Capítulo 116 - Mamãe

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Marichelo chorava com Juan: 

- É por isso que eu não podia contar a verdade. Nem a você nem ninguém. Agora eu quero ver minha filha e nem posso. Todos estamos presos com se tivessesmos cometido um crime, e não como se fossemos vítimas!

Juan levanta da poltrona à frente que estava sentado, deixa seu copo de lado e senta ao lado dela, lhe envolvendo o ombro e puxando para perto de si:

- Eu entendo, me desculpe... Se eu pudesse fazer algo por você... Ah! E posso!

Marichelo sai do abraço dele: O quê?

- Posso te levar até onde sua filha está!

-Impossível, Juan. Com certeza vão seguir qualquer carro que sair daqui. E a própria polícia deve estar esperando isto.

- Espere, eu tenho um plano. Você sai daqui comigo no meu carro, e vamos para a minha casa. - Marichelo franze a testa- De lá você pega um taxi para o lugar onde está sua filha. Ninguém sabe quem mora na minha casa, quantos são, não vão saber que você está no meu carro. Pode dar certo...

- Mas caso a polícia te siga, você pode passar a ser cúmplice. Você faria isso por mim?

Juan segura mão esquerda dela: Claro, Marichelo, por você faria isso e muito mais. – curva o canto dos lábios num sorriso compassivo. Os olhos de Marichelo brilham. Juan estava se tornando um grande amigo.

Armando vai à delegacia levando o que havia prometido para Alfonso: televisão, roupas de cama, um frigobar, um ventilador. bMas o delegado impede de qualquer um dos itens ficar na cela de Alfonso:

- Não, não, doutor! Primeiro a cela é pequena, não comporta tudo isso e ele lá dentro! E segundo, nas celas não tem nenhuma instalação elétrica. Para ele ter essa comodidade, só indo para cela especial na cadeia. Aqui não tem, nossos detentos aqui são provisórios. Eu já permito que o senhor e o advogado o visitem qualquer hora do dia! Não se esqueça que é uma delegacia, não uma penitenciária. Ele terá essas regalias de nível superior lá. Se quiser que ele seja transferido, mãos à obra.

Armando fica furioso. Ele vai à cela e comprova. Não acha nenhuma tomada elétrica. Enfim, o homem tinha razão.

Desta vez, Poncho estava deitado, não havia nada para fazer. Ele levanta ao ver o pai. A primeira coisa que pergunta é:

- Pai! E Anahí?

Armando expira antes de responder: Ela já sabe, Alfonso.

- Sabe que ...

- Ela sabe tudo, quem é, o que aconteceu...

Alfonso se desespera: O quê!? Quem contou?! Marichelo?

- Sua mãe, hoje...

Alfonso leva as mãos a cabeça: Imagino o jeito delicado que ela fez isso.

- Não foi dos melhores, mas sua irmã meio que contornou a situação. Eu saí de lá, ela estava contando sobre a vida de vocês.

- E ela reagiu bem? Não ficou com raiva?

- Eu não sei, eu estava longe. Mas ela chorou muito, muito.

-

O plano de Juan dá certo. O táxi levando Marichelo, para diante do portão da casa de Maite. Não havia repórteres. Não aparentemente. Ela desce e toca o interfone.

Ruth ainda estava. Seus sogros sentindo-se incômodos, já haviam se retirado.

Ruth pede a filha: Não atenda. Pode ser a polícia.

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