The Nanny

Preenche os espaços do meu ser

Abro meus olhos devagar ao acordar, não faço ideia que horas poderiam ser e nem quando finalmente conseguimos dormir. Christopher está dormindo ao meu lado, sua respiração é pesada no meu pescoço e seus braços estão envolta do meu corpo, eu suspiro e tento me remexer para conseguir afastar meu corpo do seu, sem que ele acorde eu tomo um pouco mais cuidado e claro que eu ainda estava perdidamente admirada. Tê-lo para mim, é sempre uma sensação única.

Me levanto silenciosamente da cama, procuro pelo meu roupão branco já que estava absolutamente sem nada, caminho até o banheiro ao me vestir e lavo o meu rosto, prendo meu cabelo em um coque e escovo os dentes, volto para o quarto e olho para o relógio digital ao lado da minha cama, no criado-mudo, marcava quase meio-dia, Senhor Evans ainda estava dormindo e eu decido sair do quarto por alguns minutinhos, minha mãe deve estar uma fera comigo. Fecho a porta com cuidado e caminho pelo corredor indo em direção da sala de estar, está vazia e caminho até a cozinha, encontro a minha mãe cozinhando.

- Bom dia - Murmuro ao me encostar no balcão e minha mãe se vira rapidamente, me olha e desvia o olhar sem me responder - Mãe...

- O que você está fazendo? Acha que é certo deixar com que ele possa te ferir outra vez?! - Ela diz de forma rude e eu abaixo o olhar para a bancada de mármore no mesmo segundo.

- Ele não vai me magoar de novo - Murmuro em resposta.

- Com qual certeza você tem?! - Ela questiona de uma forma mais grosseira.

- Com o meu amor - Sussurro e escuto a minha mãe bufar, ergo o olhar e a encaro um pouco decepcionada - Eu tenho que acreditar nas palavras dele e esperar pelas atitudes, isso é tudo o que eu tenho. Ele é tão importante para mim, mãe. Você sabe.

- São as suas escolhas e os seus relacionamentos, eu só não quero ter que encontrar a minha filha sempre ferida! - Ela diz baixo e séria, eu balanço a cabeça assentindo devagar - Eu quero respeitar as suas decisões, mas certas coisas eu não irei tolerar.

- Obrigada, por isso - Murmuro e ela acaba dando de ombros - Só não seja tão rude assim.

Minha mãe tenta balançar a cabeça concordando e me faz sorrir, por um lado ela está certa e isso é a realidade do meu medo. Me aproximo da mesma, beijo o seu rosto e sinto o cheirinho da sua comida gostosa, ela sorri para mim e eu fico um pouco mais aliviada. Caminho para fora da cozinha e volto ao meu quarto, no caminho azeitona passa por mim e com as patinhas deslizando no chão de madeira do apartamento, eu me abaixo para fazer um carinho e o mesmo acaba lambendo a minha mão, abro a porta do meu quarto e entro em seguida, fecho a porta assim que azeitona se senta no chão se recusando a entrar e caminho até as minhas janelas, abro as cortinas e caminho até a cama.

Senhor Evans já tinha mudado de posição mas continua dormindo profundamente, ele estava um pouco cansado demais, me deito ao seu lado novamente com cuidado e sem o tocar, fico olhando por longos minutos o seu rosto e respiro fundo baixinho. O espaço entre nós é tudo o que eu quero romper, eu nunca imaginei e nunca nem me vi como essa situação, de querer tanto uma pessoa como eu quero o Christopher para mim. Eu estava feliz, com medo, mas feliz.

- Se você continuar me olhando dessa maneira, eu vou pensar que talvez esteja planejando alguma vingança - Christopher murmura ainda de olhos fechados e eu acabo rindo baixo.

- Eu bem que deveria, Senhor Evans - Murmuro me aproximando mais e tocando o seu rosto - Bom dia - Sussurro com carinho - Acordamos tarde.

- Eu ficaria aqui por mais algumas horas - Senhor Evans diz ao abrir seus olhos e bocejando em seguida, ergo a sobrancelha e ganho um sorriso - Só não digo que estaria dormindo.