"Droga! Não acredito! Mas ainda isso?!"
Alfonso corta um carro ao seu lado, entrando na frente. Olha no retrovisor, e sim, um carro se aproximava, o seguia. Ele olha no banco de trás. Dormia. Então acelera, cortando vários carros e recebendo xingamentos e buzinadas, que ouvia baixo pelos vidros estarem suspensos. Fazia manobras arriscadas, até observar pelo espelho dentro do carro, mais uma vez, o banco de trás. Era noite, o que deixava a situação mais perigosa.
"Eu não posso fazer isso."
Se arrepende.
Anahí segura seu braço: Não corre assim, Poncho! Ai! – geme.
Alfonso estava nervoso: Mas, Any... – e corta mais um carro. – Você vai perder o bebê! – Tão suado quanto ela.
Anahí acaricia a barriga, pequena ainda nos seus três meses:- Mas se você bater, nós também vamos perdê-lo. – sua expressão denota dor, que ela tenta esconder sem gemer. Mas Alfonso sente, a observava.
- A cólica não passou, Any?
Anahí já tinha uma voz falha de choro: Não...
Ele lhe faz um afago no cabelo, também sofrendo.
Alfonso para bruscamente num sinal. Seu carro era o único sobre a faixa de pedestres. Quase dá de encontro com os carros que vinham na rua paralela.
"Anahí tem razão, ela sempre tem razão."
Somente outra buzina o liberta dos pensamentos. O sinal já estava verde, e ele atrapalhava o trânsito.
Em poucos minutos chega ao salão de festas belamente decorado. Um lindo jardim. Muitos seguranças. Adentrando ao enorme local da festa, já avista sua mãe, parentes e muitos convidados.
Ele caminha ao encontro da mãe: Uh, meu tesouro! – ela diz dando dois beijinhos.
- Está linda, mãe!
- Você também, Alfonso. Tirou aquela barba horrorosa, passou um gel no cabelo, já era hora. Tá um gato! Devia usar smokings mais vezes... - Alfonso não consegue evitar sorrir com os galanteios da mãe - Mas já chorei tanto que não sei como continuo maquiada.
E uns convidados que chegam à festa, os cumprimentam.
- Não está linda? Oh! – Ruth parecia orgulhosa.
Alfonso procura algo na entrada. Não via a hora da irmã chegar para que ele pudesse ir embora.- Oi Poncho! – sua prima o cumprimenta com um beijo. – Tia Ruth está pedindo a bolsa.
Ele se força a ser amigável. Luzes, fotos, flashes o incomodava fazia alguns meses.
O casamento civil já havia sido realizado pela manhã e ele tinha participado.
"Não sei porque tive que vir, agora esses fotógrafos tirando fotos como se fosse algo anormal. Se não fosse por insistência de minha mãe... e também por minha irmã, eu não posso fazer essa desfeita a ela..."
Ele cumprimenta umas pessoas que lhe chegam, tentava manter-se animado. Também ninguém tocava no assunto 'Anahí'.
Avisam: A noiva chegou!
Alfonso avisa algo ao cunhado e se junta à família. A marcha nupcial começa e as pessoas se viram para acompanhar a entrada de Maite, que aparece com o pai na entrada do salão.
As luzes diminuem um tom, dando destaque à entrada. Emocionada, ela lutava para não chorar. Já Armando estava sério, de nervosismo. Entrega a mão da filha a Manelick, apelidado de Mane, e lhe profere breves palavras, fazendo os noivos sorrirem.Alfonso cumprimenta Enrique e recebe a mão de Anahí, num sorriso diz: Você está linda.
- Você também. Casa comigo?
Alfonso acha graça de como ela conseguia fazer humor até quando tensa:- Se não o fosse fazer agora, teria feito ontem. – lhe beija a bochecha e viram-se para a tribuna.
Um choro de criança interrompe Alfonso e ele se levanta. Vai para os fundos do salão onde fica até o fim da cerimônia.
Maite ao receber o abraço do irmão chora mais do que já fazia.
- Quero que você seja tão feliz quanto eu fui. - Alfonso deseja.
- E ainda será, maninho! – e lhe afaga o rosto. – Vem tirar foto comigo.
- Não, Mai, já tirei...
Mas Maite o segura pela mão: Mãe, vem. Pai, traz ela.
Ruth segue: Mas não pode chorar, hein! Olha a foto... Isso!
Pouco tempo depois, a festa continuava animada, mas Alfonso comunica ao pai:- Eu já vou.
- Mas já?
- Preciso. – e faz uma expressão que o pai entende.
- Então vai lá. Você já bebeu, vai com o motorista. - Alfonso se vai e Armando pensa em voz alta - Se Anahí não tivesse perdido aquele bebê...
Na saída, Alfonso encontra Christopher chegando com Dulce.
- Oi, meu amor! – Dulce cumprimenta alegre - Ué, já está saindo?
- Já vai? – Também pergunta Christopher - Já acabou a festa?
- Não, mas já tenho que ir. É sono. - Alfonso explica.
Christopher consente e lhe dá um beijo.
- Mas vocês chegaram tarde. – Alfonso continua.
- Pois é! Chamei Chris pra vir comigo, mas me deixou plantada esperando. Hunf! – Dulce cruza os braços batendo o pé.
Christopher nem dá bola: Me atrasei um bocadinho, só.
- Nem precisa me dizer com o quê. Me poupe. – Alfonso sacode a cabeça.
Christopher solta uma gargalhada machista.
Dulce joga os ombros: Só vim mesmo para dar um beijo na minha amiga.
- Mas aproveitem a festa, entrem. Está só começando. – Alfonso dá um tapinha nas costas de Christopher e se retira.
Christopher segura a mão de Dulce. Ela o encara, surpresa.
Christopher tinha um sorriso meigo que fazia Dulce esquecer qualquer indisposição com ele. Era um traço que ele tinha semelhante com Anahí, sua irmã. E ele pensa nela ao ver a beleza do salão de festas:- Se Anahí pudesse estar aqui...
E vão em direção aos noivos.Alfonso ouve os cliques dos fotógrafos na saída da recepção. Com certeza o casamento da irmã sairia na coluna social dos jornais no dia seguinte. E ele já havia tirado foto para isso. Mas agora era só ele.
- Quando vão me deixar em paz? – resmunga irritado.
Entra no carro sem o mínimo de esforço de acenar para ninguém. E o motorista logo sai. Um fotógrafo quase é atingido ao entrar na frente do carro.
Alfonso solta um palavrão e fugindo do fotógrafo o motorista parte rapidamente.
-
Ruth e Armando enfim se deitam, já madrugada, a festa fôra muito longa. Mas valera a pena.
- Estou feliz. Nossa filha fez um bom casamento. Agora só falta Poncho se acertar. Resolver sua vida... – conta Ruth.- Me entristece muito a situação de Alfonso. Ficou presente tão pouco tempo na festa da irmã e mesmo o tempo que ficou parecia ausente. Arruma qualquer desculpa pra fugir e ficar preso só em sua mente.
- Isso que me dá raiva na Anahí!
- Ela não tem culpa, Ruth!
- Eu gosto muito, mas muito dela, como da Maite, mas ela prendeu meu filho de uma maneira que hoje ela não está com ele e ele fica sofrendo. Me dói! É meu filho. O que eu posso fazer?
- Isso é amor... Eu penso que se eles não tivessem perdido aquela criança há alguns anos, as coisas seriam diferentes. - Ruth já ia contestar, mas ele continua - Por exemplo, uma criança com seus quatro anos gosta de festas, iria segurar Poncho lá, com certeza.
- Só que também seria mais traumático, Armando. Pensa bem.
Armando segura a mão dela e beija o dorso: Sim, seria.-
"Oh Deus, já amanheceu! E eu no sofá ainda. Sempre acabo cochilando aqui. Graças a Deus é domingo. Vamos pra cama." Pancho late e Alfonso com voz de sono responde:
-Bom dia pra você.
Lhe dá ração, comida para os peixes e enfim vai ao quarto. Sabia que teria acordar logo mas ainda havia um tempinho. Ela dormia. Lhe beija a bochecha e se deita ao seu lado. E Pancho entra correndo em direção a Poncho, latindo e abanando o rabo.- Ai, vocês dois! Já falei que não é pra morder, Pancho! Sai. – ele olha pelo vidro da janela, perdido nas lembranças.
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Nostalgia
Mistério / Suspense"Marido é principal suspeito no desaparecimento de gestante: Com novas investigações, para a polícia, o principal suspeito no sumiço de Anahí Herrera é seu marido. 'Ele foi o último que a viu no dia, mas falou com ela por telefone e depois disso a m...