Se eu fosse o mesmo de anos atrás

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Christopher Evans

Após duas longas horas de reunião nessa manhã, estava caminhando de volta para a minha sala com Brie ao meu lado tagarelando alguma coisa sobre a minha agenda e minha viagem a negócios no final de semana em Londres. Sento na minha poltrona e Brie passa alguns papéis na minha mesa que eu precisava assinar antes de Sebastian concluir a sua reunião dessa tarde.

- Como estão as coisas, Christopher? - Brie pergunta assim que junto todos os documentos para entregar a ela.

- Boas - Respondo passando todas as folhas e ela as pega com desconfiança enquanto me encarava.

- Anthony contou sobre o episódio no bar e o seu humor está mudando a cada dia - Ela murmura e cruza os braços levemente - As coisas estão boas com a Lili, então.

- Estamos no ambiente de trabalho, Brianne Larson - Respondo ainda mais sério e colocando minhas mãos na mesa - E como eu sou o seu chefe, eu não devo satisfações nenhuma para você e então, sim as coisas estão boas e entenda como quiser.

- Sim, Senhor Evans - Ela diz ironicamente enquanto eu reviro os olhos - Daqui a meia hora, você tem uma visita de apresentações com o Senhor Downey.

- Dispensada - Murmurei apontando para a porta e Brie saiu no mesmo segundo. Eu estava um pouco mais estressado hoje, talvez seja o fato da Lili não ter ido trabalhar e eu me sinto um idiota por querer se comportar como um adolescente.

Olho para o porta-retrato na minha mesa, como seria se você estivesse aqui Scarlett? Eu não consigo nem mais pensar. A cada dia as crianças estão dando pequenos passos para poder tocar a vida sem que essa ferida continue aberta mas, e a minha ferida? Ainda está aqui. Eu não a sinto mais. Seguro firmemente o porta-retrato nas mãos e me sinto ainda pior, é como se eu não merecesse seguir sem poder lembrar dela. Scarlett, você marcou a minha vida e sempre estará marcada, pelos nossos filhos e pelas nossas ações, se eu tenho toda essa empresa nas minhas mãos é porque eu compartilhei isso com você. Tudo me faz voltar para você. Eu não sei como seguir, talvez nem seria justo. Ainda me culpo por aquele acidente, eu não deveria ter deixado você sair por aquela porta e talvez você ainda pudesse estar aqui.

Lili Reinhart me deixa ansioso, deixa meu corpo tenso, eu quero agarrar ela em todo momento e poder sentir a sua pele macia nas minhas mãos. Lili tem um cheiro doce, aparentemente teria impregnado em mim. Ela faz as crianças felizes, ela faz qualquer um a sua volta sorrir e as vezes só parece uma garota, as vezes com muita marra por ser uma mulher intensa. Eu fico confuso. Isso me estressa e todos os comentários dos meus amigos me deixam ainda mais irritado, eu não quero parecer um garoto correndo atrás dela e nessa altura eu já tinha ferrado tudo. Estava tendo um caso com a babá dos meus filhos e se Derek ou qualquer um deles acabar sabendo, seria só mais uma ferida nas nossas vidas e tudo seria perdido. Todas as vezes eu volto para casa e preciso me conter, acabo esquecendo tudo o que eu planejo quando coloco os meus olhos naquela garota.

- Christopher - Escuto a voz do Anthony após duas batidas na minha porta e eu abaixo o porta-retrato na mesa rapidamente assim que meu amigo se aproxima da minha mesa - Estava checando esse documentos, darei o próximo passo para entrar em contato com o sistema judiciário para finalizar o processo dos últimos investimentos.

- Certo - Respondo e olho para o relógio no meu pulso - Irei atender um patrocinador daqui a pouco, após a nossa conversa procuro por Sebastian e ele pode conduzir o caso com você.

- Certo! - Anthony concorda olhando os documentos em mãos e me olha em seguida - Lili respondeu meus e-mails, se inscreveu para o vestibular que pode ajudar a ingressar na New York University.

- Espero que ela consiga - Balancei a cabeça levemente assentindo e Anthony da um seus sorrisos suspeitos - Não começa.

- Eu não disse nada, irmão - Ele ergue as mãos em defesa - Só acho bizarro você estar caindo de quatro por uma garota de 20 anos.

- Eu não estou caindo por ninguém, Anthony! - Respondo sério e nitidamente voltando a ficar irritado por toda essa situação.

- Scarlett! - Ele aponta para o porta-retrato caído na minha mesa e me olha seriamente - Mulher justa. Além da felicidade que ela desejava em um belo futuro para os  seus filhos, ela deseja que você fosse feliz também Christopher. Abre os olhos irmão, não vamos mudar o passado e comece a encarar a hipótese de um belo futuro para você também. É isso que a minha amiga, Scarlett, gostaria de ver.

- Encaminhei toda essa burocracia para o próximo setor! - Apontei para os documentos em suas mãos respirando fundo e ele retribuiu com um sorriso caminhando para fora do meu escritório.

Tudo estava resumido em sexo, prazer e desejo. Tem sido sobre isso e continuará assim, eu estou apenas me divertindo mais uma vez com alguma mulher e sem compromisso nenhum. Respiro fundo novamente. Solto o ar lentamente. Algumas coisas precisam ser feitas e espaços precisavam ser respeitados, assim eu farei e mantenho tudo no lugar. A cabeça, o coração e infelizmente, até o meu pau. Eu precisava desistir de qualquer coisa que estava na minha frente, não entendo que tipo de jogo a Lili estava me colocando mas tudo precisa ser cortado pela raiz. Eu vou ter que superar essa garota e os desejos para não cair em um problema no qual eu não tenho o domínio. Acho que pela primeira vez em anos eu não sei o que fazer.

- Senhor Evans - Escuto a voz da Brie e me levanto da minha mesa após colocar o porta-retrato no lugar, Brie abre a porta por completo para dar passagem ao meu futuro patrocinador local da minha grande empresa.

É isso que eu tenho para fazer hoje, dinheiro. Seria dessa maneira que ocuparia a minha cabeça e somente pensaria nos meus negócios. Eu amo o meu trabalho e não existia outra coisa que eu fazia tão bem além de cuidar das minhas ações, movimentar a economia, me enriquecer e levar o nome da minha empresa para além desse pais. Christopher Robert Evans, esse sou eu e infelizmente, não sou mais o mesmo de alguns anos atrás. Só não sei se mudei para pior ou melhor, estou na temática de um eterno processo.

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