Capítulo 109 - Abrigo

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- Oi Dulce, posso entrar?- Christopher pede.

Ela percebe que sua feição não era das mais felizes: Entra... - ela fecha a porta – Que aconteceu para aparecer essa hora? - Ele abre a boca mas antes de dizer alguma coisa, Dulce se manifesta - Hum! Você já bebeu! - leva a mão ao nariz saindo uma voz anasalada - Por isso apareceu, vai embora seu cachaceiro! – o empurra em direção à porta.

- Por favor, me deixa ficar. – ele não a encarava, olhava para baixo.

- O que aconteceu? Tá me assustando, Christopher.

- Eu preciso conversar...

- Ah, conversa com sua mulherzinha!

- Bruna fugiu... - enfim a olha e observa seu olhar espantado.

- Com seu filho??

- Ele não é meu filho...

Dulce se espanta com a revelação.

--

Bruna não se lembrava bem do estado de Zacatecas, mas ainda admirava sua beleza. Aquelas ruas históricas e o povo simples... Havia se mudado do munícipio de Fresnillo com 17 anos, logo após a morte da mãe e brigar com seu pai,vagora já tinha 25 ... E ainda aquelas ruas de terra e mal iluminadas...

- Ah é aquí... é aqui , me lembro! Para, moço! - E o taxista para diante de uma pequena casa. Não havia muro, não havia portão, a calçada e mas adentro uma casa antiga -É aquí mesmo. Pode me ajudar a descer com as malas?

Havia uma luz acesa, do mesmo cômodo em que a janela estava aberta. Ela paga o homem.

- Tem certeza que não quer que a espere? - o taxista pergunta

- Não moço, tem que ser aqui. – e tinha que ser. Ela não tinha tanto dinheiro ara gastar assim com supérfluos como táxi. Nao sabia como seria sua vida daí para frente. E só tinha suas economías. O táxi vai embora. Ela chama da janela aberta - Pai!... Pai!! – nenhum movimento dentro da casa. Ela bate na porta – Seu Omar!...Pai!! – quase chora- Ah meu Deus, meu pai não pode ter mudado daqui... – senta nos degraus. A noite esfriava, ela enrola mais Guillermo na manta.

Algumas pessoas passavam pela rua indo para seus lares ou compromisos, ela não conhecia ninguém, também com a rua pouco iluminada...Não tinha onde ficar. Se demorasse muito a aparecer alguém, teria que procurar um hotel, pensão , algum lugar para passar a noite. E como carregando um bebê, 2 malas e 2 bolsas a tiracolo? Fora o peso na consciência. Ela abaixa a cabeça sobre o filho. Lhe doia tanto o peito que tinha que sair em forma de lágrimas...Quando ela escuta uma voz:

- Quem tá aí?

Bruna reconhece aquela voz pesada: Pai... - diz devagar, levantando.

O homem se surpreende ao vê-la, é visivel em sua expressão: Bruna?

- Sou eu, pai... - chora – O senhor me perdoa? – e se atraca nos braços dele, aos prantos.

O homem estava sem reação. Não nem sabia se envolvia os braços nela, estava tão paralisado. Sentia apertado a seu corpo também uma criança, enrolado numa manta grossa, que começa a chorar. Bruna então se separa, segura melhor o filho. Esperava que ele dissesse alguma coisa.

- O que você está fazendo aqui ?

- Eu voltei, pai... O senhor me perdoa? Eu não tenho para onde ir com seu neto. – ele olha para aquela trouxinha nos braços dela – Eu errei muito pai, mas eu quero começar de novo, e eu so tenho você para me ajudar. Me desculpa!

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