insiste.

- Fica calma. Ele logo vai sair.

- Por isso ele não apareceu ontem e eu percebi vocês todos nervosos, não querendo falar comigo...

- Sim...

Anabella começa a chorar no colo da avó, sentadas na poltrona do escritório. Abre os braços para o colo da mãe.

Anahí a pega:

- Ela está com fome.

- Vou pedir a Maria para preparar o mingau dela. - Anahí consente com a cabeça. Marichelo sai rapidamente e em um minuto volta.

- Por que Alfonso está preso? O que ele fez?

Marichelo tenta não causar muito alarde: Ele logo vai sair, é so um mal entendido...

- Que mal entendido?

- A polícia acha que Alfonso sequestrou uma pessoa. – Anahí arqueia a sobrancelha – Você!

- O quê ??? Alfonso não me ... – faz uma pausa - Bom... não, ele não me sequestrou ! Não!

- Eu sei que não.

Anahí engole a seco: Você sabe a verdade então? – a verdade que ela achava que era real. Que era uma desmemoriada, moradora de rua e Alfonso a resgatara.

- Sei. Sei tudo Anahí.

Anahí abaixa o rosto, envergonhada e triste. Solta um suspiro: É tudo minha culpa, Poncho está preso por minha culpa!

Marichelo toca o joelho de Anahí: Não, não é sua culpa, filha. Culpa é daquela maldita mulher.

- Que mulher ?

Anabella começa o choro sem ser atendida. Anahí levanta com ela, mas sente uma tontura, se apoia na poltrona.

- Any?!

- Estou bem. Eu preciso ver Poncho, me leva na delegacia, eu vou dizer que ele não me raptou, que ele me encontrou e me ajudou. Me leva agora lá, mãe...

- Não é assim, mãe, eu não posso.

A empregada vem trazendo o pratinho infantil de ursinhos da menina. Marichelo ageadece, pegando com ela.

- Patroa, não queria incomodar, mas sua irmã esta na sala, sozinha, ela não está muito bem. - Rosario conta.

- Eu já vou lá. Estou perdida, Rosário. - A mulher se retira.

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